RELATÓRIO DA PF DIZ QUE BOLSONARO MOVIMENTOU R$ 30,5 MILHÕES EM UM ANO
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(crédito: Agência Brasil) |
Postagem publicada às 20h33 desta quinta-feira, 21 de agosto de 2025.
Informações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontam que o ex-presidente Jair Bolsonaro movimentou R$ 30,5 milhões nas suas contas bancárias entre março de 2023 e junho deste ano.
Os valores fazem parte do relatório de inteligência
financeira, que foi usado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que indiciou
Bolsonaro e um de seus seu filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP), no caso do tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil.
“No período de 01/03/2023 a 07/02/2024, foram movimentados R$
30.576.801,36 em créditos e R$ 30.595.430,71 em débitos, cujos resumos por tipo
de lançamento constam nas tabelas a seguir”, escreveu a PF.
O relatório não cita ilegalidades quanto à origem dos
recursos movimentados por Bolsonaro, mas relata cerca de 50 comunicações de
movimentações atípicas envolvendo o ex-presidente e pessoas ligadas a ele, como
o filho, Eduardo, e a esposa, Michele Bolsonaro.
Das 50 comunicações, quatro informaram operações suspeitas em
contas de Bolsonaro e outras quatro nas contas de Eduardo. Outras 42 operações
foram feitas em contas de terceiros.
Segundo os investigadores, as movimentações “apresentam
indícios de possíveis práticas de lavagem de dinheiro ou outros ilícitos, tendo
os principais investigados como vinculados às referidas movimentações”.
Entre as operações atípicas envolvendo Bolsonaro, consta o
repasse de R$ 2 milhões para bancar a estadia de Eduardo nos Estados Unidos. A
transferência foi feita no dia 13 de maio deste ano.
O repasse já era de conhecimento público e foi confirmado
pelo próprio Bolsonaro. O dinheiro faz parte do montante de R$ 19 milhões
recebido em doações de apoiadores, via Pix, entre 2023 e 2024.
O Coaf registrou outra operação de R$ 2 milhões da conta de
Bolsonaro para Michele Bolsonaro. De acordo com a PF, a quantia foi omitida
pelo ex-presidente no depoimento prestado durante as investigações.
No caso de Eduardo, foi encontrada uma operação de câmbio de
R$ 1,6 milhão para uma conta no banco Wells Fargo, nos Estados Unidos. A
operação foi realizada no dia 26 de maio deste ano.
“Adicionalmente, a empresa [corretora]declarou, na mesma
comunicação, que o valor teria como origem uma doação realizada por seu
genitor, Jair Bolsonaro, conforme indicado em extrato bancário encaminhado à
corretora”, completou o relatório.
As informações financeiras também apontam que Bolsonaro teve
despesas de R$ 6,6 milhões com dois escritórios de advocacia.
Defesa
A Agência Brasil entrou em contato com a defesa de Bolsonaro
e aguarda retorno. O espaço está aberto para manifestação.
Mais cedo, os advogados do ex-presidente disseram que foram
surpreendidos com o indiciamento.
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Com informações Agência Brasil.
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