HADDAD: GOVERNO TEM PLANO PARA SOCORRER SETORES AFETADOS POR TARIFAÇO
![]() |
| (crédito: Agência Brasil) |
Postagem publicada às 4 horas desta quinta-feira, 24 de julho de 2025.
As áreas técnicas da equipe
econômica e do Ministério das Relações Exteriores concluíram o desenho do plano
de contingência para socorrer os setores da economia afetados pela imposição de
tarifas de 50% pelos Estados Unidos, revelou nesta quarta-feira (23) o ministro
da Fazenda, Fernando Haddad. As medidas serão levadas na próxima semana ao
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“A área técnica dos três
ministérios envolvidos [Fazenda, Indústria e Relações Exteriores] vão me
apresentar amanhã os detalhes. Provavelmente semana que vem nós devemos levar
para o presidente [Lula]”, afirmou o ministro, que não adiantou detalhes sobre
nenhuma medida.
Elaborado com base nos parâmetros
definidos por Haddad e pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento,
Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, o plano de contingência ainda
precisa ser avaliado pelos ministros das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e
da Casa Civil, Rui Costa, antes de serem enviadas a Lula, que tomará a decisão
final.
Dificuldades
Haddad reiterou que a prioridade
do governo continua sendo a negociação com os Estados Unidos. O ministro, no
entanto, admitiu que a Casa Branca está interditando qualquer debate.
“Nós [do Ministério da Fazenda]
estamos falando com a equipe técnica da Secretaria do Tesouro [estadunidense],
mas não com o secretário Scott Bessent”, disse Haddad. Alckmin tem conseguido
falar com alguns secretários americanos, mas não tem recebido respostas da Casa
Branca.
“A informação que chega é que o
Brasil tem um ponto, o Brasil tem razão em querer sentar à mesa, mas que o tema
está muito concentrado na assessoria da Casa Branca, daí a dificuldade de
entender melhor qual vai ser o movimento [dos Estados Unidos]”, justificou
Haddad.
Apesar das dificuldades, o
ministro afirmou ainda ver espaço para negociações com o país, baseados nas
experiências de acordos recentemente fechados com o Vietnã, o Japão, a
Indonésia e as Filipinas. Haddad também citou avanços nas negociações entre os
Estados Unidos e a União Europeia como fator que pode estimular o Brasil.
“Houve boas surpresas em relação
a outros países nos últimos dias. Podemos chegar à data de 1º de agosto com
algum aceno e alguma possibilidade de acordo, mas para haver acordo precisa
haver duas partes sentadas à mesa para chegar a uma conclusão. Não dá para
antecipar um movimento que não depende só de nós, mas o Brasil nunca saiu da
mesa de negociação”, acrescentou Haddad.
Governadores
O ministro elogiou a iniciativa
de governadores em oferecer ajuda aos setores dos respectivos estados afetados
pelo tarifaço do governo Donald Trump. No entanto, disse que as medidas de
ajuda locais têm pouco alcance diante do impacto sobre as exportações
brasileiras.
“Toda ajuda é bem-vinda, mas são
movimentos um pouco restritos, não tem um alcance, porque uma linha de R$ 200
milhões, você está falando de US$ 40 milhões, enquanto estamos falando de US$
40 bilhões de exportação”, afirmou Haddad.
O ministro referiu-se a uma linha
de crédito de R$ 200 milhões anunciada nesta quarta pelo governador de São
Paulo, Tarcísio de Freitas.
Apesar do alcance restrito,
Haddad reconheceu o esforço dos governadores de se mobilizarem em torno das
empresas e dos setores econômicos afetados.
“É bom saber que os governadores
estão mobilizados e percebendo, finalmente, que é um problema do Estado
brasileiro. É bom notar que eles estão mudando de posição, deixando de celebrar
uma agressão estrangeira ao Brasil. Isso é importante: caírem na real e
abandonarem o movimento inicial que fizeram de apoio ao tarifaço contra o
Brasil”, comentou.
*********
Com informações e fotos Agência Brasil.





.jpg)


.jpg)

.png)
Comentários