SUICÍDIO DE MILITAR: ADVOGADO SE EMOCIONA AO DESCOBRIR QUE MINISTÉRIO PÚBLICO IGNOROU CLAMOR POR SOCORRO DE CABO PRESO NA MARINHA
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(crédito: foto reprodução "IA" Socidade Militar) |
Postagem publicada às 11h20 deste domingo, 17 de agosto de 2025.
O cabo ainda tentou um pedido desesperado de socorro para o órgão que acreditava que poderia lhe socorrer, o Ministério Público Militar. Mas, não foi atendido.
Suicídio de militar: advogado se emociona ao descobrir que
Ministério Público ignorou clamor por socorro de cabo preso na Marinha
Emocionado, advogado lê pedido de socorro de militar que se
suicidou em base da Marinha do Brasil
Em um momento de forte emoção transmitido ao vivo em seu
canal no YouTube, o advogado especialista em Direito Militar Adriano Rocha não
conteve as lágrimas ao se deparar com um documento revelado pela Revista
Sociedade Militar. Tratava-se de uma denúncia desesperada feita pelo cabo Lucas
Gonçalves da Silva, dois dias antes de tirar a própria vida quando estava preso
na Base Naval do Rio de Janeiro.
Lucas, mesmo preso e prestes a ser transferido para uma
condição mais degradante, fez algo extremamente perigoso para o contexto em que
se encontrava, ele encontrou espaço e de alguma forma, mesmo preso,
provavelmente com a ajuda de algum amigo que se solidarizou, por volta das
11:38 da noite de 19 de setembro de 2022, dois dias antes de atentar contra a
própria vida, formalizou uma denúncia ao Ministério Público Militar, relatando
minuciosamente suas condições sub-humanas de encarceramento e pedindo socorro.
O documento, apurado pela Revista Sociedade Militar após
pesquisa autorizada por sua família, foi protocolado no MPM como “Prisão
Rigorosa (Marinha do Brasil)” e classificado como “Resolvido” dias depois, sem
qualquer providência prática.
Na mensagem, o cabo explicou que sofria de depressão, fazia
uso de medicamentos controlados e não tinha condições de cumprir pena em regime
de prisão rigorosa. Descreveu o espaço degradante, sem local adequado para
refeições, sem beliche ou mesa, e afirmou que sua saúde estava em risco:
“Não tenho a mínima condição de cumprir tal penalidade com o
meu problema de saúde, tenho depressão, tomo citalopram e diazepam diariamente.
[…] A prisão não está em condições dignas para a devida restrição de liberdade,
inclusive não pode ser nas refeições, mesmo Baileu não tem mesa e nem beliche
ou na privada.”
O caso do Cabo Lucas foi encerrado pelo MPM sem apuração
Mesmo com esse relato explícito, o Ministério Público Militar
não agiu. O caso foi dado como encerrado e, dois dias depois, Lucas Gonçalves
da Silva se enforcou dentro da cela, a mesma que havia descrito como não tendo
condições dignas para abrigar um ser humano. Ao tomar conhecimento disso
durante seu podcast, ao vivo, ao ler um artigo na Revista Sociedade Militar, o
advogado Adriano Rocha caiu em prantos:
O vídeo completo pode ser acessado no canal do Dr. Adriano
Rocha. A tragédia e o e-mail revelado podem estar expondo uma enorme
negligência institucional diante de um clamor de socorro, feito dois dias antes
do autoextermínio do militar. Para familiares e especialistas ouvidos ao longo
do tempo, a morte do cabo não se trata de um ato isolado de desespero, mas o
resultado direto da omissão de autoridades que tinham a chance de salvar sua
vida.
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Com informações Revista Socidade Militar.
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