TARIFAÇO: NEGOCIAÇÃO INDIVIDUAL É FIM DO MULTILATERALISMO, DIZ LULA EM ENTREVISTA
![]() |
| (crédito: foto reprodução "IA" / Agência Brasil) |
Postagem publicada às 08 haras desta quinta-feira, 10 de abril de
2025.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a se dizer
preocupado com as decisões unilaterais dos Estados Unidos de aplicar tarifas em
produtos de todos os parceiros comerciais do planeta e apontou riscos de um
"efeito devastador" na economia mundial.
"Nós não sabemos qual vai ser o efeito devastador disso
na economia. É preciso saber quanto vai custar isso do ponto de vista do preço
dos produtos, da relação multilateral", criticou Lula nesta quarta-feira
(9), em entrevista a jornalistas brasileiros, após participação na Cúpula da
Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Tegucigalpa,
capital de Honduras.
O presidente observou a nova decisão do presidente dos
Estados Unidos (EUA), que aumentou ainda mais as tarifas contra a China, ao
mesmo tempo em que reduziu as cobranças adicionais para outros 75 países. Para
Lula, o método sinaliza a intenção de um confronto direto com os asiáticos e
põe em xeque a sustentabilidade do multilateralismo e equilíbrio entre os
países
"Me parece que tá ficando cada vez mais visível que é
uma briga pessoal [de Trump] com a China. Ora, querer fazer negociação
individual é colocar fim no multilateralismo. E o multilateralismo é muito
importante para a tranquilidade econômica que o mundo precisa. Não é aceitável
a hegemonia deum país, nem militar, nem cultural, nem industrial, nem
tecnológica e nem econômica sobre os outros", apontou.
Em discurso durante a Cúpula, ele já havia criticado a adoção
de tarifas unilaterais.
Sobre a postura do governo brasileiro frente a essa pressão,
Lula disse que haverá reciprocidade, caso, ao final das negociações, as tarifas
se mantenham.
"Vamos utilizar todas as palavras de negociação que o
dicionário permitir. Depois que acabar, nós vamos tomar as decisões que
entendermos serem cabíveis", garantiu.
Tentativa de veto
Ainda sobre a Cúpula da Celac, Lula criticou a postura de
países que tentaram barrar a aprovação da declaração final. Na assembleia de
chefes de Estado e de governo, as delegações de Paraguai e Argentina tentaram
vetar o texto final, mas ele foi aprovado com a indicação de contrariedade dos
dois países.
"É muito importante que a gente distribua sempre a ideia
do consenso, mas o consenso não pode ser o direito de veto. Você não pode ter
40 países e um só decidir que não gosta de alguma coisa e não assinar um
documento. É melhor você assinar o documento e colocar no rodapé que tal país
não quis assinar. É mais democrático e as coisas andam, evoluem".
Mulher na ONU
Já em relação à proposta feita pelo Brasil para a Celac
propor candidatura única de uma mulher da América Latina e Caribe para o cargo
de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2026, Lula
demonstrou confiança com a iniciativa e destacou o papel das lideranças
femininas do mundo atual.
"Eu acho que vai dar certo porque as mulheres estão em
ascensão, ocupando espaço cada vez melhores, as mulheres estão provando que têm
mais competência que os homens em muitas coisas, têm mais sensibilidade. O
século 21 pode ser verdadeiramente o século das mulheres", afirmou.
Após a cúpula da Celac, Lula está retornando ao Brasil, onde
deve desembarcar na madrugada desta quinta-feira (10), em Brasília.
********
Com informações Agência Brasil.
.jpg)
.jpg)



.webp)
.png)


.jpg)
.avif.jpg)
Comentários