EXERCÍCIOS MILITARES UNEM FRAGATAS BRASILEIRAS E DESTRÓIERES JAPONES EM MANOBRAS INÉDITAS EM CABO FRIO-RJ
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(crédito: foto reprodução "IA" Marinha do Brasil) |
Postagem publicada às 21h48 desta terça-feira, 02 de setembro de 2025.
No dia 29 de agosto, a Marinha do Brasil (MB) recebeu no
litoral do Rio de Janeiro a Esquadra de Treinamento da Força Marítima de
Autodefesa do Japão para a realização de exercícios operativos. A atividade
reforçou a parceria estratégica entre os dois países, com foco na diplomacia
naval e no preparo conjunto de futuras gerações de oficiais.
As fragatas brasileiras “Defensora” e “União” partiram da
Base Naval do Rio de Janeiro em direção a Cabo Frio (RJ), onde se encontraram
com os navios japoneses JS “Kashima”, navio-escola da Marinha japonesa, e o
destróier JS “Shimakaze”, da classe Hatakaze, adaptado para instrução. O grupo
japonês estava sob comando do Contra-Almirante Hiroshi Watanabe, e sua presença
no Brasil integrou uma comissão de treinamento transoceânica voltada à formação
de guardas-marinha recém-formados.
Operações conjuntas e interoperabilidade
Durante os exercícios, foram conduzidas manobras táticas que
incluíram cenários de trânsito sob ameaça aérea, com participação do caça
brasileiro AF-1 “Skyhawk”, pertencente ao 1º Esquadrão de Interceptação e
Ataque. A aeronave simulou ataques hostis, desafiando os navios a reagirem
dentro de protocolos de defesa.
Crédito: Terceiro-Sargento (Eletrônico) Fontenelle
Além disso, o helicóptero AH-11B “SuperLynx”, embarcado na
fragata “Defensora”, foi empregado em operações de Helo Cross Deck, realizando
pousos sucessivos no convés do JS “Kashima”. Esse tipo de exercício é
fundamental para testar a padronização de procedimentos entre tripulações de
países diferentes e ampliar a capacidade de operar em missões combinadas.
Segundo o Capitão de Mar e Guerra Caetano Quinaia Silveira,
comandante do Grupo-Tarefa brasileiro, a atividade reforçou a tradição da
Marinha do Brasil em integrar forças-tarefa internacionais. “Essas operações
comprovam nossa aptidão para atuar lado a lado com marinhas parceiras,
ampliando a interoperabilidade e o preparo para missões de grande escala”,
afirmou.
Intercâmbio cultural e formação de oficiais
Além da parte técnica, os exercícios incluíram intercâmbio
entre tripulações, permitindo que militares brasileiros e japoneses
compartilhassem experiências profissionais e aspectos culturais. Essa troca,
destacaram as duas Marinhas, é tão importante quanto o treinamento operacional,
pois fortalece laços de amizade e confiança mútua.
O Contra-Almirante Hiroshi Watanabe ressaltou a qualidade da
cooperação com a MB: “Foi notável observar a preparação e a capacidade
operativa dos militares brasileiros, tanto na fase de planejamento quanto na
execução das atividades conjuntas”.
Uma relação de 130 anos
A visita da Esquadra de Treinamento japonesa ao Brasil teve
ainda um caráter simbólico. Em 2025, Brasil e Japão celebram 130 anos do
Tratado de Amizade, Comércio e Navegação, acordo que deu início a uma relação
diplomática sólida, ampliada ao longo das décadas em áreas como comércio,
tecnologia e defesa.
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Com informações e fotos Revista Sociedade Militar.
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