UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA - CINEASTA GERSON TAVARES PRESTIGIA PRIMEIRO ANIVERSÁRIO DO PROJETO CONHECINEMA
Para comemorar, cineclube exibe filme “Antes, o verão”, rodado em Cabo Frio na década de 60
No auge dos seus 90 anos, o cineasta fluminense Gerson Tavares prestigiou a sessão de aniversário de um ano do ConheCinema, cineclube organizado por estudantes da Universidade Veiga de Almeida (UVA), em Cabo Frio. A sessão comemorativa, realizada nesta quinta-feira (22), exibiu o filme “Antes, o verão” (1968), rodado em Cabo Frio na década de 60, com a direção de Gerson e elenco formado por Jardel Filho, Norma Bengell, Hugo Carvana e Paulo Gracindo.
Durante o encontro, Gerson falou sobre estética, as dificuldades de se fazer cinema no Brasil (foto), o rigor da ditadura militar (que inclusive censurou cenas do filme), a importância de um bom roteiro e sua paixão por Cabo Frio, cidade escolhida por ele como residência há três décadas. “Não se pode fazer um bom filme se não se tem um bom roteiro. Quando se tem uma boa história, se faz um bom filme”, reflete. O profissional aproveitou para dar dicas aos estudantes, valiosas para quem almeja seguir carreira na área cinematográfica. “É necessário ter organização para cumprir o plano de trabalho. Fazer cinema sempre é cansativo. Só tem hora para começar”, compartilha, acrescentando que “Antes, o Verão” foi rodado em seis semanas, com cenas gravadas em Cabo Frio e na cidade do Rio de Janeiro. Aproveitou para desafiar o público a identificar na obra as tomadas cariocas. Gerson Tavares define seu estilo como “de um pintor” e sua formação em Belas Artes contribui para esse olhar mais apurado. O cineasta foi aplaudido de pé pela plateia, formada na sua maioria por jovens de vinte e poucos anos.
A exibição do filme foi sucedida por um bate-papo sobre memória e contou com a presença do documentarista Lucas Müller, da empresa Os 13 Filmes, que participou do filme “A noite dos tempos”, resultado de mais de dois anos de pesquisa sobre Cabo Frio em arquivos no Rio de Janeiro, São Paulo e Portugal. Para o documentarista, que acompanhou a transformação de uma salina perto de sua casa num bairro residencial, a cidade padece de uma “desmemoria” e debates como o promovido pelo cineclube são importantes. Alexandre Jardim, do Centro Técnico Audiovisual do Ministério da Cultura, responsável pela área de som e mixagem, também prestigiou o evento, falando um pouco sobre a evolução do som no cinema brasileiro.
O cineclube é uma iniciativa de alunos dos cursos de Comunicação Social e prioriza a exibição de filmes que estão fora da circulação comercial. As sessões do cineclube são gratuitas, abertas à comunidade, com direito à pipoca e sorteio de brindes. A viagem pelo mundo por meio do cinema em diferentes países continua no próximo semestre. Apertem os cintos e fiquem por dentro das novidades nas redes sociais (https://www.facebook.com/ConheCinema/).
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Att,
Andréa Luiza Collet/Assistente de Comunicação
Marketing, Relações Institucionais & Serviços ao Aluno.
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