VERÃO FAVORECE OBSERVAÇÃO DE AVES NO LITORAL FLUMINENSE




O verão é uma excelente estação para a prática de observação de aves (birdwatching), em todo o litoral fluminense. Além das diversas espécies nativas que habitam os diferentes ecossistemas, aves migratórias voam para cá, em busca de alimento, para fazer a troca da plumagem ou simplesmente fugir do rigoroso inverno no hemisfério norte e extremo sul. Esta é a dica de férias do Grupo de Observadores de Aves da Região dos Lagos, baseado na Universidade Veiga de Almeida (UVA), em Cabo Frio.

O biólogo Eduardo Pimenta, professor e coordenador do curso de Gestão Ambiental da UVA, é um dos integrantes do grupo com grande número de registros feitos nos últimos cinco anos. Ele conta que o hobby nasceu de caminhadas diárias para melhorar a qualidade de vida, virou objeto de pesquisa científica e, hoje, junto com os peixes de bico, é uma das suas paixões acadêmicas.

O professor enumera os diversos ecossistemas presentes na Região dos Lagos, como restinga, dunas, caatinga fluminense, mata ciliar, mangues e costões rochosos como fundamentais para a diversidade de espécies, tanto das residentes, quanto migratórias. O pesquisador destaca que na região, as aves encontram alimento, abrigo e opções para fazer ninhos. Este ano, depois de vários de dias de observação, o grupo fez as primeiras imagens na Região dos Lagos do flamingo-andino (Phoenicoparrus andinus), oriundo da Cordilheira dos Andes. Há três anos, o grupo registrou o formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis), típica da Mata Atlântica, cuja espécie é considerada “criticamente em perigo”, pelo ICMBio.

O Grupo de Observadores, organizado em 2015, promove saídas de campo com o objetivo de contemplar e registrar as espécies. Munidos de máquinas fotográficas, binóculos, curiosidade e muita paciência, os birdwatchers (observadores de aves) seguem em busca das espécies que habitam ou frequentam os ecossistemas. Professor Pimenta informa que a observação de pássaros pode ser praticada por pessoas de todas as idades e é uma verdadeira aula ao ar livre. “Além de proporcionar um contato maior com a natureza, a atividade nos leva a descobrir espécies de pássaros que ignorávamos, assim como plantas, insetos e outros animais”, ressalta.

Para participar das atividades de campo, é recomendável observar algumas regras, como usar roupas de cores discretas, protetor solar e boné; levar água; andar devagar; não conversar ou fazer barulho, caso haja necessidade de se comunicar, o tom de voz deve ser baixo para não espantar as aves; olhar para baixo, a fim de evitar quedas e outros acidentes; levar binóculos e máquina fotográfica; e, acima de tudo, respeitar a distância de conforto de cada espécie e seu habitat.

Catalogação

Os cerca de 12 integrantes do grupo possuem mais de dez mil registros fotográficos que foram disponibilizados no Wikiaves, totalizando pouco mais de 300 espécies, entre aves nativas e migratórias. No próximo ano, alunos da Universidade desenvolverão um projeto de iniciação científica com o objetivo de classificar a ocorrência dos registros por mês e, ainda, o grau de ameaça de extinção de cada espécie identificada. 

Em 2013, sob a orientação do professor Eduardo Pimenta, os então estudantes Celeste Fernandes (Engenharia Ambiental) e David Steinwender (Gestão Ambiental) participaram de um projeto de iniciação científica com o objetivo de identificar as aves e nichos ecológicos que ocorriam no entorno do campus Cabo Frio. Baseados na Lista de Aves do Brasil, do Comitê Brasileiro de Registro Ornitólogo, os jovens pesquisadores registraram e identificaram mais de 60 espécies, entre eles o formigueiro-do-litoral.

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Att,

Andréa Luiza Collet, Assistente de Comunicação Marketing, Relações Institucionais & Serviços ao Aluno/Foto Eduardo Pimenta. 

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