A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA CONCEDIDA AO JORNAL FOLHA DOS LAGOS PELO EX-DEPUTADO ESTADUAL E PRÉ-CANDIDATO A PREFEITO DE CABO FRIO ALAIR CORRÊA.


Folha – Apesar de ser declaradamente pré-candidato a prefeito em 2012, ainda alimenta alguma esperança de vencer um dos processos e tomar posse ainda esse ano?
Alair – É verdade. Minha pré-candidatura já é de domínio público. Aliás, bem antes de pensar em candidatura, o povo já me considerava um pré-candidato. Isto sem eu me pronunciar em nenhum órgão da imprensa. Foi a população que lançou a minha pré-candidatura.
Jamais abandonei ou abandonarei a luta jurídica. Para mim é uma questão de honra. Alguns adversários políticos tentam rotulá-la de “obsessão pelo poder” mas, na verdade, é uma procura legítima pela Justiça e pelo Direito. Esse mandato me foi tirado na mão grande, corrompendo, fraudando e eu vou retomá-lo pelo Direito, pela Justiça. Tenho fé na Justiça brasileira. O tempo que governarei é o que menos importa. Combater o crime e a desonra não pode ter data e nem tempo. Minha luta não irá parar enquanto a Justiça não for feita.
Folha- Está preparado para enfrentar nova luta judicial após a mudança da lei, que prevê inelegibilidade para condenado sem instâncias superiores?
Alair – Não me lembro, em minha longa vida pública, de ter dias de facilidades como idealista que sou. Nas últimas 3 eleições os meus adversários exploraram o fato de eu ter um processo no TCU (todos sabem o que aconteceu para tal situação) dizendo que eu não conseguiria ser candidato, tentaram me esvaziar eleitoralmente, mas lembremos o que aconteceu: O processo era de 1999, mas na eleição de 2000, apesar da campanha difamatória, me elegi com o dobro da votação do 2º colocado, o candidato do PDT José Bonifácio.
Já na eleição de 2006 me elegi como deputado estadual com 80.500 votos; o 2º colocado em nosso município Janio Mendes do PDT teve menos de 15mil votos e, por último em 2008, mais uma vez, a campanha foi de que “Alair tem processo e não conseguirá ser candidato”. Nessa eleição só me ganharam porque corromperam os eleitores. É bom lembrar que, para me tirar o registro, o adversário recorreu e perdeu no TRE, TSE e STF, o que deixa mais do que provada a minha condição favorável numa futura candidatura.
Folha- Como está assistindo à atual situação do PMDB em Cabo Frio?
Alair – Posso afirmar que, conhecendo algumas lideranças do partido no estado, tal situação não me causou qualquer sentimento de perplexidade. Alguns partidos políticos não passam de joguete para alguém se dizer forte politicamente. “Como o partido é meu” ou “no partido quem manda sou eu”. Nas cidades do interior partido não dá um voto sequer ao candidato.  Por isto não me preocupo com a situação de PMDB em Cabo Frio. Lembro, ainda, que em 41 anos jamais presidi qualquer partido político. Exemplo de tal situação, foi agora o PMDB  esquecer de lideranças como Bernardo Ariston, que foi deputado 2 vezes e entregar o partido ao candidato oficial da prefeitura, atendendo aos caprichos de um deputado estadual. Há quem prefira o partido nas mãos dos mais fracos para continuar se passando por forte.
Folha – Já decidiu para qual partido irá, lembrando que o prazo para essa desfiliação está encerrando?
Alair – Na última campanha, em 2008, disputei pelo PMDB, mas o partido, em nível estadual, não esteve comigo, assim como também não esteve em minha luta jurídica. Isso foi me separando do PMDB e nos últimos dias essa indisposição ficou mais evidente com a antecipação da minha saída com uma declaração do presidente regional. O PMDB, para mim, é um caso encerrado.
Após alguns convites, principalmente do P C do B, através do Dep. Edmilson Valentim e do PP, através do Senador Francisco Dornelles, resolvi aceitar o convite do Senador e vou assinar a ficha do partido no dia 16/09, às 20h, no Tamoyo Esporte Clube.
Aproveito para convidar os amigos e eleitores para participarem dessa grande festa, quando assinarei minha filiação político partidária com o PP, e já temos confirmada a presença do Senador Francisco Dornelles.
Folha- Nas últimas eleições o senhor não se lançou candidato à reeleição para a ALERJ e apoiou Delma Jardim que, logo após ser derrotada, voltou para o lado de MM que, na minha visão, é seu maior adversário político. Isso o incomodou?
Alair – Não disputei porque honro meus compromissos. Tinha todas as condições para sair dos 80 mil votos de 2006 para mais de 100 mil na última eleição de 2010. Além disso, acreditei num julgamento isento pelo TRE, e assim, Marquinho não escaparia dos crimes que cometeu o que, por enquanto, vem conseguindo.
Quanto a Delma, considero uma grande pessoa, gostaria que ela tivesse ficado comigo, mas onde entender ficar, terá meu total respeito. Nós nem sempre acertamos as nossas escolhas, eu mesmo, um dia acreditei estar acertando quando escolhi Marquinho para ser meu companheiro. O tempo se encarregou de mostrar meu erro. Um dia ela também irá perceber que errou. Não me arrependo de não ter entrado na ALERJ para cumprir um compromisso com quem hoje não caminha comigo. Confesso que tal situação não me incomodou em nada.
Folha-  Quantos partidos estão em seu lado para 2012 e quais são?
Alair – O momento atual é de expectativa e de conversação com os partidos políticos. Temos nos encontrado com lideranças de pelo menos 8 partidos.
Folha –  Dizem que o senhor não tem gosto pelo legislativo, preferindo os poderes da caneta do Executivo. Por que então foi deputado 2 vezes?
Alair – É verdade que minha vocação se identifica mais com o executivo. Tenho um espírito empreendedor. Já fui prefeito por 14 anos e sempre que um mandato termina abro um negócio, porque não posso parar. No legislativo você fica preso. Deve-se ter ética com o partido que, se for da base do governo, te impede de apontar seus erros o que me descaracteriza. Eu me desiludi.
Meu 1º mandato foi muito positivo. Enfrentei o corporativismo para que hoje pudéssemos ter acesso à luz, água, o que durante muito tempo foi nosso “Calcanhar de Aquiles”; já no segundo fiquei desmotivado ao ver meu partido ajudando meu adversário e, como se diz popularmente, perdi a vontade de continuar.
Folha – O que espera do atual governo?
Alair – Do atual governo espero que trabalhe para a nossa cidade. Já pensou o que seria o governo de Marquinho sem o estímulo do Estado?
Em 2008 o Governador do estado recapeou todo o centro de Cabo Frio;
Fez a orla após a ressaca;
Construiu a UPA;
Construiu o Ginásio Poliesportivo de Tamoios;
Asfaltou as duas pistas laterais em Tamoios;
Está fazendo a UPA de Unamar;
Reformou várias escolas : Renato Azevedo, Ismar Gomes entre outras;
Doou ambulâncias e equipamentos;
Asfaltou a Reserva do Peró, Parque Eldorado, o caminho de Búzios …
E o que o Governo de Marquinho fez com os 3 Bilhões arrecadados? NADA!
Folha – Há chances de uma dobradinha entre a sua candidatura  com a de Paulo César?
Alair – Dificilmente isso ocorrerá.
No início do ano chegamos a conversar sobre um trabalho juntos, sem ter havido nenhum convite, mas Paulo César me informou que desejava disputar as próximas eleições e ficamos nisso.
Uma dobradinha então se tornou inviável, principalmente hoje que lidero todas as pesquisas, o que me permite escolher meu futuro colega de chapa com bastante cautela. Não posso cometer o mesmo erro que cometi com Marquinho, cuja promessa de colocá-lo como meu sucessor eu cumpri. Ocorre que seu governo é um desastre, levando a nossa cidade à desorganização, sujeira e grande pobreza. Desta vez temos que ter alguém capaz, ciente de que nosso governo será sério e ético. Se tiver votos, melhor.
Nessa esteira de eliminações incluo também os pré-candidatos Alfredo e Janio. Com esses dois, pelas ligações que têm com o governo Marquinho Mendes e com o Deputado Paulo Melo, não há a menor possibilidade de estarmos juntos.
Alfredo largou tudo e vendeu seu sonho para se ligar a Paulo Melo, enquanto Janio, que é suplente, teve como padrinho Paulo Melo, para que o governador tirasse o deputado Filipe, levando-o para assumir uma secretaria e abrindo a vaga para que o Suplente Janio assumisse. Ótimo para Cabo Frio e péssimo para os trabalhadores. Basta ver o que ele fez para não voltar para a suplência: votou contra os bombeiros e contra os professores atendendo, assim, ao governador.
Enfim, quero dizer que temos vários nomes entre empresários, políticos, professores… e, na hora certa, organizaremos a nossa pré chapa.
Folha – Nas eleições de 2012 qual é o seu adversário favorito, aquele que o senhor vai gostar do embate? Alfredo Gonçalves ou Jânio?
Alair – Hoje meus adversários favoritos são Alfredo e Janio e não é por eles, apenas porque são os candidatos de Marquinho. Aliás, diga-se de passagem, são corajosos esses dois. Aceitar representar um governo medíocre, ilegítimo e descompensado como o de Cabo Frio. É verdade que não teriam outras escolhas, já que sobrevivem politicamente por serem candidatos do governo que gasta com eles, dando chefia de gabinete a um e cedendo funcionários a outro, dentre outras vantagens.
Se os pré-candidatos do governo são Alfredo e Janio, então serão eles os meus adversários prediletos.
Folha – O senhor passou 2 anos trabalhando pela abertura do Parque Riala e um mês após acontece aquele acidente. Como isso o atingiu pessoalmente? O parque está dando atenção à família do menor morto?
Alair – Infelizmente o incidente ocorrido não tinha como ser evitado. Falar sobre esse assunto é estimular a dor da família do menor o que sinceramente machuca a todos nós. O que posso dizer é que há coisas na vida do ser humano que só Deus pode explicar e só ELE pode consolar. Espero brevemente reabrir o Riala pois, ainda que não tenhamos explicações para as coisas da vida, a vida não pode parar.
Posso lhe afirmar que o que aconteceu me abalou muito mais como ser humano do que como empresário. Toda assistência que pudemos dar ao menino e à sua família foi dada. Desde apoio moral à ajuda financeira. Agora estamos esperando passarem os dias do luto para que possamos novamente conversar com a família

Fonte: Blog Alair Corrêa Direto.

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