VEJAM O VÍDEO - A PRESIDENTE DILMA DEFENDE QUE ATRIBUA RESPONSABILIDADE A QUEM JÁ POLUIU MAIS É APÓS A REUNIÃO RESPONDE A PERGUNTAS DA IMPRENSA SOBRE A PRISÃO DO SENADOR DELCÍDIO DO AMARAL

Foto: Presidenta Dilma Rousseff durante 21º Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima – COP21. (Paris - França, 30/11/2015)




A presidenta Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (30), que o novo acordo global sobre o clima, que está sendo negociado durante a Conferência de Paris, precisa ser justo quanto à diferença entre os países em desenvolvimento e os desenvolvidos.


Fonte: Portal de Notícia do Palácio do Planalto.



“A emissão de gases de efeito estufa é cumulativa, não é algo que ocorre hoje – ou a partir de hoje. Ela vem se desenrolando através do século e, portanto, se acumulou. Nesse sentido, [o acordo] tem que ser justo, dentro do princípio de responsabilidades comuns, porém diferenciadas”, explicou.



A presidenta defendeu que o acordo passe por uma revisão a cada cinco anos, colocando-se entre os primeiros governantes a defenderem explicitamente essa medida, considerada importante porque as metas de redução anunciadas pelos países, até o momento, não deverão ser capazes de limitar o aquecimento global, até 2100, a 2°C acima dos níveis pré-industriais, como pretendido pela ONU.

Com as revisões, essas metas poderiam ser ampliadas, inclusive com a ajuda de novas tecnologias. “Nós acreditamos que, ao longo dos próximos anos, haverá grandes inovações na área do meio ambiente, principalmente no que se refere à energia, a práticas agrícolas. Enfim, a todos aqueles mecanismos necessários para que a gente reduza as emissões. Por isso, o acordo tem de contemplar essa revisão de cinco em cinco anos”.

Países em desenvolvimento

Dilma apontou ainda a necessidade de que a COP21 leve em consideração as características que diferenciam os diversos países em desenvolvimento e os desenvolvidos. Para ela, a revisão quinquenal do acordo será útil para chegar a uma convergência sobre esses pontos, ao longo do tempo.

“A convergência é no sentido de que todos se aproximem. Tem países que já atingiram um grau de utilização da energia que países em desenvolvimento ou emergentes não atingiram; um grau de acesso à energia elétrica, por exemplo, que países inteiros não atingiram. Então, essa convergência será uma espécie de mapa do caminho, que permite solucionar esse problema da diferenciação, mantendo a responsabilidade comum”.

Disse defender esse ponto de vista com tranquilidade, “porque o Brasil assume metas que cumpre, independentemente de meios de implementação”.

“Qualquer país que tiver acesso a meios de implementação, como financiamento, tecnologias e capacitação, pode cumprir antes [as metas], tem mais condições de cumprir antes”, acrescentou, lembrando que o Brasil tem a meta de, tomando como base o ano de 2005, reduzir em 43% suas emissões de gases de efeito estufa até 2030, com uma etapa intermediária de 37% até 2025.

“Basicamente, nosso objetivo é reduzir, até 2030, o desmatamento ilegal a zero. Plantar e recuperar 12 milhões de hectares de floresta; e fazer toda a recuperação das pastagens degradadas – são 15 milhões de [hectares de] pastagens degradadas. Além disso, nós aceitamos que haja um desmatamento legal. Como que nós compensaremos esse desmatamento legal? Através desse processo de reflorestamento e de recuperação de pastagem degradada”, explicou.

A presidenta alertou que a falta de metas ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa, capazes de garantir essa meta, pode trazer consequências dramáticas ao mundo, não apenas em termos de danos ao meio ambiente, mas também às populações.

“É você ter as terras agricultáveis comprometidas. Países inteiros, ou uma parte de países, como Bangladesh, um terço dele invadido pela água. As pequenas ilhas, também submersas. E não é só isso. Em países como o Brasil, a Índia, a China, os Estados Unidos, a França, e vários outros, nós teremos áreas devastadas pela inundação”.




A presidenta Dilma Rousseff ao responder perguntas da imprensa disse que ficou “surpresa” e “perplexa” com a prisão do senador do PT e líder do governo, Delcídio do Amaral, no último dia 25, por suspeita de estar obstruindo investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Dilma afirmou ainda que não teme uma eventual delação premiada do senador.

As afirmações foram feitas em entrevista à imprensa, depois de participar da 2ª Sessão de Trabalho da 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), em Paris.


“Obviamente que fiquei bastante surpresa com a prisão do senador Delcídio. Não tenho nenhum temor sobre a delação do senador Delcídio. Até falei ali, para vocês, que fiquei perplexa porque jamais esperei que isso pudesse acontecer com o senador”, disse Dilma, ao ser questionada por jornalistas sobre como recebeu a notícia da prisão do líder do governo, e se teria preocupação com uma eventual delação premiada feita por ele.

A presidenta Dilma também negou que tenha indicado Nestor Cerveró para a diretoria da Petrobras. “Não indiquei Nestor Cerveró para a diretoria da Petrobras. Acredito que o senador Delcidio se equivoca. Não é da minha indicação, nem da minha relação. Isso é público e notório. Ele não foi antes, durante, nem depois, da minha relação”, afirmou.

Dilma também negou que soubesse das implicações negativas que teria a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ao contrário do que teria informado Nestor Cerveró à Polícia Federal. “Eles vêm falando isso, também, durante a CPI. É uma forma de tentar confundir as coisas. Não só eu não sabia de tudo, quando detectamos que ele não tinha dado todos os elementos para nós, eu fui uma pessoa que insistiu para ele sair. Acho que, por isso, ele podia não gostar muito de mim”, disse.

Sobre o banqueiro André Esteves, Dilma disse que o encontrou apenas em eventos, e que não mantinha “relações sistemáticas” com ele.


Em relação às dificuldades pelas quais seu governo passa junto ao Legislativo, e aos pedidos de impeachment que estão sob a análise do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma disse se tratar de um tipo de ameaça que há tempos vem sendo feita a seu governo, “inclusive com o endosso da oposição”.


* Veja o vídeo com a fala da presidente Dilma Rousseff, na íntegra durante a entrevista à imprensa, que foi realizada depois de participar da 2ª Sessão de Trabalho da 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), em Paris. Quando respondeu a imprensa várias perguntas sobra os últimos acontecimentos políticos no país. 

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