CENTENAS DE NAVIOS CHINESES ESTÃO DEVASTANDO OS RECURSOS DO OCEANO BRASILEIRO E DESAFIANDO A MARINHA
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(crédito foto reprodução 'IA" Sociedade Militar) |
Postagem publicada às 15h40 deste domingo, 10 de agosto de 2025.
Mais de 300 navios chineses rondam a costa brasileira em busca de peixes valiosos - e a Marinha prepara resposta estratégica.
A vastidão da costa brasileira —
mais de 7,4 mil quilômetros de litoral — abriga uma das maiores zonas
econômicas exclusivas do planeta, conhecida como Amazônia Azul.
É nesse território marítimo, rico
em biodiversidade e recursos pesqueiros, que se trava uma disputa silenciosa e
persistente: o avanço de frotas pesqueiras estrangeiras, em especial da China,
que vêm sendo acusadas de depredar recursos naturais brasileiros por meio da
pesca ilegal.
Nos últimos anos, organizações
ambientais e dados de monitoramento por satélite revelaram um aumento
expressivo da presença chinesa no Atlântico Sul. Relatórios apontam que, apenas
em 2022, a frota chinesa que atuava nessa região chegou a 346 embarcações,
contra 74 em 2013.
Muitas operam próximas ou dentro
da zona econômica exclusiva do Brasil, desligando deliberadamente seus sistemas
de rastreamento (AIS) para escapar da fiscalização, prática conhecida como
“apagão eletrônico”.
A técnica permite que embarcações
realizem pesca de arrasto em larga escala, capturando toneladas de espécies de
alto valor comercial e comprometendo ecossistemas inteiros.
Além do impacto ambiental, essa
atividade ameaça a subsistência de comunidades pesqueiras artesanais
brasileiras, que veem seus estoques diminuírem ano após ano. Há registros de
operações próximas ao litoral do Pará e do Amapá, inclusive em áreas sensíveis
próximas à foz do Rio Amazonas, levantando alertas sobre segurança alimentar e
soberania nacional.
A resposta brasileira: da
diplomacia à patrulha
Como autoridade marítima, a
Marinha do Brasil lidera os esforços para conter a pesca ilegal em águas
jurisdicionais. Sob a bandeira do projeto Amazônia Azul, a instituição coordena
ações de patrulhamento, inspeção e monitoramento ambiental, além de articular
políticas com órgãos como o Ibama e a Polícia Federal.
Uma das principais ferramentas é
o Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações de Pesca (PREPS), que
utiliza satélites para acompanhar rotas e identificar comportamentos suspeitos.
O sistema, no entanto, enfrenta desafios técnicos e jurídicos, como embarcações
estrangeiras não cadastradas ou que falsificam o sinal de localização.
No campo diplomático, a Marinha e
o Itamaraty vêm promovendo reuniões bilaterais com representantes chineses para
pressionar por maior controle sobre suas frotas.
Em 2023, durante a visita de uma comitiva naval da China ao Brasil, o comando da Marinha apresentou dados sobre violações e buscou fortalecer mecanismos de cooperação para prevenir a pesca ilegal no Atlântico Sul.
Tecnologia e limitações
Desde 2009, o Plano de
Articulação e Equipamento da Marinha (PAEMB) previa a criação do SisGAAz - um
sistema integrado de monitoramento da costa, com uso de radares, sensores
subaquáticos e imagens de satélite.
O objetivo era ampliar a
vigilância das águas brasileiras e oferecer resposta rápida a atividades
ilegais, incluindo pesca predatória. No entanto, cortes orçamentários
retardaram a implementação plena do projeto.
Ainda assim, a Marinha mantém
patrulhas com navios de guerra e aeronaves de vigilância, cobrindo pontos
estratégicos da costa. Operações conjuntas com forças navais de países vizinhos
também têm sido realizadas para combater o avanço das frotas estrangeiras.
Uma disputa que vai além da pesca
Especialistas alertam que a
presença de grandes frotas chinesas em áreas próximas ao litoral brasileiro não
representa apenas um problema ambiental, mas também um desafio de soberania.
A pressão sobre os recursos
naturais da Amazônia Azul tem implicações diretas na segurança alimentar, na
economia local e até em questões geopolíticas.
Enquanto o Brasil busca
equilibrar relações comerciais com a China — seu maior parceiro comercial — e a
necessidade de proteger seus mares, a Marinha segue operando no limite de suas
capacidades para garantir que as riquezas marítimas permaneçam sob controle
nacional.
No entanto, a escala da ameaça
exige investimentos consistentes em tecnologia, fiscalização e cooperação
internacional para que a defesa da Amazônia Azul seja efetiva e duradoura.
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Com informações Revista Sociedade Militar.
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