OPOSIÇÃO APRESENTA PEDIDO DE HABEAS CORPUS COLETIVO PARA PRESOS DE 08 DE JANEIRO
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(foto reprodução "IA" CNN Brisil) |
Postagem publicada às 17h35, desta quarta-feira, 02 de abril de 2025.
Grupo solicitará ao STF prisões domiciliares para investigados; PL manterá obstrução na Câmara em prol de anistia.
A oposição
na Câmara dos Deputados anunciou nesta quarta-feira (2) que irá apresentar no
Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de habeas corpus coletivo em prol de
presos dos atos de 8 de janeiro de 2023.
O pedido é
assinado pelo líder da oposição, deputado Zucco (PL-RS), e solicita a prisão
domiciliar dos investigados que ainda não tiveram a prisão definitiva
determinada.
“Iremos
protocolar hoje um habeas corpus solicitando a substituição das prisões pelo
recolhimento domiciliar para idosos, pessoas debilitadas por doenças graves,
gestantes, mulheres com filhos de até 12 anos incompletos, e homens, se forem
os únicos responsáveis pelos cuidados de filhos de até 12 anos incompletos”,
afirmou Zucco.
Para
fundamentar o pedido, a oposição menciona o caso de Débora Rodrigues dos
Santos, que escreveu com batom na estátua “A Justiça” em frente ao STF. Na
semana passada, ela teve a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar.
Zucco também
solicitou a concessão de medida liminar para o exame dos casos individuais dos
presos provisórios e definitivos do 8 de janeiro. A oposição argumenta que na
investigação as denúncias do Ministério Público foram apresentadas sem
individualizar cada caso.
A oposição
ameaça desde a semana passada obstruir os trabalhos parlamentares para
pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a pautar o
projeto da anistia.
Numa
coletiva, o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, reafirmou que o partido manterá a
obstrução no plenário. Ele também fez apelo para que Motta autorize a fala de
familiares de presos do 8 de janeiro na Câmara.
Segundo ele, a estratégia de obstrução será mais intensa depois que o PL sair do atual bloco partidário formado.
“Nós do PL
sairemos do bloco e aí, sim, teremos efetividade ainda maior na nossa
obstrução. Entretanto, para quem conhece o processo legislativo, a obstrução é
de duas formas: ou paralisa-se, ou se retarda. O que estamos conseguindo até o
momento, por conta do blocão que pertencemos, é retardar as votações”, afirmou.
Hugo Motta
sinaliza que não cederá a pressão sobre anistia.
Segundo ele,
o grupo tem votos suficientes para aprovar o projeto. “Nós não vamos desistir
enquanto essa matéria não vier ao plenário”, disse.
Nesta
quarta, três comissões presididas por deputados do PL cancelaram suas reuniões
que estavam marcadas. O movimento faz parte da obstrução. Foram desmarcadas as
sessões das comissões de Agricultura, Saúde e Relações Exteriores.
O projeto da anistia foi debatido por líderes partidários na terça-feira (1°) e por Hugo Motta, mas não há consenso sobre o texto. Governistas são contra o perdão, enquanto a oposição defende a proposta e aposta em uma ampliação da anistia para beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030.
O PL tem a
maior bancada da Casa, com 92 deputados. A obstrução é um mecanismo regimental
que visa atrasar ou evitar a votação de determinados projetos.
Pode ser
realizada por meio de mecanismos como pronunciamentos longos, pedidos de
adiamento de discussão, requerimentos de retirada de pauta e até a saída do
plenário para evitar o quórum mínimo para votações.
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Com
informações da CNN Brasil.
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