VÍDEO - CONFIRA O PRONUNCIAMENTO DE BOLSONARO AO PARTICIPAR DE EVENTO COM RAMAGEM NO RIO DE JANEIRO

(crédito: foto reprodução para ilustração do texto)

Postagem publicada às 16h30 desta quinta-feira, 18 de Julho de 2024. 

Em ato na manhã desta quinta-feira na praça Saens Peña, na Zona Norte do Rio, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu, de forma falsa, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "se reuniu com traficantes" no Rio durante a campanha de 2022. Bolsonaro também fez um desagravo ao aliado Alexandre Ramagem (PL), a quem considerou ser "alvo de perseguição".

A pré-candidatura de Ramagem à prefeitura do Rio havia passado por um abalo na semana passada, depois que veio à tona um áudio, gravado por ele, de uma reunião em que Bolsonaro discutiu o acionamento de órgãos do governo federal em auxílio a seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), investigado à época pelo caso da "rachadinha". Ramagem argumentou que a gravação teria sido feita para proteger Bolsonaro, e com o aval do ex-presidente.

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Em seu discurso, Bolsonaro evitou entrar em detalhes sobre o áudio da reunião, e também não mencionou se houve autorização à gravação. O ex-presidente se concentrou em atacar o governo Lula. Em dado momento, Bolsonaro disse que, ao criticar a atual gestão e compará-la a seu governo, mostrava "o que estamos apresentando como possibilidades para o Rio de Janeiro", em um breve aceno à campanha municipal e a Ramagem. Na capital fluminense, Lula apoiará o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), candidato à reeleição.

Priorizando um discurso nacional, Bolsonaro fez alusões falsas envolvendo uma visita de Lula a uma favela do Rio durante a campanha presidencial de 2022 -- o que já havia sido motivo de fake news na ocasião . O ex-presidente mencionou também o episódio em que a esposa de um chefe de facção, conhecida como "dama do tráfico", visitou ministérios do atual governo, em 2023.

- Não estive em comunidade aqui reunido com traficantes. Eu não recebi, e jamais receberia, a dama do tráfico em meu gabinete em Brasília. Alguns achavam que eu devia passar a faixa para aquele cara. Eu não passo a faixa para ladrão - discursou Bolsonaro.

Ao se dirigir a Ramagem, já na reta final de seu discurso, o ex-presidente afirmou que não estava fazendo "campanha política, isso aqui não é comício". A legislação eleitoral proíbe pedidos de votos antes do início oficial da campanha, que está agendado para o dia 16 de agosto. Bolsonaro citou que, antes de se lançar na política, Ramagem atuou como delegado da Polícia Federal (PF), e disse ter conhecido o aliado quando ele participou da segurança de sua campanha à Presidência em 2018.

- Pagam um preço alto por ombrear-se comigo. Vocês sabem como somos perseguidos. Ramagem, um delegado da Polícia Federal que eu conheci na transição de 2018, já começa a pagar um preço alto pela sua ousadia de querer, pensar, sonhar em administrar uma cidade com respeito, honradez e orgulho - disse o ex-presidente.

Confira a fala do Bolsonaro no vídeo abaixo:



O objetivo original do ato era apoiar a pré-candidatura de Ramagem, hoje deputado federal pelo PL, à prefeitura do Rio neste ano. Bolsonaro permaneceu durante todo o ato ao lado do delegado, em cima de um carro de som. Parlamentares bolsonaristas que também discursaram, inclusive o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, fizeram elogios a Ramagem e endossaram sua pré-candidatura.

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- Não existe caminho fora da política. Precisamos ocupar todos os espaços. O resgaste do Brasil em 2026 começa agora, em 2024. E começando pela nossa cidade. Não adianta jogarem pedra, dar tiro, facada. Tem uma coisa que nos protege, que é Deus, e é isso que sustenta a pré-candidatura do delegado Ramagem à prefeitura do Rio -- afirmou Flávio.

Ao acenar com apoio a Ramagem, o senador criticou de forma velada a investigação da Polícia Federal que mira sua atuação como presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Com base no inquérito da PF, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou operações que miraram Ramagem e ex-servidores da Abin, por suspeita de monitoramento ilegal de autoridades. Foi neste inquérito que veio à tona a gravação feita por Ramagem da reunião com Bolsonaro, que ocorreu em 2020, e na qual se discutiram formas de blindar Flávio de investigações.

Flávio afirmou haver um "pequeno grupo especial de Lula na Polícia Federal", e comparou as investigações que hoje têm como alvo seu grupo político com a atuação da Operação Lava-Jato, que chegou a prender o petista em 2018.

- Eles falavam do (ex-juiz da Lava-Jato, Sergio) Moro, mas o que Alexandre de Moraes faz hoje é muito pior. Eles falavam do (ex-procurador e chefe da Lava-Jato em Curitiba) Deltan Dallagnol. Mas hoje não temos na Procuradoria-Geral da República alguém que vá promover a perseguição política. Essa é a minha convicção - disse o senador.

Em sua fala, Ramagem evitou falar das investigações e usou a maior parte do tempo para elogiar Bolsonaro e alimentar esperanças que o ex-presidente esteja nas urnas em 2026 — embora ele esteja inelegível até 2030.

Ao falar sobre a eleição carioca, Ramagem apelou seguidamente à bandeira da segurança pública, criticou Paes e pediu apoio para eleger pré-candidatos a vereador "de direita". "E, lógico, um prefeito também", acrescentou, com um sorriso.

- Há um grupo que está aí há 30 anos na prefeitura. Só o prefeito está há 12 anos, querendo mais quatro. O que eles fizeram pela segurança e pela ordem do Rio de Janeiro? Nada. Vamos revitalizar a Guarda Municipal e tratá-la como Polícia Municipal armada - afirmou Ramagem.

Após descerem do carro de som, Bolsonaro e Ramagem foram colocados no teto de um carro e acenaram à multidão, enquanto seguiam em direção a seus veículos. O ex-presidente tem outros compromissos no estado do Rio ao longo dos próximos dias. No fim da tarde desta quinta, ele fará uma caminhada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Na sexta e no sábado, passará por outros municípios da Região Metropolitana e da Costa Verde.

Esse foi o primeiro evento público de Bolsonaro ao lado de Ramagem após a divulgação do áudio que mostra o ex-presidente, o então diretor da Abin, o general Augusto Heleno e duas advogadas discutindo a blindagem a Flávio. No início da semana, o ex-presidente gravou uma mensagem ao lado do deputado federal na qual convidava os eleitores cariocas a comparecem ao evento desta quinta, na Zona Norte do Rio.

Ramagem foi aplaudido pela militância bolsonarista durante toda a sua fala. Os apoiadores do ex-presidente ocuparam um pequeno trecho da rua General Roca, ao lado da praça Saens Peña, tradicional ponto da Tijuca, onde estava parado o carro de som. O trânsito ficou interditado nesta via ao longo da manhã.

Na quarta-feira, Ramagem havia prestado depoimento, na superintendência da PF no Rio, sobre a investigação que apura um suposto esquema de espionagem ilegal praticada durante o governo Bolsonaro. O delegado foi ouvido por mais de seis horas e respondeu a cerca de 130 perguntas. Ele negou que tenha dado ordem para o suposto esquema.


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Com informação do G1 Rio de Janeiro/Vídeo reprodução, PODER 360. 

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