EDUARDO BOLSONARO: “SE BRASIL NÃO RESOLVER CRISE, NÃO HAVERÁ ELEIÇÃO EM 2026”
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(crédito: foto reprodução para ilustração do texto) |
Postagem publicada às 2h20 deste domingo, 20 de julho de 2025.
Filho de ex-presidente Bolsonaro afirma que Estados Unidos são "única esperança" para eleições de 2026, condena Moraes e apela para "elites brasileiras" e por "anistia ampla, geral e irrestrita"
Em entrevista à CNN na última
sexta-feira (18/7), o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro se
manifestou acerca do processo de julgamento do pai, o ex-presidente Jair
Bolsonaro, e das tarifas de Donald Trump sobre o Brasil, influenciadas pela
defesa do representante americano ao antigo chefe de Estado brasileiro. O
parlamentar, que se encontra nos Estados Unidos, garantiu que “não haverá
recuo” da parte do republicano em relação à medida tarifária, que seria “única
esperança” para garantir à oposição as eleições de 2026.
“Não haverá eleição em 2026”
Perguntado sobre o fato de a
popularidade de Lula ter subido depois dos pronunciamentos e medidas de Trump
em apoio a Jair Bolsonaro, o deputado federal afirmou não estar preocupado com
as próximas eleições.
“Se o Brasil não resolver nos
próximos meses ou próximas semanas essa crise institucional, não haverá eleição
em 2026”, disse. “Eu não estou preocupado com popularidade. É 100% vitória ou
100% derrota. E eu tenho certeza (de que) se nós saímos vitoriosos — eu creio,
tenho fé em Deus que sairemos —, a gente recupera essa popularidade em um ou
dois dias.”
Segundo Eduardo, a preocupação
diz respeito a chegar em uma eleição “sem Bolsonaro poder concorrer” e sem ele,
“que muitos dão como certo um senador por São Paulo”, poder retornar ao Brasil.
Ele afirma que o país terá a “oposição varrida das eleições de 2026” por
Alexandre de Moraes “se a única esperança que está surgindo agora com os
Estados Unidos não der certo”. E reforça: “É por isso que não haverá recuo, e o
nosso aliado é muito forte, o Trump não vai recuar diante de Alexandre de
Moraes”.
O parlamentar reitera que não
quer chegar ao ponto em que “Trump não reconhecerá uma eleição sem a
participação de Jair Bolsonaro” — inelegível até 2030 — e chamou as próximas
semanas de “decisivas”.
“A crise econômica, com Bolsonaro
preso ou não, vai se agravar”, garante. “O Brasil, para solucionar isso, só tem
uma maneira: segurando o ímpeto de Alexandre de Moraes. Leiam a carta de Trump
(...). Por isso que eu tenho falado: olha, a melhor sinalização é uma anistia
ampla, geral e irrestrita (no processo de julgamento da tentativa de golpe de
Estado).”
Ele reforça que o país “tem um
momento crucial para decidir se vai ter um tratamento definitivo de Venezuela
ou se vai se alinhar com as potências democráticas do mundo”; e reiterou: “Não
é culpa minha, eu não estou fazendo nada, eu só levo os fatos aqui”.
Eduardo ainda comenta que o pai e
o restante dos apoiadores dele são “pessoas honestas” e não deveriam estar
sendo investigados. “Espero que Deus ilumine a cabeça das autoridades
brasileiras, principalmente da elite econômica, que tem muito poder, para que
façam pressão nas pessoas corretas, notoriamente Alexandre de Moraes, e a gente
consiga mudar esse cenário atual. Dos Estados Unidos, não falo em nome de
ninguém, mas posso garantir: não haverá recuo. Se tudo der errado, pelo menos
nós já estaremos vingados.”
Comentários sobre Alexandre de
Moraes
Apesar de esclarecer que não fala
pelo líder do país em que está no momento, o filho "03" afirmou que a
decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que
impôs ao ex-governante uma tornozeleira eletrônica, não fará com que os EUA
recuem com o plano econômico — descrito pelo governo brasileiro, na última
quinta (17/7), como “chantagem inaceitável”. Ele definiu as medidas impostas ao
pai, que incluem também proibição de contato entre eles, como “muito mais do
que lamentável” e “repugnante”.
De acordo com Eduardo, a decisão
de Moraes reforçaria uma “ditadura” que o Brasil estaria vivendo. “Não dá mais
para tratar isso aí como democracia”, disse o parlamentar licenciado. Segundo
ele, o pai está vivendo como se estivesse em regime semiaberto, em prisão
domiciliar, antes mesmo da condenação; e reforça que as medidas impostas pelo
magistrado teriam por objetivo humilhar a família Bolsonaro.
Sobre a pressão externa no
julgamento, o deputado federal licenciado ironiza que aprendeu com Moraes “que
não se deve recuar mediante chantagem”; e que agora o ministro “está
encontrando uma pessoa maior do que ele para bater de frente”, referindo-se ao presidente
dos Estados Unidos, a quem agradeceu por “comprar essa briga”.
“Os senhores acreditam em
Alexandre de Moraes, tendo como coadjuvante Lula, para conseguir fazer o Trump
recuar?”, indagou. Ele apela, então, para as “elites brasileiras”, para que “o
Brasil (não) vire uma Venezuela” a partir da ameaça americana: “Eu quero saber
dos senhores, que têm grande parcela de poder nacional, se os senhores
concordam com isso que está acontecendo ou se vão segurar Alexandre de Moraes”.
Embora admita que as tarifas não
façam parte de um “cenário ideal” e que desde o início tenha advogado “por
sanções individuais” contra o ministro do STF, Eduardo diz que “essas tarifas
são a única novidade que está fazendo o sistema repensar” e as define como “a
única alternativa e fina esperança” que resta. “Eu não tenho como criticar o
Donald Trump se ele escolheu, dentre as cartas que tinha à sua mesa, a tarifa”,
afirma. “Lamento que o povo brasileiro inteiro possa vir a pagar essa conta.”
Apesar de Lula ter afirmado
buscar negociação com o país norte-americano por meio de carta enviada em maio
e mais de dez reuniões a respeito da troca comercial, o parlamentar diz que o
governo não teria procurado “nenhuma porta de entrada junto” ao governo
americano. “O Brasil não se dá ao respeito”, afirma. “Não tem como você achar
que o Brasil não vai sofrer consequências se aliando a todo o tipo de escória
mundial. O cenário que a gente está vendo hoje é fruto da perseguição política
e de um governo acéfalo.”
Eduardo garante que não mediou,
na Casa Branca, possível oferta de asilo político ao ex-presidente brasileiro,
e afirma que não está nos Estados Unidos “para defender Jair Bolsonaro”. Para
ele, o pai é “só mais um dos perseguidos” de uma crise institucional vivida
pelo país sul-americano. “É claro que ele tem muita notoriedade, porque ele
lidera o movimento”, diz. “Querem calar muitas pessoas no Brasil, o Bolsonaro
só está no meio do caminho.”
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Com informações do Correio Braziliense.
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