COMO UMA EXPLOSÃO NUCLEAR NO ORIENTE MÉDIO PODERIA AFETAR O BRASIL
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(crédito: foto "IA" Socidade Militar) |
Postagem publicada às 23h10 desta segunda-feira, 16 de junho de 2025.
Os impactos regionais, econômicos e ambientais para o Brasil
caso uma bomba nuclear fosse detonada no Oriente Médio. Os riscos globais da
ameaça nuclear.
Com o mundo explodindo em conflitos, e agora, pelo menos em
tese, quando duas potências nucleares (Israel e Irã) se enfrentam, uma pergunta
inevitavelmente vem à tona. O que pode acontecer se uma dessas bombas for
detonada? Quais os possíveis efeitos regionais ou mundiais? Quais os efeitos
disso para nós brasileiros?
Atualmente há no total cerca de 13.000 armas nucleares no
mundo, sendo a maioria concentrada entre Rússia e Estados Unidos, que juntos
detêm cerca de 90% do arsenal global. A Rússia lidera a lista de maior arsenal:
entre ogivas, implantadas, em reserva/não implantadas e em estoque militar, o
país soma um total de 5.449.
Os Estados Unidos vêm logo após, com 5.277. Em seguida, estão
China (600), França (290), Reino Unido (225), Índia (180), Paquistão (170),
Israel (90) e Coreia do Norte (50). Essas informações são da National
Geographic.
Outros países, como o Irã, não possuem armas nucleares
confirmadas, embora haja preocupações internacionais sobre seus programas
nucleares.
Impactos diretos de uma bomba nuclear no Oriente Médio e o
que isso significa para o Brasil
No pior cenário possível, no caso de Irã ou Israel partir
para um ataque com tecnologia nuclear, sem dúvida haveria consequências
avassaladoras regionalmente. Contudo, uma detonação de um artefato desses no
oriente médio dificilmente teria efeitos diretos e imediatos no Brasil em
termos de destruição física ou radiação, devido à grande distância geográfica
entre os dois países.
Israel e Brasil estão separados por milhares de quilômetros
de oceano e continentes. Portanto, o impacto local da explosão nuclear — como a
onda de choque, calor extremo e radiação inicial — ficaria restrito à região
próxima ao ponto da detonação.
Consequências econômicas e logísticas para o Brasil em caso
de guerra nuclear
Em entrevista ao jornal O Tempo, no último dia 12 de junho, o
professor de Relações Internacionais da UniArnaldo Centro Universitário,
Vladimir
Feijó, afirmou que no caso de uma guerra nuclear na região é
difícil mensurar o que pode acontecer sem saber, de fato, o que será utilizado
para destruição. Se for algum material radioativo, cujos efeitos se espalham
por décadas, as consequências, além das milhões de mortes, serão várias.
“O comércio internacional seria interrompido por risco de
contaminação, o que exigiria uma mudança logística internacional. Aquela é uma
área logisticamente muito importante, com o canal de Suez bem próximo de
Israel, o que interfere no comércio com Europa e Ásia. Irã faz fronteira com
Arábia Saudita e tem toda a questão logística do petróleo”, avalia.
Isso pode levar a aumentos nos preços do petróleo e
interrupções em cadeias de suprimentos globais, afetando a economia brasileira,
inclusive a exportação de produtos agropecuários e carnes.
Riscos de contaminação atmosférica e escalada global do
conflito
Além dos aspectos logístico e econômico, os riscos de
contaminação atmosférica em escala global seriam gigantes. Explosões nucleares
geram nuvens de poeira e partículas radioativas que podem ser dispersas pela
atmosfera, dependendo das condições climáticas e da altitude da detonação.
Embora a maior parte da radiação fique concentrada na região
do ataque, partículas radioativas podem teoricamente se espalhar pelo planeta
em níveis muito baixos, mas não a ponto de causar danos significativos à saúde
num país tão longínquo daquele local como o Brasil, por exemplo.
O professor Vladimir Feijó também chama atenção para o perigo
de o conflito inicial se alastrar pela região. “Após esse recente ataque, o Irã
pode acelerar o processo de ter bombas. Além disso, se a China e a Rússia se
envolverem para defenderem o Irã, o mundo inteiro entrará em perigo de uma
guerra generalizada.
O Irã é estratégico para esses dois países no que diz
respeito ao comércio internacional e, por isso, precisa de estabilidade. Rússia
e China podem fornecer armamentos para o Irã, e se Israel e Estados Unidos
começaram a destruir as armas desses países, a situação se agrava ainda mais”,
explica Feijó.
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Com informações Revista Sociedade Militar.
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