Fonte: Jornal Eletrônico 247
O PT procura a partir da noite desta quarta-feira 28, por meio de comerciais de 30 segundos na tevê, ao menos começar a recuperar sua sintonia com as ruas. Uma tentativa que se dá de maneira grandiloquente. Abrindo com imagens de nomes consagrados da política mundial, como o pacifista indiano Mahatma Gandhi (1869-1948), o ex-presidente Nelson Mandela (1918) e o general Charles de Gaulle (1890-1970), o partido usa imagens de manifestações populares em todo o mundo – a começar pela queda do muro de Berlim – para afirmar que "a política sempre foi capaz de mudar o mundo e o mundo sempre foi capaz de mudar a política".
Nesse contexto, imagens rápidas da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula são inseridas para mostrá-los também como líderes de massas. A comparação é clara. Até o ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954), à sua época considerado como "o pai dos pobres", tem sua imagem veiculada na peça publicitária. O primeiro político a ter sua imagem mostrada no comercial é Abraham Lincoln (1809-1865), apontado como o maior presidente da história dos Estados Unidos, mas também há espaço para John Kennedy (1907-1963) e Juscelino Kubitschek (1902-1976).
Aparecendo numa das cenas em seus tempos de dirigentes sindical que empolgava os metalúrgicos de São Bernardo do Campo, no estádio de Via Euclides, durante as greves do início dos anos 1980, Lula foi o grande inspirador do comercial partidário. Em suas declarações mais recentes, o ex-presidente tem dito que qualquer alternativa além da atividade política, para a resolução de crises, resulta em exceção e autoritarismo. "Eu vou continuar fazendo politica até o fim da minha vida", tem frisado Lula.
Com este mote, o marqueteiro João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais do próprio Lula e da presidente Dilma Roussseff, e o publicitário Marcelo Kértesz criaram a peça que vai ar a partir de agora.
Em tom emotivo, o comercial procura, nitidamente, inserir o PT no contexto das ruas. Nas manifestações estudantis de junho, grande parte dos protestos se dirigiram contra os partidos políticos. O PT chegou a ter militantes rechaçados em passeatas em São Paulo. A ideia é por um fim nesse afastamento. Se uma peça publicitário pode fazer isso na vida real, é outra conversa.
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