O COLUNISTA BRENO ALTMAN DIZ: MEU MAIOR ERRO DA MINHA VIDA FOI ESCREVER O ARTIGO COM O TEXTO "PAPA FRANCISCO É A CONTRARREVOLUÇÃO MODERNA
Colunista Breno Altman confessa seus erros de análise sobre o
sumo pontífice; "Há ano e meio escrevi artigo dos mais furados
de minha vida jornalística", diz ele, relembrando texto em que apontava
Francisco como a "contrarrevolução moderna"; "Desde então, o
papa Francisco desmentiu praticamente todas estas arrogantes previsões.
Além de enfrentar a corte vaticana e seus interesses, se lançou em cruzada
para levar o catolicismo de volta ao convívio com os movimentos populares,
abraçando sua causa", afirma; Altman destaca ainda o papel do papa no
reatamento das relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos.
Fonte: Jornal 247
"Há ano e meio escrevi, para o Opera Mundi, artigo
dos mais furados de minha vida jornalística. O título diz tudo, basta
clicar para ter acesso ao texto: Papa Francisco é a contrarrevolução moderna", diz
o colunista Breno Altman. "O equívoco, porém, foi tão
estapafúrdio que seria vergonhoso não admiti-lo de público."
Altman cita parágrafos de sua análise equivocada. “A
direita encontra, nesta renovação, bom motivo para entusiasmo. Um papa
fortalecido e celebrado é instrumento notável para qualquer estratégia de
redução da influência de esquerda nas camadas de menor renda, especialmente na
América Latina.”
Depois, enumera os motivos que o levaram a rever sua posição.
"Desde então, o papa Francisco desmentiu praticamente todas
estas arrogantes previsões. Além de enfrentar a corte vaticana e
seus interesses, se lançou em cruzada para levar o catolicismo de volta ao
convívio com os movimentos populares, abraçando sua causa. Luta para
reformar o discurso da Igreja sobre direitos civis, incluindo temas outrora
proibidos, como o acolhimento da diversidade sexual e a defesa da saúde
feminina frente aos dogmas religiosos. Estendeu sua mão para a esquerda
latino-americana, apoiando experiências progressistas e desautorizando o
vínculo de organizações católicas às conspirações conservadoras."
Ele ainda destaca o papel de Francisco na histórica
reaproximação entre Cuba e Estados Unidos. "Como se não bastasse, o papa Francisco foi decisivo nas tratativas que
levaram os Estados Unidos a reatar relações diplomáticas com Cuba, mais de
cinquenta anos depois da ruptura", afirma.
"O primeiro a tentar abrir meus olhos sobre os enganos
que cometia e divulgava foi João Pedro Stédile, o bravo líder do MST e da Via
Campesina, atualmente um dos principais interlocutores leigos de
Francisco. Demorei a lhe dar ouvidos. Aos poucos, contudo, fui me dando
conta que havia sido contaminado por preconceitos e desvarios. Vivendo e
aprendendo. Hoje reconheço que o papa lidera revolução no catolicismo, que
deve ser observada e partilhada pelas forças progressistas do planeta."
Leia a íntegra em CONFESSO MEUS ERROS SOBRE O PAPA FRANCISCO.
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