DÓLAR CAI MAIS DE 2% E VOLTA A FICAR ABAIXO DE R$ 4
O dólar caiu
2,31% ao longo desta quarta-feira (30) e fechou o dia cotado a R$ 3,9655;
retração foi atribuída às ações tomadas pelo governo para reduzir as tensões
com a base aliada no Congresso Nacional; apesar disso, ao longo de setembro, a
moeda norte-americana acumulou alta de 9,33%.
Fonte: Jornal 247
O dólar fechou com queda de mais de 2 por cento e voltou abaixo de 4 reais
nesta quarta-feira, com investidores reagindo bem às ações tomadas pelo governo
para apaziguar as tensões com a base aliada.
Ainda assim,
a moeda norte-americana marcou a terceira alta mensal consecutiva, movimento
que deve continuar nos próximos meses. O ritmo desse avanço, no entanto, deve
ser menor, com o Banco Central calibrando sua intervenção para coibir surtos de
volatilidade.
O dólar
recuou 2,31 por cento, a 3,9655 reais na venda. Em setembro, a moeda
norte-americana avançou 9,33 por cento, acumulando alta de 27,55 por cento nos
últimos três meses. No ano, o fortalecimento soma 49,15 por cento.
"Não
tem como escapar, não há leilão que segure a alta do dólar, que vem dos fundamentos.
O que o BC faz é amortecer esse avanço", disse o diretor de câmbio do
Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
A moeda
norte-americana tem sido pressionada pela rápida deterioração dos fundamentos
econômicos do Brasil, com foco nas contas públicas, que investidores temem
poder provocar a perda do selo de bom pagador do país com outras agências de
classificação de risco além da Standard & Poor's.
A moeda
norte-americana engatou a quinta marcha na semana passada, quando alcançou seu
nível recorde tanto no intradia quanto no fechamento. O BC reagiu reforçando
sua intervenção no câmbio com leilões de venda de dólares com compromisso de
recompra, conhecidos como leilões de linha, e de novos swaps cambiais, que
equivalem a venda futura de dólares.
No entanto, absteve-se
de atuar no mercado à vista, o que implicaria o uso das reservas
internacionais. O debate sobre essa possibilidade vem injetando volatilidade no
mercado nos últimos dias.
"O BC
parece ter escolhido uma estratégia de intervenção cambial caracterizada por
'imprevisibilidade', com o momento, o tamanho e o produto específico a serem
adotados variando diariamente", escreveu o estrategista global de câmbio
do Nomura Mario Roble. Ele ressaltou que "efetivamente, não há motivo
urgente para usar as reservas, pelo menos de um ponto de vista de
fundamentos".
Essa
percepção foi reforçada também pela informação de que a autoridade monetária
vendeu apenas parcialmente a oferta nos três leilões de linha realizados nos
dias 21 e 23 de setembro, o que pode ser evidência de demanda limitada por
dólares. A autoridade monetária também concluiu nesta sessão a rolagem dos
swaps que vencem na quinta-feira, rolando 95 por cento da oferta total.
O próximo
lote de swaps vence em 3 de novembro e equivale a 10,278 bilhões de dólares.
Nesta
sessão, o bom humor ganhou um impulso com a notícia de que o ministro da
Defesa, Jacques Wagner, vai assumir a Casa Civil no lugar de Aloizio
Mercadante, que irá para o Ministério da Educação, segundo fontes do governo. A
decisão é tomada com a esperança de facilitar as relações com a base aliada no
Congresso.
"A
melhora no cenário político passa pela visão de que os vetos da presidente
(Dilma Rousseff) podem ser aprovados pelo Congresso, e cresce a chance de a
CPMF emplacar", disse o estrategista da corretora Coinvalores Paulo Celso
Nepomuceno, referindo-se a medidas importantes do reequilíbrio das contas
públicas brasileiras.
A queda do
dólar nos mercados externos também corroborou o recuo da moeda norte-americana
contra o real, em um dia de apetite por risco nos mercados globais. A moeda dos
EUA recuou firmemente contra moedas como os pesos chileno e mexicano.
Pela manhã,
as operações foram influenciadas ainda pela briga pela formação da Ptax, taxa
calculada pelo BC que serve como referência para diversos contratos cambiais.
Operadores costumam disputar no último pregão do mês para deslocar as cotações
de forma a garantir uma taxa mais favorável a seus negócios. A taxa saiu a
3,9722 reais para compra e 3,9729 reais para venda.
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