LIVRO SOBRE REPRESSÃO A OPERÁRIO É LANÇADO NO MEMORIAL DA RESISTÊNCIA
O Memorial
da Resistência, na capital paulista, lançou ontem sábado (29) o livro A
Investigação Operária, que mostra como funcionavam os mecanismos de
repressão e perseguição política durante o regime militar contra trabalhadores
metalúrgicos e militantes de São Paulo.
O livro,
publicado com verbas do projeto Marcas da Memória, da Comissão de Anistia,
destaca a cooperação de empresas privadas e públicas com a repressão política.
A apuração das informações foi coordenada pela instituição Intercâmbio, Informações,
Estudos e Pesquisas (IIEP).
Documentos
reproduzidos no livro, como a Lista Negra do ABC, revelam como
transitavam informações entre a polícia e as indústrias sobre trabalhadores
militantes ou que tinham ligação com sindicatos. As empresas entregavam aos
órgãos de repressão listas com nome, endereço e, em alguns casos, o setor onde
o operário trabalhava.
O livro é
baseado na repressão contra membros da Oposição Sindical Metalúrgica de São
Paulo (OSM-SP), importante grupo sindical que atuou de 1960 a 1990 e
influenciou na fundação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Um dos casos
lembrados pelo coordenador do IEEP, Sabastião Neto, é o do Centro Comunitário
de Segurança (Cecosi), que tinha participação de 24 empresas e funcionava como
núcleo de troca de informações entre a ditadura e empresários.
Dentre os
exemplos de mecanismos de repressão utilizados pela ditadura contra os
trabalhadores e militantes estão prisões e torturas, assassinatos, infiltração
de agentes da repressão nos locais de trabalho e vinculação entre seguranças
privadas e o aparato repressivo estatal.
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