BOMBÁSTICO: MALAFAIA ADMITE QUE CADERNO APREENDIDO PELA POLÍCIA FEDERAL ERAM USADOS EM ‘PREPARO DE VÍDEOS’

(crédito: foto reprodução "IA"/Facebook)

Postagem publicada às 23h10 desta segunda-feira, 08 de setembro de 2025.

Pastor, que se diz vítima de perseguição religiosa, dizia antes que só escrevia discursos religiosos no material levado por investigadores

O pastor Silas Malafaia, dono da igreja evangélica Advec (Assembleia de Deus Vitória em Cristo) fez uma mudança sutil na narrativa que vinha mantendo sobre a operação de busca e apreensão que sofreu da PF (Polícia Federal) no último dia 20 de agosto.

O pastor foi interceptado por agentes da PF ao desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, quando voltava de Portugal. Ele teve o telefone celular, o passaporte e alguns cadernos de anotações apreendidos.

Malafaia: caderno para preparar vídeos

Até então, Malafaia vinha sustentando que os cadernos eram usados por ele para estudos bíblicos. Segundo o pastor, as anotações eram a forma como ele organizava as pregações que faria aos fieis. Daí, dizia-se vítima de perseguição religiosa.

Ao discursar na manifestação bolsonarista na Avenida Paulista, neste domingo (7), Malafaia fez uma sutil correção de curso – mas que vai ao encontro do que já revelaram as investigações da PF no inquérito que investiga a tentativa de obstrução do julgamento de Jair Bolsonaro (PL).

Em seu longo discurso na Paulista –- o último do ato bolsonarista de 7 de setembro — Malafaia relatou como foi cumprido o mandado de busca e apreensão, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

“Depois, eu chego no Brasil no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Um delegado, um cara educado, que me tratou com toda a cortesia. Abriu minhas malas, e eu gosto de escrever em caderno. Ainda sou a la moda antiga. [Viu] Três cadernos de esboços bíblicos”, contou Malafaia.

A novidade veio logo em seguida: “O delegado folheou folha por folha. E [tinha] um caderno que eu escrevo meus discursos e os vídeos que eu gravo. O delegado disse: ‘Pastor, eu vou liberar esses três cadernos, mas esse aqui eu vou segurar’. Só que ele tava debaixo da direção do chefe da Gestapo em Brasília. Ele ligou pra lá e o cara disse: ‘Recolhe todos os cadernos’”, completou o pastor.

No relatório que embasou a operação contra Malafaia, a PF apresenta uma série de conversas entre o pastor e Jair Bolsonaro –elas tinham sido excluídas, mas foram recuperadas no telefone do ex-presidente, apreendido no início de agosto.

Um dos eixos apontados pela PF era a instrumentalização das redes sociais por Malafaia, em suposto conluio com Bolsonaro, para coagir o STF a não condenar o ex-presidente pela tentativa de golpe de Estado de 2022. A manobra, segundo os investigadores, seria articulada com o lobby junto a autoridades americanas para a aplicação de sanções contra autoridades brasileiras e tarifas comerciais contra o país, em negociação comandada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

“Referida estratégia consistiria na utilização da posição de autoridade de SILAS MALAFAIA  perante seu público para propagar atos de coação contra ministros do  STF”, afirma a PF no relatório entregue ao STF.

As redes sociais do pastor são um dos principais vetores de ataque ao STF nos últimos anos. O próprio Malafaia costuma citar que desde a reta final do governo Bolsonaro já publicou mais de 50 vídeos atacando Alexandre de Moraes, a quem ele rotineiramente descreve como “ditador da toga”.


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Com informações ICL Notícias 

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