MILITAR DO BOPE CONQUISTOU 1º LUGAR EM CONCURSO DE OPERAÇÕES ESPECIAIS NOS EUA; COLOCANDO A TROPA NA ELITE DO CENÁRIO GLOBAL

(credito: Sociedade Militar)

Postagem publicada à 0h42 desta sexta-feira, 1º agosto de 2025.

Um militar brasileiro conquistou o respeito de uma das forças policiais mais temidas do planeta ao superar os próprios agentes da SWAT durante um treinamento rigoroso nos Estados Unidos. O coronel Wendel, referência em Operações Especiais no Brasil, ficou em primeiro lugar entre 12 participantes de um curso intensivo realizado pelo Departamento de Polícia de Orlando, um feito que não apenas revela a capacidade técnica dos policiais brasileiros, como também coloca o BOPE em destaque no cenário global.

Em entrevista ao Fala Glauber Podcast, o coronel compartilhou os bastidores de sua experiência no exterior e detalhou o impacto transformador que o intercâmbio de conhecimento teve na formação das unidades de elite do Brasil. “A estrutura, o armamento e a precisão com que a SWAT atua são impressionantes. Mas o mais marcante foi perceber que, com determinação e técnica, conseguimos nos igualar, ou até superar, esse nível de excelência.”

Treinamento sob fogo: como um brasileiro superou a tropa de elite americana

A trajetória de Wendel nesse treinamento começou em 2001, numa época em que a cidade de Orlando contava com cerca de 800 mil habitantes, número que quase quadruplicava durante a alta temporada turística. Mesmo assim, a SWAT local operava em regime part-time, convocando seus integrantes apenas quando a situação exigia uma resposta extrema. Ainda assim, cada patrulha estava equipada com armamento de ponta, e os policiais treinavam constantemente para entrar em ação com velocidade e precisão cirúrgicas.

Foi nesse ambiente que o oficial brasileiro se destacou. Durante o curso, ele enfrentou uma série de testes práticos e teóricos com alto grau de exigência. Em um dos exercícios, por exemplo, os participantes precisavam invadir uma casa e executar uma operação completa em apenas 15 segundos. Cada segundo contava. “Esse nível de exigência muda completamente a sua percepção de tempo, planejamento e reação. Quando voltei ao Brasil, percebi o quanto ainda precisávamos avançar para atingir aquele padrão”, afirmou.

SWAT: origem, arsenal e influência global

Criada nos anos 1960 após um massacre em uma universidade no Texas, a SWAT foi a resposta americana à necessidade de combater criminosos extremamente violentos e bem armados. A sigla, que representa Special Weapons and Tactics (Armas e Táticas Especiais), ganhou notoriedade mundial e moldou a forma como outras forças especiais passaram a operar, inclusive o BOPE no Brasil.

A militarização das polícias nos EUA avançou significativamente após episódios como o cerco de North Hollywood em 1999, quando dois assaltantes armados com fuzis AK-47 enfrentaram a polícia por 44 minutos. O episódio foi um divisor de águas. A partir de então, viaturas passaram a carregar coletes balísticos, fuzis de precisão e capacetes militares, equipamentos que se tornaram padrão em operações especiais.

 Wendel confirma: “Nos carros da SWAT, você encontra tudo pronto para guerra urbana. O preparo psicológico e o nível técnico dos operadores é altíssimo. Mas não há diferença intransponível. Nós também temos profissionais prontos para esse nível de combate.”

Como a experiência americana transformou o BOPE no Brasil

Ao retornar ao Brasil após o treinamento, o coronel enfrentou uma dura realidade: a estrutura precária das forças policiais brasileiras na época contrastava brutalmente com o aparato tecnológico e tático da SWAT. “Não tínhamos os equipamentos necessários. Era frustrante saber o que precisa ser feito e não ter as ferramentas para executar”, relatou.

A partir de 2004, esse cenário começou a mudar. O BOPE passou a receber equipamentos mais modernos e iniciou uma reestruturação em seus treinamentos, adotando modelos modulares e segmentados por tipo de operação. Táticas urbanas passaram a ser treinadas no Rio de Janeiro, enquanto técnicas de infiltração em áreas rurais eram desenvolvidas no Mato Grosso.

Esse novo ciclo formativo possibilitou que o BOPE ganhasse autonomia e se tornasse uma das forças de elite mais respeitadas da América Latina. Missões internacionais e treinamentos com unidades como o SAS britânico e a própria SWAT americana contribuíram diretamente para o refinamento das táticas adotadas no Brasil.

Quem é o coronel Wendel?

Natural de Goiás, o coronel Wendel é um nome respeitado entre os operadores de elite do país. Ele comandou o BOPE e o Batalhão de Choque da Polícia Militar de Goiás (PMGO) e carrega no currículo cursos no COT da Polícia Federal, treinamentos com a polícia da Itália e certificações com unidades SWAT nos EUA.

 Além disso, Wendel é caveira, denominação dada aos oficiais que completam o duríssimo curso de operações especiais no Brasil, e tem se dedicado a compartilhar seu conhecimento com novas gerações de militares, promovendo a evolução constante das nossas forças táticas.

Uma conquista individual que representa o Brasil

O primeiro lugar conquistado pelo coronel brasileiro em território americano não foi apenas um feito pessoal. Representou também o reconhecimento internacional da qualidade dos operadores brasileiros, muitas vezes subestimados diante de potências militares estrangeiras. “Essa vitória é do Brasil. Mostra que temos potencial de competir em alto nível. Precisamos apenas de estrutura e apoio político para alcançar nosso verdadeiro lugar no cenário das operações especiais”, concluiu.


******


Com informações Agência Brasil. 

Comentários

Veja os dez post mais visitados nos últimos sete dias