ATENÇÃO: “NOVA VARIANTE DO VÍRUS DA COVID-19 CIRCULA NA CIDADE DO RIO DE JANEIRO”
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(crédito: Agência Brasil) |
Postagem publicada à 1h20 desta quinta-feira, 17 de julho de 2025.
O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), órgão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), confirmou que uma nova variante XFG, do vírus SARS=Cov-2, causador da covid-19 está circulando no município do Rio de Janeiro. O sequenciamento dos genomas virais foi feito pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC, que atua como referência para o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Por meio de uma estratégia de vigilância estabelecida em
parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, a linhagem foi
identificada em 46 casos de covid-19 diagnosticados de 1º a 8 de julho,
respondendo por 62% dos genomas analisados no período.
As análises foram concluídas no último dia 12, e os
resultados, comunicados à secretaria e ao Ministério da Saúde. O Rio de Janeiro
é o quarto estado com identificação da cepa, após casos identificados em São
Paulo (2), Ceará (6) e Santa Catarina (3).
Detectada inicialmente no Sudeste Asiático, a linhagem XFG
tem se espalhado rapidamente em vários países e foi classificada pela OMS como
"variante sob monitoramento" no dia 25 de junho deste ano. A
classificação foi estabelecida pelo Grupo Consultivo Técnico sobre Evolução de
Vírus da OMS, que tem participação da virologista Paola Resende, do Laboratório
de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC.
A variante XFG apresenta mutações no genoma e tem sido
detectada com mais frequência em diferentes países nos últimos meses. No
entanto, não há sinais de maior gravidade da doença ou de impacto significativo
na eficácia de vacinas e antivirais.
Diante do quadro, o grupo consultivo da OMS considerou baixo
o risco associado à linhagem e reforçou a importância de intensificar a
vigilância.
“A variante XFG é uma recombinante de outras duas linhagens e
carrega algumas mutações na proteína ‘spike’ que estão associadas a uma ligeira
evasão da resposta imune, o que pode impactar na neutralização por anticorpos.
Porém, não tem evidências de aumento de gravidade clínica, nem evidências de
impacto relevante na eficácia de vacinas e de antivirais. Por isso, nossa
decisão, como grupo técnico da OMS, foi classificar a linhagem como variante
sob monitoramento, porque requer um olhar mais atento para identificar
possíveis mudanças de padrão”, disse Paola.
No Rio de Janeiro, a estratégia de vigilância adotada em
parceria com a Secretaria Municipal de Saúde ampliou a coleta de amostras para
sequenciamento genético após um discreto aumento no número de casos de covid-19
diagnosticados em unidades básicas de saúde através de testes rápidos.
De 1º a 8 de julho, foram coletadas 74 amostras. Além da
variante XFG, detectada em 46 casos, a linhagem NB.1.8.1, que também se
encontra sob monitoramento, foi identificada em um caso. As demais amostras
apresentaram linhagens diversas do SARS-CoV-2.
Na primeira semana de coleta ampliada, os casos com resultado
positivo nos testes rápidos mostraram que mais da metade das amostras
apresentou a variante XFG. De acordo com a virologista, esta é a linhagem
associada ao leve aumento de casos no município.
Paola Resende destaca a importância da vacinação e dos
cuidados para prevenção de infecções respiratórias, considerando a circulação
da variante XFG e de outros vírus comuns no inverno, como influenza.
“Temos novas vacinas para a covid-19, atualizadas com a
linhagem JN.1, disponíveis nas unidades do Sistema Único de Saúde [SUS] para o
público prioritário. Essas vacinas continuam protegendo contra a variante XFG,
principalmente contra formas sintomáticas da doença, casos graves e fatais.
Além disso, é importante lavar as mãos e ter cautela em aglomerações. Quem
estiver resfriado deve usar máscara para não transmitir para outras pessoas”,
alerta a especialista.
Parceria
Diante de alterações no cenário epidemiológico da cidade,
como um pequeno aumento repentino nos casos de covid-19, a Secretaria Municipal
de Saúde entrou em contato com o Laboratório de Vírus Respiratórios,
Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do IOC para investigar a
situação.
Com isso, são enviadas amostras biológicas de pacientes
diagnosticados com covid-19 para o sequenciamento genético do vírus, processo
realizado pelo instituto. A articulação permite que o município obtenha
respostas mais rápidas sobre possíveis mudanças no perfil de circulação do
vírus, e o IOC tem acesso a um volume significativo de amostras, fundamental
para a vigilância genômica em períodos de baixa testagem.
Segundo o coordenador de Informática Estratégica de
Vigilância em Saúde da SMS, Caio Ribeiro, a parceria envolve múltiplas etapas,
desde o treinamento de profissionais da rede municipal para a coleta de
amostras até a logística de envio para análise. “Com base nos resultados
obtidos, é possível compreender a situação epidemiológica da covid-19 na
cidade, avaliando o risco de introdução de novas variantes e antecipando ações
como abertura de leitos, reposição de insumos e comunicação à população.”
A linhagem que predomina atualmente no município é a XFG,
embora os dados não indiquem aumento de casos graves ou óbitos, diz Ribeiro.
“As medidas preventivas continuam as mesmas, independentemente da identificação
de novas subvariantes. É fundamental que a população siga higienizando as mãos,
use máscara em caso de sintomas gripais e mantenha a vacinação em dia”, afirma.
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Com informações Agência Brasil.
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