"VIVÊNCIAS PERIFÉRICAS" MOVIMENTOU ALUNOS DA REDE MUNICIPAL EM CABO FRIO





A Escola Municipal Prof.ª Catharina da Silveira Cordeiro, localizada no bairro Monte Alegre, ficou agitada neste final de semana. Uma Mostra de Cultura de Periferia, organizada pela professora de Educação Física, Márcia Fonseca, permitiu que a Unidade Escolar ficasse de portas abertas para que toda a comunidade e visitantes pudessem participar do Projeto "Vivências Periféricas".

O evento é mais um projeto cultural viabilizado pelo PROEDI- Programa Municipal de Editais de Fomento e Difusão da Cultura de Cabo Frio, que começou a ganhar forma na sexta-feira (15) logo pela manhã. Alunos e professores participaram de oficinas que trabalhavam com elementos da cultura africana. Oficinas de Jongo, Capoeira, Hip Hop, Rap, Funk (Dança do Passinho), Skate, Literatura com Foco na Estética Afro-Brasileira, Grafite, Tranças, Abayomi que são bonecas de pano artesanais, muito simples, feitas apenas com nós, sem o uso de cola ou costura e com mínimo uso de ferramentas, de tamanho variando de 2cm a 1,50m, sempre negras.


Márcia Fonseca, falou sobre a ideia e justificativa para realizar encontro da comunidade com suas raízes.


“As periferias não têm o olhar que os grandes centros têm, muitos projetos nasceram em outras periferias e com o tempo pode-se notar mudança para aquela sociedade, um bom retorno de tudo que lhe foi ensinado durante os anos, essa é a questão. Então pensamos em alcançar esses bairros mais próximos à Escola, que apresentam altos níveis de violência e exclusão principalmente de pessoas de raízes negra, com um projeto que envolve a cultura, valorizando a arte de periferia, valorização das identidades e com ações afirmativas que se fazem voltadas para essas comunidades, podemos sim ter algum tipo de resultado positivo ”, disse Marcia Fonseca.

O evento contou com a participação de colaboradores de outras cidades, como, Thayniri Donário, aluna de moda da PUC-Rio, que veio ensinar as crianças a fazer tranças, como usar e qual a importância do turbante. Também participou com a oficina de Abayomi, Andréia Fernandes, que não só ensinou como fazer a boneca, como contou para os alunos como eram feitas as Abayomis das barras das saias das mães africanas que vinham com seus filhos nos navios negreiros.

A diretora da Unidade Escolar, Gabriela Bicalho Bueno, falou o quanto a escola estava precisando de atividades como esta para animar a criançada, relatando o quanto os alunos esperam por eventos como este, em que eles podem participar ativamente aprendendo, não só em sala de aula, como também nas oficinas.

“Todo equipe pedagógica da Escola abraçou o projeto e estamos muito felizes com tudo isso que está acontecendo”, ressaltou Gabriela.

Com tanta movimentação e agitação os talentos começaram a aparecer. A aluna, Rebecca Monteiro, da turma 401, mais conhecida como “MC Criola” conta que compôs um Rap em homenagem à Escola e a sua comunidade, Monte Alegre, e que já está fazendo sucesso entre os parentes e amigos.

  A diminuição da vulnerabilidade social através da arte, valorização de identidades e as ações positivas para fazer circular bens culturais nas diversas regiões periféricas transformam realidades e fortalecem o acesso à cidadania através da Educação.  



Fonte: Email da Redação da Coordenadoria de Comunicação de Cabo Frio/Fotos: Ari dos Santos

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