PASTOR NEEMIAS LIMA FAZ UMA DISSERTAÇÃO RELIGIOSA E REFLEXIVA SOBRE TEXTOS DE GÊNESIS 12, NARRANDO AS EXPERIÊNCIAS DE ABRAÃO

Pastor Neemias Lima da Igreja Batista do Braga. (Foto reproduzida do Facebook).  


O Blog Álvaro Neves "O Eterno Aprendiz" desta vez traz para os amigos internautas, uma coletânea composta por  três textos religiosos e reflexivos. Tendo como autor o Pastor Neemias Lima da Igreja Batista do bairro Braga, cidade de Cabo Frio. 

Texto alicerçado em Gênesis  12, que segundo Pastor e professor Robert L. (Bob) Deffinbaugh graduou Seminário Teológico de Dallas, os primeiros onze capítulos costumam ser chamados de “história primitiva”. Os últimos capítulos são conhecidos como “a história dos patriarcas”. Enquanto o efeito do pecado do homem se tornou cada vez mais abrangente, o cumprimento da promessa de Deus de Gênesis 3:15 se tornou cada vez mais seletivo. O Redentor devia vir do descendente da mulher (Gênesis 3:15), depois dos descendentes de Sete, de Noé e então de Abraão (Gênesis 12:2-3).

Teologicamente, Gênesis capítulo 12 é uma das passagens-chave do Antigo Testamento, pois contém aquilo que é chamado de a Aliança Abraâmica. Esta aliança é a linha que une todo o Antigo Testamento. Ela é crucial para o entendimento correto das profecias da Bíblia.

Em Gênesis capítulo doze não só chegamos a uma nova divisão e a uma importante aliança teológica, mas, acima de tudo, a um grande e piedoso homem — Abraão. Quase um quarto do livro de Gênesis é dedicado à vida deste homem. Mais de 40 referências são feitas a ele no Antigo Testamento. É interessante observar também que o Islã considera Abrão o segundo homem mais importante depois de Maomé, sendo que o Alcorão se refere a ele 188 vezes.

O Novo Testamento também não diminui a importância da vida e do caráter de Abraão. Há cerca de 75 referências a ele no Novo Testamento. Paulo o escolheu como o melhor exemplo de um homem que é justificado diante de Deus pela fé e não pelas obras (Romanos 4). Tiago se refere a ele como um homem que demonstrou sua fé diante dos homens por suas obras (Tiago 2:21-23). O escritor aos Hebreus o cita como exemplo de alguém que andou pela fé, dedicando mais espaço a ele do que a qualquer outro indivíduo no capítulo onze (Hebreus 11:8-19). Em Gálatas, capítulo 3, Paulo escreve que os cristãos são “filhos de Abraão” pela fé, e por isso, herdeiros legítimos das bênçãos prometidas a ele (Gálatas 3:7-9).

Ao voltar nossa atenção para o capítulo 12 de Gênesis, vamos fazê-lo com o objetivo de ver Abraão como um exemplo de quem anda pela fé. Em especial, quero ressaltar o processo empregado por Deus para fortalecer sua fé e fazê-lo o homem temente que ele se tornou. Muitos dos erros mais comuns nos círculos cristãos a respeito da natureza de uma vida de fé podem ser corrigidos com o estudo da vida de Abraão. 


Vamos aos textos do Pastor Neemias Lima:

Abraão e eu - I


Gênesis 12 narra a experiência do chamado de Abrão, nome mais tarde mudado para Abraão. 

O plano salvífico de Deus apresentava mais um desdobramento. Deus não fora surpreendido com a queda do homem e o pecado fazendo parte do cenário da vida humana.

A família abraâmica se configuraria num povo que, mais tarde, daria lugar à Igreja, última manifestação do programa divino para resgate do ser humano. Em Abraão, havia uma delimitação de um povo. Na Igreja, todos os povos, de todos os tempos. Na verdade, começou com uma família e termina com uma família, a família de Deus. Em Cristo, todos fazem parte da Igreja, família de Deus.

A grande questão é: que relação tenho com o chamado de Abraão? De certo que a narrativa não foi preservada por acaso, há uma aplicação para os dias atuais. Com tal disposição, pode-se asseverar que a experiência de conversão e a consciência de missão determinarão como será a caminhada do cristão aqui na terra. Onde está o foco de sua vida, aqui, no terreno, ou ali, no celestial.

Com o apóstolo Paulo, aprende-se que “quem ressuscitou com Cristo pensa nas coisas que são de cima e não nas que são de baixo, no céu e não na terra” - Colossenses 3.

Abraão foi chamado para conquistar a terra prometida, Canaã. Todos são chamados a ir à terra prometida, em Cristo, conquistada pelo seu sangue precioso.


Abraão e eu - II



A narrativa do chamado de Abraão em Gênesis 12 não está preservada apenas como fato histórico. Ela apresenta princípios norteadores para a caminhada nesta vida.

Um dos princípios é o desprendimento do que é terreno. Deus ordena: “Sai da tua terra”. É verdade que tal convocação implicava numa mudança geográfica. É convidado a deixar o lugar em que está inserido e ir ao desconhecido. Considerando que não se tinham os conhecimentos e os recursos de tecnologia como hoje, era uma tremenda aventura, já que mesmo distâncias pequenas representavam um mistério.

A aplicação do princípio é: quanto mais distante de Deus, mais apegado a terra o ser humano é. Trata-se de uma inegável realidade. Vive-se como se aqui fosse sua morada eterna. E não é, aqui é uma passagem. Vida mesmo, completa, só depois.

A síndrome que acometeu o homem rico, cuja propriedade muito produzira, na parábola contada por Jesus, é a mesma que alcança muitos seres humanos: “Alma, tens em depósito muito bens: come, bebe, folga”. Foi surpreendido: “Esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado, para quem será?”.

Abraão foi chamado para conquistar à terra prometida, Canaã. Todos, em Cristo, são chamados a ir à terra prometida, conquistada pelo seu sangue precioso.


Abraão e eu - III



Outro princípio norteador na chamada de Abraão é o desprendimento dos laços familiares. “Sai da tua parentela e da casa de teu pai” era a orientação. Não, não se precipite! Deus não sugeria separação da família, tanto é que Sara segue com ele. Trata-se de orientação clara sobre quem ocupa o primeiro lugar.

A família de Abraão estava inserida num contexto politeísta, seu pai era fabricantes de ídolos, e a dinâmica da nova empreitada exigia cortar esses vínculos. O desafio era abjurar a religião da família.

O vínculo familiar é tão forte que Abraão, mesmo dispondo-se imediatamente, não obedeceu totalmente. Levou consigo Ló e os bens que adquiriram ali.

É sabido que missionários, pastores, músicos, educadores e outros e outras, chamados para o ministério, em sua maioria, se distanciam da maior parte da família.

Sair do meio da parentela não significa, necessariamente, deslocar-se e distanciar-se dela. Pode significar assumir atitudes que trarão algum desgaste. Por exemplo: uma família cristã que não admitirá alguma prática discordante em seu lar por parte de outro familiar. Lembro-me que meu pai impediu certo parente fumar dentro de nossa casa. Achei tão deselegante. Mais tarde, aprendi o princípio que ele ensinava.

Sendo possível uma ordem, é assim: 1º lugar, Deus. 2º, família. Tudo vem depois. Quem assim faz, será bênção e abençoado.


Fonte: Bible.org/Blog do Pr. Neemias Lima/Fotos do Facebook do Pastor Neemias Lima.





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