PAPO DE GUEIRREIROS E GUERREIRAS: VAMOS CONHECER A MAIOR E MAIS IMPORTANTE BASE NAVAL DO BRASIL?

(crédito: foto reprodução "IA" Sociedade Militar)

Postagem publicada à 0h10 desta segunda-feira, 28 de julho de 2025.

Vamos conheça a base naval mais importante do Brasil, capaz de abrigar até 10 submarinos e única com novas estruturas para receber o primeiro submarino nuclear do país

A Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM), localizada em Itaguaí, no estado do Rio de Janeiro, entrou oficialmente em operação com uma infraestrutura que muda completamente o cenário militar brasileiro. Com capacidade para receber submarinos convencionais e nucleares, o complexo naval é hoje o maior e mais moderno da América Latina - e representa o coração do ambicioso programa PROSUB, que prevê a construção do primeiro submarino nuclear da história do Brasil.

A inauguração do novo edifício de comando e dos novos estaleiros em fevereiro e março de 2025 consolida a base como a joia da coroa da Força de Submarinos, um braço estratégico da Marinha que ganha protagonismo num momento de reconfiguração das ameaças no Atlântico Sul. Enquanto potências navais como França, Estados Unidos e Reino Unido projetam sua força por meio de submarinos nucleares, o Brasil entra oficialmente para esse clube restrito com uma estrutura compatível e de alta complexidade.

Infraestrutura de guerra invisível: o que há dentro da BSIM

Instalada em uma área de mais de 750 mil metros quadrados, a base conta com 10 cais de atracação e dois diques secos. Ela pode abrigar simultaneamente até 10 submarinos, sendo 6 nucleares e 4 convencionais, além de embarcações de apoio, rebocadores e navios torpedeiros. A instalação de um elevador de submarinos com capacidade de 8 mil toneladas mostra que o país se prepara para operações de manutenção e montagem que antes eram impossíveis no território nacional.

A BSIM também abriga setores administrativos, instalações médicas, áreas de segurança, um moderno sistema de vigilância e salas técnicas para coordenação de operações submersas. Com o novo edifício-sede inaugurado em fevereiro de 2025 - com 4.900m² e capacidade para 200 militares -, o Comando da Força de Submarinos (ComForS) está agora plenamente operacional dentro da base. O estaleiro de manutenção (EMIM), por sua vez, foi ativado no mês seguinte e marca um avanço na autonomia logística da Marinha.

Submarino Riachuelo (S-40), o primeiro da nova classe desenvolvida no Brasil em parceria com a França, atracado na Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM), em Itaguaí (RJ), principal centro estratégico da Marinha para operações submersas.

Submarinos Riachuelo e o futuro Álvaro Alberto

A base já abriga submarinos da classe Riachuelo, como o S-40 Riachuelo, o S-41 Humaitá, o S-42

Tonelero e o em fase final de construção S-43 Almirante Karam. Esses submarinos são versões adaptadas do modelo francês Scorpène, com maior autonomia e sistemas embarcados customizados para a realidade da costa brasileira, que ultrapassa os 8 mil quilômetros.

Mas o grande protagonista da próxima década será o SN-BR Álvaro Alberto, o primeiro submarino nuclear brasileiro. Ele terá propulsão nuclear, mas armamento convencional, como parte da doutrina de dissuasão e soberania. A BSIM foi planejada desde o início para recebê-lo: sua estrutura, sistemas de segurança e capacidade de suporte foram todos pensados para esse salto tecnológico.

Segundo a Marinha, a presença de submarinos nucleares no Atlântico Sul deve garantir o controle de áreas estratégicas como a Bacia de Santos (rica em petróleo), rotas comerciais do Cone Sul e proteção de cabos submarinos de dados que ligam o Brasil à Europa e à África.

Vista aérea da Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM), em Itaguaí (RJ), mostrando os cais de atracação e o moderno elevador de submarinos com capacidade para até 8 mil toneladas — estrutura essencial para o futuro submarino nuclear brasileiro

O programa PROSUB e os desafios da Defesa

A construção da BSIM está inserida no contexto do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), firmado entre Brasil e França em 2008. O projeto tem como eixos principais a construção local de quatro submarinos convencionais e um de propulsão nuclear, além da nacionalização de tecnologias críticas como sonares, sistemas de combate e processos industriais de alta complexidade.

Ainda assim, o caminho não tem sido fácil. Apesar do crescimento de 7,4% nos gastos militares globais em 2024, o Brasil reduziu em 24% seu orçamento operacional de Defesa nos últimos cinco anos, segundo dados do SIPRI. Esse cenário acende o alerta entre oficiais da ativa, que veem na BSIM uma conquista estratégica que não pode ser comprometida por falta de investimento.

“A base representa um divisor de águas na capacidade naval brasileira. É um ativo que reforça nossa soberania e nossa capacidade de proteger os interesses nacionais no Atlântico Sul”, afirmou recentemente o almirante Renato Garcia Arruda, comandante da Força de Submarinos.

 

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Com informações Revista Sociedade Militar. 

 

 

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