VÍDEO: MADURO FAZ APELO DRAMÁTICO AO POVO DOS EUA APÓS TRUMP LIBERAR OPERAÇÕES SECRETAS DA CIA EM TERRITÓRIO VENEZUELANO, CONFIRA
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(foto: Nicolás Maduro/Fotógrafo Carlos Garcia) |
Postagem publicada às 2h30 desta sexta-feira, 17 de outubro de 2025.
Em tom emotivo e bilíngue, o presidente da Venezuela afirmou que o país quer paz e denunciou as “guerras falhadas” conduzidas pela agência de inteligência norte-americana
Maduro pede paz e condena operações secretas da CIA na
Venezuela após autorização de Trump, alertando para risco de guerra no Caribe.
O presidente
venezuelano Nicolás Maduro fez um apelo comovente ao povo dos Estados Unidos,
afirmando que a América Latina e o Caribe não querem guerra. A declaração foi
transmitida durante um evento oficial em Caracas, poucas horas depois de o
líder norte-americano Donald Trump confirmar que havia autorizado a CIA a
conduzir operações secretas e letais na Venezuela.
O discurso, transmitido por emissoras estatais e redes
sociais, foi marcado por um tom de urgência e emoção. “Digo ao povo dos Estados
Unidos: não à guerra. Not war, please, please, please. Listen to me”, declarou
Maduro em inglês, pedindo respeito à soberania do país. Ele destacou que a
Venezuela quer paz, e não confronto, e criticou duramente as ameaças militares
e os discursos agressivos vindos de Washington.
De acordo com o presidente venezuelano, “a CIA tem um longo
histórico de golpes e intervenções fracassadas em todo o mundo”, citando os
conflitos no Afeganistão, Iraque e Líbia como exemplos de “guerras eternas e
falhadas”. Ele questionou: “Até quando haverá golpes de Estado da CIA? A
América Latina não a quer, não precisa e a repudia.”
Durante seu pronunciamento, Maduro também citou pesquisas
internas que, segundo ele, apontam que 70% dos venezuelanos rejeitam as ameaças
militares dos Estados Unidos contra a Venezuela e o Caribe. Embora as fontes
desses levantamentos não tenham sido divulgadas, o líder afirmou que o
resultado reflete o sentimento de rejeição generalizada na região.
A informação foi divulgada pelo portal The New York Times,
que também relatou que o governo norte-americano permitiu secretamente que a
agência de inteligência conduzisse operações “letais” em território
venezuelano. O próprio Trump confirmou, em entrevista coletiva, que autorizou a
CIA a atuar na Venezuela, alegando dois motivos principais: o suposto envio de
prisioneiros libertados para os EUA e o aumento no tráfico de drogas vindo do
país sul-americano.
Entretanto, não há provas concretas de que o governo
venezuelano tenha facilitado a entrada de migrantes nos Estados Unidos,
tampouco de que o narcotráfico seja coordenado por autoridades de Caracas.
Especialistas afirmam que a narrativa adotada pela Casa Branca busca legitimar
uma política intervencionista e criar um pretexto para intensificar a pressão
sobre o governo venezuelano.
Maduro aproveitou o momento para reiterar que a Venezuela
defende o direito internacional e pede diálogo entre as nações. “O caminho é a
diplomacia, não a violência. A guerra só traz destruição e sofrimento aos
povos”, afirmou o presidente, em tom sereno, porém firme.
Trump confirma operações e insinua possibilidade de ataques
terrestres
Horas antes do discurso de Maduro, Donald Trump havia
declarado em entrevista à imprensa que os Estados Unidos “certamente estão
olhando para o solo venezuelano”, sugerindo que ataques terrestres poderiam
ocorrer em breve. O republicano afirmou que os EUA “já têm o mar muito bem
controlado” e que uma ofensiva terrestre seria “uma ótima opção” para lidar com
cartéis e redes de tráfico.
A fala intensificou os temores de uma escalada militar na
região do Caribe, já que os ataques navais norte-americanos contra embarcações
venezuelanas têm aumentado nos últimos meses. Segundo o próprio governo dos
EUA, ao menos 27 pessoas morreram em operações em alto-mar, realizadas sob a
justificativa de combate ao narcotráfico.
Apesar disso, juristas e analistas internacionais questionam
a legalidade dessas ações, que empregam força letal em águas internacionais
contra suspeitos que não foram presos nem interrogados. Parlamentares
democratas no Congresso norte-americano também pediram explicações formais à
Casa Branca sobre a extensão e os limites dessas operações da CIA.
O clima de tensão diplomática é agravado pela suspensão
oficial do diálogo entre Washington e Caracas, determinada por Trump no início
de outubro. Segundo uma fonte diplomática citada pela agência AFP, o
republicano ordenou ao enviado especial Richard Grenell que encerrasse todos os
esforços para alcançar um acordo político com a Venezuela.
Relações diplomáticas em colapso e nova era de tensão no
Caribe
As relações entre Estados Unidos e Venezuela atravessam o
momento mais delicado desde o primeiro mandato de Trump, entre 2017 e 2021.
Após retornar à Casa Branca em janeiro, o republicano interrompeu todas as
negociações diplomáticas com Caracas, ampliando sanções econômicas e revogando
autorizações comerciais que ainda beneficiavam o setor petrolífero venezuelano.
Analistas de política internacional avaliam que essa ruptura
reacende a polarização na América Latina, especialmente em países que tentam
mediar a crise, como Brasil, México e Colômbia. Para muitos, o novo ciclo de
hostilidade representa um retrocesso nos esforços de integração regional, que
haviam sido retomados com a mediação de organismos como a CELAC (Comunidade de
Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Conforme informações divulgadas pelo jornal The New York
Times, a autorização para as operações secretas da CIA marca uma mudança
drástica na política externa dos EUA em relação à Venezuela. O plano
envolveria, segundo fontes da publicação, operações letais em território
venezuelano sob o pretexto de “combater o tráfico e proteger fronteiras”.
“O caminho é o respeito entre os povos”, diz Maduro em apelo
final
Em seu encerramento, Maduro reforçou que a Venezuela não
busca confrontos, mas exige que os Estados Unidos respeitem o direito
internacional e a autodeterminação dos povos. “Queremos paz, desenvolvimento e
respeito. O caminho é o diálogo, não as armas”, declarou.
O presidente destacou ainda que o povo venezuelano está
preparado “para resistir a qualquer tentativa de violação da soberania
nacional”, mas reiterou que “a verdadeira vitória é a paz”. O discurso,
amplamente compartilhado nas redes sociais, repercutiu em diversos países
latino-americanos e dividiu opiniões na comunidade internacional.
Enquanto apoiadores enxergam no pronunciamento um gesto de
maturidade e diplomacia, críticos acusam Maduro de tentar capitalizar
politicamente a crise para reforçar sua imagem interna diante das sanções e da
pressão internacional.
Especialistas ouvidos por veículos como BBC e Al Jazeera
apontam que, embora improvável uma guerra direta entre EUA e Venezuela, a
presença militar norte-americana na região do Caribe e a atuação de serviços de
inteligência elevam o risco de incidentes que possam desencadear confrontos
localizados.
Ao encerrar seu discurso, Maduro, mais uma vez, apelou
diretamente ao povo norte-americano:
“O futuro deve ser de cooperação e paz, não de destruição.
Digo mais uma vez: Not war, please. Listen to the voice of Latin America.”
O episódio simboliza uma nova escalada geopolítica entre
Washington e Caracas, reacendendo temores de intervenção e abrindo espaço para
uma corrida diplomática entre potências globais interessadas na região
caribenha. O apelo de Maduro, embora visto como retórico por alguns analistas,
ecoa entre os países latino-americanos que buscam preservar a estabilidade
regional e evitar que o continente volte a ser palco de disputas militares
indiretas entre grandes potências.
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Com informações Revista Sociedade Militar.
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