APÓS SINDICADO DOS MÉDICOS E MINISTÉRIO PÚBLICO CRIAREM GABINETE PARA ANALISAR CRISE NA SAÚDE, RIO TROCA SECRETÁRIO

Foto: Secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto deixa o cargo. 


Fonte: Agencia Brasil.



O Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro e o Ministério Público do Estado criaram um gabinete de crise para discutir a situação dos hospitais. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública Geral do Rio também integram o grupo, que terá como primeira iniciativa a solicitação de um plano claro de contingência à Secretaria Estadual de Saúde, com o objetivo de esclarecer a crise no setor. A criação do gabinete foi definida ontem (21), durante reunião de emergência entre os diversos órgãos envolvidos em busca de solução para a crise.

O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Darze, disse que não sabe exatamente porque o estado quebrou. “Vamos solicitar clareza sobre a paralisação das OSs [organizações sociais] e cobrar o cumprimento dos serviços de responsabilidade dessas empresas”, avisou.

Darze lembrou que um dos gerentes dessa organização social (OS) disse que a crise nos hospitais públicos do estado é culpa dos médicos que não se preparam, que não reservam três meses de recursos para eventuais situações como essa, ou seja, na opinião do gestor, o médico é quem teria de ter capital de giro para sobreviver, depois de ter cumprido uma jornada de 30 dias de trabalho nos hospitais. “Quer dizer, transferem para os médicos a responsabilidade que caberia à instituição privada, que está hoje com a função de gerenciar unidades públicas de saúde”, explicou Darze.

O presidente do sindicato disse ainda que o plano de contingência visa à reestruturação do sistema de saúde para evitar o fechamento das unidades e a melhoria no atendimento. “Como vamos receber turistas neste fim de ano sem nenhuma condição de atendimento nas unidades de saúde? Vai morrer muita gente. Vamos cobrar solução imediata”.

Segundo Darze, o sindicato vai entrar ainda hoje (22) com ações trabalhistas no Plantão Judiciário para que os médicos recebam os salários em atraso. Os médicos e enfermeiros terceirizados que trabalham nos hospitais da rede estadual e nas unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) estão com o salário de novembro em atraso e sem receber até agora a segunda parcela do décimo terceiro. “Esses profissionais estão sem receber há algum tempo. As pessoas vivem dos seus salários, têm contas a pagar e não podem ficar nesse compasso de espera”.

O Sindicato alerta que não existe greve de profissionais na rede estadual e sim falta de insumos básicos, o que os impossibilita de fazer os serviços, e que os médicos do estado estão em estado de greve, o que não representa interrupção no atendimento aos pacientes.

A Secretaria de Saúde informou que os hospitais estaduais Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, referência em neurocirurgia, e o Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, ambos na Baixada Fluminense, estão abertos. O atendimento, porém, está restrito aos casos mais graves. "É importante deixar claro que os pacientes internados nessas duas unidades continuam recebendo assistência médica".

O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Felipe Peixoto, afirmou na manhã de hoje (22) que vai deixar o cargo até o fim do ano. Peixoto disse que havia combinado com o governador Luiz Fernando Pezão que ficaria na pasta somente em 2015.

"Eu tinha combinado com o governador Pezão de ficar um ano. Estou há um ano me dedicando em prol da saúde do estado, não tenho dia, não tenho hora, em um esforço fora do normal, em um ano de crise", disse o secretário, reconhecendo que a saúde tem sofrido com a crise econômica.

"A gente conseguiu segurar até o início desse mês, diante desse quadro de crise econômica que o país vive. A saúde também foi afetada, a gente reconhece esse problema e estamos o tempo todo trabalhando para poder voltar com as nossas atividades, e todo serviço que estiver restrito, trabalhando para restabelecer".


O setor de saúde no estado enfrenta problemas graves, segundo o Conselho Regional de Medicina (Cremerj). Profissionais estão com salários atrasados e o atendimento de emergência em hospitais, como o Adão Pereira Nunes, está restrito aos casos considerados graves. Por exemplo, a diretoria do Hospital Estadual Albert Schweitzer, na zona oeste do Rio, registrou uma medida assecuratória de direito futuro para tentar se resguardar caso a falta de atendimento ou de insumos na entidade cause problemas mais graves.

Em nota, o governo estadual anunciou que o secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Antônio Teixeira Júnior, assumirá a secretaria estadual em janeiro. A transição, segundo a nota, começará nos próximos dias.

Combate ao mosquito

Felipe Peixoto participou de uma cerimônia ao lado do governador Luiz Fernando Pezão na manhã de hoje (22), em que foram entregues 170 carros para cidades fluminenses usarem na vigilância epidemiológica, combatendo o mosquito Aedes aegypti. No evento, Pezão pediu desculpas à população pelos problemas na saúde e falou sobre as dificuldades financeiras vividas pelo estado. O governador elogiou a atuação de Peixoto na secretaria: "Felipe foi um herói".

Na saída da cerimônia, Pezão falou com a imprensa e disse que o estado necessita de R$ 250 milhões a R$ 350 milhões para normalizar o atendimento nos hospitais estaduais e unidades de pronto atendimento que estão funcionando com restrições. O déficit do estado, a seis dias úteis do fechamento do ano, passa de R$ 2,5 bilhões. "Ainda tenho receita para entrar", disse o governador.

Pezão disse que negocia com o governo federal recursos para regularizar os repasses da Secretaria Estadual de Saúde ainda nesta semana. Pezão também disse que as empresas do estado devem cerca de R$ 7 bilhões em impostos.

Comentários

Unknown disse…
É Pezão a coisa está preta, não tem dinheiro para pagar o decimo dos funcionários e nem para a saúde, são consequências da queda de receita dos impostos causados pela CRISE ECONÔMICA que a EX: ADMINISTRADORA FALIDA DE LOJINHA DE 1,99 causou. O pior é que você veio a público CONTRA O IMPEACHMENT da EX: ADMINISTRADORA DE LOJINHA.
ACORDA PEZÃO! Ou MELHOR, AGUENTA PEZÃO!

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