CINEASTAS DIZEM QUE EDUARDO COUTINHO NÃO MERECIA DESTINO TRÁGICO
Foto: Divulgação
Fonte: Agência Brasil
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“Estou muito abalado. Tudo foi muito surpreendente. Ele não merecia esse destino trágico. É muito triste. O Coutinho era um amigo muito querido. É um momento de muita tristeza para a cultura brasileira, para o cinema brasileiro. Sem dúvida ele era um de nossos grandes talentos. Nós só temos a lamentar”, disse Tendler.
De acordo com Tendler, a morte de Eduardo Coutinho deixará “uma lacuna muito grande, ao mesmo tempo em que deixa uma obra que vai continuar sendo vista e discutida. Alguns de seus filmes estão entre os mais importantes do cinema brasileiro, do cinema como um todo. Ele é um dos artistas brasileiros mais importantes de todos os tempos”
Luiz Carlos Barreto, produtor de filmes comoDona Flor e Seus Dois Maridos (1976) e O que é Isso, Companheiro? (1997), o “destino foi injusto” com Coutinho. “Ele merecia um final de vida mais bonito.
“A morte do Eduardo Coutinho não é uma perda apenas para o cinema brasileiro. É uma perda para o cinema mundial. Ele foi, no plano brasileiro e internacional, uma figura revolucionária na linguagem do documentário, porque ele soube introduzir, além do simples registro, a dramaturgia. Os documentários de Coutinho criaram uma escola dramatúrgica para os documentários. Isso sem contar sua contribuição nos pensamentos e no movimento político do Cinema Novo, para construir um cinema de produção permanente”, disse Barreto.
O principal suspeito da morte de Eduardo Coutinho é seu filho, Daniel, que está sob custódia da polícia, internado no Hospital Miguel Couto, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Civil, Daniel esfaqueou o pai e a mãe, Maria das Dores, e depois tentou se matar. Maria das Dores também continua internada no Miguel Couto.
*Silvio Tendler e Luiz Carlos Barreto deram depoimentos à repórter Lígia Souto, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro
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