CPI DOS AUTOS OUVE CHEFE DE POLÍCIA CIVIL FERNANDO VELOSO


Foto: Deputado Rogério Lisboa (PR) presidente da CPI dos Autos de Resistência, Assessoria de Imprensa da Alerj. 

Chefe de Polícia diz à CPI dos Autos de Resistência que “erros existem”, ao elogiar o trabalho da Divisão de Homicídio; na saída, Fernando Veloso se disse chocado com a conclusão do inquérito do caso Eduardo.

Ao participar nesta quinta-feira (26) como convidado da CPI dos Autos de Resistência da Assembleia Legislativa do Rio, o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, ressaltou o trabalho da Divisão de Homicídio (DH), mas disse que erros acontecem.

- O trabalho da DH tem mostrado resultados muito positivos, sobretudo na Baixada Fluminense. Determinamos que em todos os supostos autos de resistência haja a reconstituição, que leva tempo e demanda recurso, mas é importante. Agora, a gente pode errar, pode – afirmou Veloso, sem citar o caso Eduardo.

A Justiça aceitou nesta quarta-feira (25) a denúncia do Ministério Público contra o policial militar Rafael de Freitas Monteiro Rodrigues, acusado da morte do menino Eduardo de Jesus Ferreira, de 10 anos, ocorrida em abril, no Complexo do Alemão, na Zona Norte. O MP contestou o inquérito apresentado pela DH, que não indiciou os policiais envolvidos.

“Fiquei chocado, chocadíssimo, com a conclusão da DH”

Durante entrevista, ao comentar a decisão da Justiça, o chefe de Polícia disse que ficou chocado com a conclusão do inquérito da Divisão de Homicídios.

- Minha opinião pessoal, como cidadão, como pai, filho, fiquei chocado,  chocadíssimo, mas não chamei o (delegado) Rivaldo (Barbosa) para dizer que isso traria problemas para a instituição. Confio na competência dos policiais que trabalham na DH, e acredito que eles usaram a técnica para chegar ao resultado final.

Fernando Veloso também causou espanto a pelo menos três deputados da CPI dos Autos de Resistência ao dizer que não participa da formulação da política de segurança do estado.

- Me espanta saber que o senhor não participa da política de segurança. Quem o secretário Beltrame ouve? O Grupo Globo – ironizou Paulo Ramos (Psol).

Ao perceber a insistência dos deputados no tema, Veloso se corrigiu.

- Não é que eu não participe. Eu não decido – afirmou.

Para o presidente da CPI dos Autos de Resistência, Rogério Lisboa (PR), a comissão tem avançado no sentido de qualificar a investigação desse tipo de crime.

- Hoje (nesta quinta), com a participação do chefe de Polícia, Fernando Veloso, avançamos mais e foi acordado que, com mais investimento em tecnologia da informação (TI), vamos organizar dados mais qualificados sobre, por exemplo, a reincidência de policiais que praticaram autos de resistência.

Rogério Lisboa ressaltou que os deputados da CPI assinaram uma proposta de emenda ao Orçamento do ano que vem garantindo uma verba extra de R$ 20 milhões para ser usada pela PM em TI.

Além do chefe de Polícia, a CPI ouviu o pesquisador da Uerj, Ignácio Cano, e o presidente do Sindicato dos Policiais Civis,
Leonardo de Faria.

Marco Aurélio Lisan.
jornalista e assessor de imprensa.





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