MARCHA DAS MULHERES NEGRAS TERÁ EDIÇÃO NACIONAL EM 2015
No Dia Internacional da Mulher Afro-Latina e Afro-Caribenha,
comemorado ontem (25), organizações anunciaram, durante o Festival Latinidades
2014: Griôs da Diáspora Negra, a Marcha das Mulheres Negras 2015. A caminhada
acontecerá no dia 13 de maio do ano que vem, em Brasília, sob o tema Contra o
Racismo e a Violência e pelo Bem Viver.
O dia 13 de maio marca a abolição da escravatura no Brasil e
é também o Dia Nacional de Denúncia do Racismo. Essa será a primeira marcha
nacional dos movimentos de mulheres negras. O objetivo, segundo manifesto da
marcha, disponível
na internet, é "denunciar a ação sistemática do racismo e do
sexismo com que somos atingidas diariamente mediante a conivência do poder
público e da sociedade, com a manutenção de uma rede de privilégios e de
vantagens que nos expropriam oportunidades de condição e plena participação da
vida social”.
O manifesto destaca que as mulheres negras são 49 milhões,
25% da população brasileira. A violência está entre os maiores problemas
enfrentados pelo grupo social, junto com acesso a saúde de qualidade e
liberdade e respeito ao culto de divindades de matriz africana. Segundo a
coordenadora estadual do Movimento Negro Unificado (MNU/MG) e integrante do
comitê organizador da marcha, Angela Gomes, 70% das mulheres negras morrem
dentro do espaço doméstico e isto é ignorado pelos dados oficiais.
"Não estamos reivindicando só a vida dos negros. Nós,
mulheres negras, estamos reivindicando nosso projeto de vida, a gente tem um
projeto de vida que não é esse projeto que está colocado ali", diz. Ela
acrescenta que foi a população negra que teve papel fundamental na construção
do Brasil. "Há 300 anos não temos reparação da nossa história. Ao
contrário, mulheres negras ganham 48% do salário das mulheres brancas na mesma função",
comparou.
A marcha também vai defender a titulação e garantia das
terras quilombolas; o fim das revistas vexatórias em presídios e as agressões
sumárias às mulheres negras em casas de detenções; e a investigação de todos os
casos de violência doméstica e assassinatos de mulheres negras, com a punição
dos culpados.
Fonte; Agência Brasil
Foto: Divulgação
Fonte; Agência Brasil
Foto: Divulgação
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