VAMOS REFLETIR: COMO UMA OPERAÇÃO DA “CIA” COM APOIO DOS “SEAL(s)” PODERIA SER IMPLEMENTADA NO BRASIL COM MISSÃO DE RESGATAR BOLSONARO

(crédito: foto reprodução "IA" You Tube)

Postagem publicada às 16h44 deste sábado, 06 de setembro de 2025.

Na doutrina militar as análises prospectivas são feitas quotidianamente, elas projetam todos os cenários possíveis, mesmo os mais improváveis, avaliando capacidades de defesa, de reação, vulnerabilidades e riscos. Neste exercício, o foco é projetar se haveria a possibilidade de o governo dos Estados Unidos colocar em prática uma operação clandestina para extrair Jair Bolsonaro de Brasília e em seguida transportar o ex-presidente para um local seguro fora do Brasil.

Contexto. Bolsonaro em prisão domiciliar e a segurança do STF

O ex-presidente cumpre prisão domiciliar em Brasília, sob vigilância da Polícia Federal, não de militares das Forças Armadas. Seus deslocamentos são monitorados, sempre em rotas previsíveis e com um destino previsível - dados que, sob o prisma prospectivo militar, representam vulnerabilidade. O STF, por outro lado, concentra seus esforços em proteger ministros e a sede da Corte. Há varreduras diárias, monitoramento da deep web e uma célula integrada de inteligência desde os ataques de 8 de janeiro. O julgamento de Bolsonaro, que dura vários dias, tem – portanto – reforço inédito na segurança, mas com foco na proteção para os ministros e garantia de que os processos corram normalmente.

Pressões internacionais e a posição de Washington

Críticas que chegam dos EUA questionam a legitimidade do processo contra Jair Bolsonaro. Autoridades americanas classificaram o julgamento como politicamente motivado. Esse tipo de posicionamento poderia, teoricamente, ser usado como justificativa para uma extração, apresentada como proteção a um aliado perseguido e é o ponto de partida dessa análise, que leva em consideração ainda que nos últimos meses Donald Trump tem tomado decisões unilaterais que resultaram em operações de grande impacto no exterior, como a realizada no Irã e mais recentemente no Caribe.

Whashington poderia também, caso fosse confrontado, relembrar a ação recente do governo brasileiro, que em 16 de abril de 2025 utilizou uma aeronave militar para resgatar a ex-primeira dama Peruana, condenada em seu país.

Donald Trump, em especial, adota linha dura contra o STF. Revogou vistos de ministros e já demonstrou não se importar com as repercussões internacionais de seus atos. Nesse cenário prospectivo, o governo Trump autoriza uma operação em Brasília sem grandes preocupações diplomáticas.

Nos EUA, setores conservadores propagam a ideia de que o Brasil se aproxima de Rússia e China no BRICS, colocando em risco a segurança alimentar do planeta e dos próprios EUA, o que é considerado como risco à segurança nacional para os norte- americanos. Para Trump, Lula tem também a intenção de enfraquecer o dólar com a criação de uma moeda para o BRICS. As narrativas, portanto, permitiriam vender a idéia de uma operação de resgate como defesa do Ocidente e da própria segurança alimentar dos EUA.

O ponto vulnerável: trajeto até o STF

Um deslocamento de Bolsonaro de sua casa até o Supremo seria uma oportunidade a ser considerada. O exercício analítico projeta uma parada no trajeto, estratégica e cuidadosamente orquestrada com o núcleo duro do ex-presidente, formado por seus filhos e aliados mais próximos, que têm livre acesso ao mesmo e poderiam servir como interlocutores no planejamento de uma operação.

Uma das hipóteses indica que, pouco antes de se chegar às imediações do STF, que fica na Esplanada dos Ministérios, o veículo de Bolsonaro entraria em um via lateral dando acesso a um espaço aberto o suficiente para aterrissagem e decolagem rápida de um helicóptero MH-60G Pave Hawk, aeronave especializada em recuperação de pessoal em ambientes de combate, que se deslocaria rapidamente até ali, sem levantar suspeitas devido à rotina de sobrevoôs militares na capital federal.

Do ponto da extração seria apenas cerca de 5 minutos de voo até o local onde já estaria em posição o avião norte-americano pronto para decolar em direção aos EUA.

A operação talvez contasse com um bloqueio eletrônico de comunicações feito pelos EUA ou ações mais intrincadas de guerra eletrônica para evitar que aeronaves brasileiras decolassem para interceptar o avião norte americano, que não estaria – ressalte-se – em atitude hostil, apesar de ter cometido uma infração associada à Defesa Nacional. Em relação a eventual reação brasileira, a situação provavelmente seria retardada no âmbito decisório, por não se tratar de fato de um ataque a ser realizado contra o Brasil e pelo fato da aeronave norteamericana, um C-17 talvez, que transportaria o helicóptero e os operadores em seu interior, autorizada a ingressar no espaço aéreo brasileiro e a aterrissar no Brasil por um motivo justificado como abastecimento, desembarque de alguma carga diplomática ou avaria, não ser inicialmente classificada como estando em afronta à defesa nacional.

Militares ouvidos acreditam que não haveria uma reação armada das autoridades brasileiras contra a aeronave dos EUA no curto espaço de tempo em que estivesse sobre o espaço aéreo do país, pouco mais que uma hora. E que as próprias autoridades da Força Aérea retardariam ao máximo as ações para evitar “problemas maiores” com os militares dos EUA, com os quais mantém fortes laços diplomático-militares.

Riscos e contramedidas brasileiras

Apesar da viabilidade, existem riscos, por exemplo: a Polícia Federal poderia reagir unilateralmente no momento da extração, sem consultar autoridades do governo e a coisa teria possibilidade de terminar em um caos, uma tragédia. Internacionalmente, a operação poderia ser vista como violação direta da soberania brasileira. Mas, como colocado acima, Trump tem pouco se abalado com as críticas.

Condições excepcionais de execução

Do ponto de vista estritamente militar, a operação reuniria condições excepcionais de execução. A curta distância entre a Esplanada dos Ministérios e a Base Aérea de Brasília reduziria drasticamente o tempo de exposição, permitindo um deslocamento aéreo de apenas alguns minutos — fator que, em cenários de operações especiais, pode definir a diferença entre sucesso e fracasso.

No campo político, contudo, o custo seria potencialmente devastador. Uma ação dessa natureza representaria afronta direta à soberania brasileira, com repercussões imediatas em fóruns internacionais e inevitável desgaste diplomático. Ainda assim, sob um governo Trump, a combinação de apoio popular interno nos Estados Unidos e a narrativa de enfrentamento geopolítico ao BRICS, interpretada como necessária à segurança nacional dos EUA, poderia oferecer a justificativa necessária para correr esse risco.

A síntese da análise prospectiva se impõe em termos claros: viabilidade técnica elevada, risco operacional médio e custo diplomático médio, na medida em que relações comerciais entre Brasil e EUA passam por um momento crítico.


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Com informações Revista Sociedade Militar. 

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