PRESIDENTE EM DISCURSO: "DITADURA CALOU NOSSAS LIBERDADES POR 21 ANOS" , LEMBROU O GOLPE MILITAR DE 1964 QUE COMPLETA 50 ANOS NESTA SEMANA

 A presidente Dilma Rousseff usou seu tempo de discurso durante a cerimônia de assinatura da construção de ponte sobre o Rio Guaíba, no Rio Grande do Sul, para lembrar o golpe de 1964, que completa 50 anos nesta semana. Dilma afirmou que o projeto da ponte cumpriu todo o trâmite burocrático necessário nas "instituições ativas e democráticas" do Brasil, algo que o país havia perdido na ditadura militar.

"Por 21 anos, nossas instituições, nossas liberdades, nossos sonhos foram calados", afirmou a presidente. Dilma disse que o brasileiro aprendeu  o valor da liberdade, de poderes legislativo e judiciário independentes, além do valor da liberdade de imprensa e de eleger pelo voto direto e secreto. "Aprendemos, por exemplo, o valor de eleger um ex-exilado, um líder sindical que foi preso várias vezes e uma mulher que também foi prisioneira", disse, se referindo ao seu mandato e aos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula.
Durante os anos de ditadura, a presidente Dilma fez parte de grupos revolucionários que tentaram derrubar o regime militar por meio da luta armada. Ela integrou a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares), chefiada pelo guerrilheiro Carlos Lamarca. Sua atuação contra o regime a levou à prisão entre 1970 e 1972.
Dilma lembrou as manifestações de junho de 2013 e disse que o Brasil teve um diferencial por não abafar os fatos. A presidente prestou ainda uma homenagem às vítimas da ditadura dizendo que é preciso lembrar e contar o que aconteceu. "Devemos isso a todos os que morreram e desapareceram. Devemos aos torturados e aos perseguidos. Devemos às suas famílias. Devemos a todos os brasileiros".

No final, a presidente citou uma frase dita por ela durante a instalação da Comissão Nacional da Verdade, em 2012. “Como eu disse aqui nesse palácio quando instalamos a Comissão da Verdade: se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulos, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca, mas nunca mesmo pode existir uma história sem voz. E quem dá voz são os homens e mulheres livres que não tem medo de escrevê-la”.
bc
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA BRASIL E ESTADÃO CONTEÚDO

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