O TERRÍVEL CASO DOS 70 CRISTÃOS DECAPITADOS NO CONGO; EXÉRCITO BRASILEIRO MANTÉM MILITARES NO PAÍS
Postagem publica às 17h59 deste domingo, 09 de março de 2025.
O Extermínio de Cristãos na República Democrática do
Congo é um assunto aparentemente pouco abordado.
Nos últimos dias, uma tragédia de proporções alarmantes ocorreu na República Democrática do Congo (RDC), onde 70 pessoas foram brutalmente assassinados por militantes islâmicos afiliados ao Estado Islâmico (ISIS). O massacre, ocorrido na vila de Kasanga, no distrito de Lubero, chocou a comunidade cristã internacional e levantou questões sobre o silêncio internacional diante dessa perseguição religiosa. “Isso não foi apenas um ato de terror. Foi um massacre direcionado de cristãos, e não vai parar aqui”, diz Illia Djadi, Analista Sênior para Liberdade de Religião ou Crença na África Subsaariana para a Missão Portas Abertas, instituição que monitora o risco para a circulação de cristãos em todo o planeta.
Um massacre anunciado
Segundo relatos da Vatican News e Portas Abertas Internacional, os cristãos foram capturados por membros das Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo terrorista de origem ugandesa que opera na região há anos. Inicialmente, cerca de 100 pessoas foram feitas reféns e forçadas a marchar. Entre os capturados estavam mulheres, crianças e idosos, que foram levados para uma igreja protestante. O local, que deveria ser um refúgio de paz, transformou-se no cenário de um massacre cruel: todos os 70 foram amarrados e decapitados com facões e martelos.
Os cristãos decapitados foram descobertos apenas dias depois, quando moradores e organizações humanitárias encontraram os corpos abandonados dentro da igreja. O choque e o horror tomaram conta da população local, que se viu impedida de enterrar os mortos por conta da presença constante dos terroristas na região.
A indiferença global
A comentarista política Liz Wheeler denunciou a falta
de cobertura da mídia tradicional sobre o ocorrido, questionando a ausência de
indignação quando as vítimas são cristãs. Segundo a Open Doors US, mais de 380
milhões de cristãos em todo o mundo enfrentam perseguição, sendo a África um
dos epicentros dessa crise humanitária.
O massacre em Kasanga ocorre em um contexto de instabilidade crescente na RDC. A província de Kivu do Norte, onde o ataque aconteceu, é palco de disputas entre diferentes grupos armados, incluindo o M23, que recentemente conquistou territórios estratégicos, como Goma e Bukavu. A violência generalizada tem levado milhares de civis ao deslocamento forçado, aumentando o caos na região.
Líderes religiosos e humanitários na RDC relatam que a
situação está se deteriorando rapidamente. “Não sabemos o que fazer ou como
orar; já tivemos massacres suficientes”, disse um ancião da igreja local. O
pedido de ajuda ecoa entre aqueles que perderam familiares, lares e qualquer
perspectiva de paz.
A presença do Exército Brasileiro na RDC
Em meio ao cenário de violência e instabilidade, militares do Exército Brasileiro estão em ação na República Democrática do Congo como parte da Missão das Nações Unidas para a Estabilização na RDC (MONUSCO). Essa operação de paz da ONU tem como objetivo proteger civis e apoiar a estabilização do país, devastado por conflitos armados e uma grave crise humanitária.
Atualmente, 15 militares brasileiros, entro oficiais, subtenentes e sargentos, desempenham papéis estratégicos em Goma e Beni. Em Goma, onde a presença brasileira é marcante, cinco militares estão atuando na missão. Já em Beni, cidade localizada na província vizinha do Kivu do Norte, onze militares brasileiros fazem parte da Equipe de Treinamento de Operações na Selva, capacitando as tropas da ONU e as Forças Armadas Congolesas para lidar com os combates.
A presença brasileira na missão é considerada pela ONU como fundamental para garantir proteção à população civil e auxiliar nas estratégias de estabilização do país. Entretanto, os desafios são constantes: ataques frequentes, infraestrutura precária e a ameaça permanente de grupos rebeldes tornam a operação uma tarefa árdua. Apesar disso, o Brasil segue comprometido com a segurança e a paz na região.
Apelo por justiça e solidariedade no Congo
A Portas Abertas Internacional condenou veementemente o ataque e pediu que a comunidade internacional tome medidas para proteger os cristãos e outros civis vulneráveis na RDC. “A violência acontece em um contexto de impunidade, onde quase ninguém é responsabilizado”, afirmou John Samuel, especialista jurídico da organização. A impunidade permite que grupos como a ADF continuem seus ataques sem consequências, espalhando terror e destruição.
Líderes religiosos também pedem orações e apoio
internacional. “Oremos para que Deus conforte aqueles que perderam entes
queridos e fortaleça a fé dos cristãos que vivem sob ameaça”, solicita um
comunicado da Open Doors.
*********
Com informações Revista Sociedade Militar.
Comentários