PESQUISAS DA UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA APRESENTAM NOVAS POSSIBILIDADES PARA A CONSTRUÇÃO CIVIL
Reutilização de resíduos sólidos minimizam volume nos aterros sanitários
Sustentabilidade. Mais do que uma palavra em alta, o termo aponta para o surgimento de uma nova mentalidade na cultura contemporânea, que leva em conta uma postura coerente entre o discurso e a prática, inclusive no segmento empresarial. Com o desafio de encontrar soluções para o passivo ambiental das empresas, profissionais buscam alternativas aos modelos tradicionalmente aplicados. E a formação de profissionais comprometidos com um modelo de produção mais equilibrado é um dos diferenciais da Universidade Veiga de Almeida (UVA), que coloca à disposição dos alunos grande infraestrutura em laboratórios e o suporte de professores pesquisadores, além de ofertar disciplinas que enriquecem o currículo.
No campus Cabo Frio, projetos de iniciação científica e trabalhos de conclusão de cursos de Engenharia, por exemplo, focam na utilização de materiais alternativos na construção civil. Lodo da estação de tratamento de água, casca de coco e sabugo de milho que teriam como destino aterros sanitários ou até mesmo o descarte em locais indevidos têm sido objeto de estudo de um grupo de estudantes preocupados em oferecer novas possibilidades ao mercado. Os trabalhos de laboratório contam com o suporte da professora Gisela Lopes, doutora em Química Industrial em Ciência e Tecnologia em Polímeros. Para ela, o aproveitamento é resíduos é essencial no atual contexto e encontrar soluções que gerem maior qualidade da água e do solo para que continuem a sustentar a humanidade é o grande desafio de profissionais e pesquisadores.
Depois de uma visita técnica a uma estação de tratamento de água, as estudantes Carolline Duarte, hoje no 7º período de Engenharia Civil, e Byanca Seidel, do 8º período de Engenharia de Produção, se dispuseram a encontrar uma nova possibilidade para o lodo produzido na estação. O projeto de iniciação científica iniciado em 2016 está em fase de conclusão e já apresenta para o mercado tijolos vermelhos maciços confeccionados com 10% de lodo na sua composição. A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com uma empresa do ramo ceramista, que utilizou o resíduo como matéria-prima em um lote, do qual saíram os corpos de testes. “Nem todo resíduo é lixo. A reutilização é importante não apenas por questões econômicas, mas principalmente ambientais”, reflete Carolline. Ambas relatam estar orgulhosas pelos resultados já alcançados com a pesquisa.
O uso de fibras naturais na matriz cimentícia tem sido o desafio dos estudantes Andreziely Matos e Filipe Cunha, ambos do 9º período de Engenharia Civil. Os projetos, iniciados em 2016, têm apresentado resultados satisfatórios. Andreziely, que está utilizando fibra de sabugo de milho como substituto de até 5% da areia empregada na matriz, investiga se o tratamento químico da fibra é realmente necessário ou se pode ser suprimido, o que geraria um ganho ainda maior na sustentabilidade da matéria-prima. Andreziely conta que não encontrou literatura sobre a utilização de sabugos na construção civil, então está adaptando estudos já realizados com fibras naturais. “O Brasil é o terceiro maior produtor de milho. Parte do sabugo é usado como ração animal. Quantas toneladas são desprezadas sendo que ainda poderiam ser úteis”, reflete a jovem pesquisadora. Filipe lembra que as fibras sintéticas, como o aço, estão disponíveis no mercado, mas as fibras sintéticas ainda necessitam de mais estudo e espaço. Ao observar o volume de casca de coco descartado na temporada de verão em toda a Região dos Lagos, começou a pensar em opções de uso. Por sugestão da professora Gisela Lopes, a inquietação virou pesquisa de iniciação científica, que servirá de base para seu trabalho de conclusão de curso. Sua meta é adicionar a fibra de coco na matriz no percentual de 1% em relação ao peso total da brita, da areia e do cimento.
A pesquisa com o sabugo de milho conta com o suporte do Laboratório de Polímeros Hidrossolúveis do Instituto de Macromoléculas da UFRJ.
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Att,
Jornalista Andréa Luiza Collet/Assistente de Comunicação Marketing, Relações Institucionais & Serviços ao Aluno.
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