CERCA DE 85% DOS ASSASSINATOS DE JORNALISTAS PERMANECE NA IMPUNIDADE

(crédito: The Washington Post)


Postagem publicada às 21h39 deste sábado, 02 de novembro de 2024.

Dados foram divulgados hoje, Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas, num relatório publicado pela UNESCO

Cerca de 85% dos assassinatos de jornalistas passam impunes, segundo um relatório hoje publicado pela UNESCO para assinalar o Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

De acordo com o documento, em 2022 e 2023, houve uma descida de quatro pontos percentuais do número de assassinatos de jornalistas que passaram impunes face a 2018 e de 10 pontos face a 2012.

A UNESCO registou 162 assassinatos de jornalistas e trabalhadores do setor da comunicação em 2022 e 2023, traduzindo-se num aumento de 38% face a 2020 e 2021.

Para esta subida, a agência das Nações Unidas destaca o impacto das mortes em zonas de conflito que, com 44 mortes em 2023, atingiu o número mais alto desde 2018.

Nos países que não estão a viver um conflito armado, “houve um pico significativo em 2022, com 60 assassinatos, o número mais alto alguma vez registado pela UNESCO”, que no ano seguinte contrastou com o total anual (30) mais baixo desde 2008.

Em 2022, o México foi palco do maior número de assassinatos de jornalistas, com 19 casos, seguindo-se Ucrânia (11) e Haiti (nove), enquanto no ano passado a Palestina registou 24 mortes de jornalistas, à frente de México (sete) e Guatemala (cinco).

No biénio em análise, nos países lusófonos contaram-se quatro mortes: três no Brasil e uma em Moçambique.

Desde o início deste registo pela UNESCO, em 2006, apenas 210 casos foram considerados resolvidos, num tempo de espera médio de quatro anos.

Num comunicado que acompanha o relatório, a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, pediu aos Estados-membros para “fazerem mais para assegurar que estes crimes nunca passam impunes”.

“Em 2022 e 2023, um jornalista foi assassinado a cada quatro dias apenas por fazer o seu trabalho de procurar a verdade. Para a vasta maioria destes casos, ninguém será responsabilizado. Apelo a todos os Estados-membros para fazerem mais para assegurar que estes crimes nunca passam impunes”, afirmou.

“Acusar e sentenciar estes perpetradores é uma alavanca enorme para prevenir futuros ataques a jornalistas”, acrescentou a responsável.

*Errata: Essa postagem foi reeditada às 22h45 para correção de erro de digitação no título.


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Agência de Notícias de Portugal, (LUSA).



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