Fonte: Jornal Eletrônico 247
O destino tem sido cruel com o governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral, e dois de seus principais amigos na cena empresarial: Fernando Cavendish, da construtora Delta, e Eike Batista, da EBX. Para eles, aparentemente, as coisas dão errado ao mesmo tempo.
Ontem, Eike Batista anunciou que não pagará juros de US$ 44,5 milhões no vencimento de uma dívida tomada no exterior e credores já projetam o maior calote da história na América Latina. No mesmo dia, Fernando Cavendish, da Delta, foi alvo da Operação Saqueador da Polícia Federal, cujo nome diz tudo. De acordo com a PF, Cavendish, que, até recentemente, era o maior empreiteiro do Rio de Janeiro, desviou R$ 300 milhões em obras públicas.
Tanto Eike e Cavendish se juntaram a Cabral num episódio trágico. Foi o dono da EBX quem emprestou seu avião para que Sergio Cabral fosse ao aniversário de Cavendish na Bahia. Lá, a queda de um helicóptero matou a esposa do empreiteiro, a namorada do filho de Cabral e fez outras vítimas. Depois disso, Cabral afirmou, pela primeira vez, que disciplinaria o uso de aeronaves.
Em outro episódio polêmico, Cabral foi fotografado numa grande farra em Paris, ao lado de Cavendish e diversos secretários do governo do Rio. Vários deles portavam guardanapos na cabeça.
Contido desde as manifestações de junho, que o transformaram num dos principais alvos da indignação popular, o governador Sergio Cabral tem feito articulações em Brasília para se tornar ministro em 2014, quando pretende transferir o governo do Rio de Janeiro para seu vice Luiz Fernando Pezão.
No entanto, na conjuntura atual, Cabral dificilmente terá sucesso em suas manobras políticas. Levá-lo ao Planalto seria também importar parte das crises de Cavendish e Eike. Além disso, o Rio de Janeiro continua sendo o único estado brasileiro ainda tomado por manifestações violentas de rua.
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