Uma das mais belas exposições fotográficas dos últimos tempos, A Terra Vista do Céu, chega a Brasília. Público visitará gratuitamente mostra do consagrado fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand, trazida pela maior empresa privada do DF
A partir de quinta-feira, dia 4 de outubro, os brasilienses poderão ver imagens do planeta Terra sob uma nova perspectiva, na exposição A Terra Vista do Céu. A mostra, trazida para a capital do país pelo Grupo Caixa Seguros, será montada a céu aberto e terá visitação gratuita até o dia 4 de novembro, na Praça do Museu da República, coração da cidade. As 130 fotografias que compõem a exposição foram clicadas pelo fotógrafo e ecologista francês Yann Arthus-Bertrand, que estará presente no lançamento. Há vinte anos, ele viaja pelos cinco continentes retratando do alto de um balão, de um helicóptero ou de um avião, paisagens inusitadas do planeta.
Cada painel terá aproximadamente três metros de altura. A ideia é revelar ao público de Brasília um planeta incrivelmente belo e, ao mesmo tempo, frágil diante da degradação causada pelas ações do homem. As crianças também terão um espaço lúdico na exposição. O Planisfério, um mapa mundi de 200 m2, estará disposto no chão, possibilitando aos visitantes de todas as idades uma caminhada pelo mundo e pelos principais pontos de fragilidade do planeta.
"As fotos de Yann Arthus-Bertrand são maneiras inteligentes de sensibilizar as pessoas quanto à necessidade de proteger nossas riquezas naturais. Por isso, decidimos apoiar a divulgação desse trabalho e trazê-lo para Brasília", afirma o presidente do Grupo Caixa Seguros, Thierry Claudon. "Assim como estamos investindo na construção de nossa sede na capital do país, queremos investir também no enriquecimento da cultura local", complementa.
Mina de urânio no Parque Nacional de Kokadu, Austrália
A exposição
Vista por mais de 120 milhões de pessoas em 110 países, esta é a segunda vez que a exposição chega a uma capital brasileira. Entre maio e junho deste ano, 1 milhão de pessoas viram a mostra no Rio de Janeiro, durante a Rio+20, evento que marcou as duas décadas de trabalho do fotógrafo, iniciado na Eco 92. "Há 20 anos, percebi que a Terra se transformava diante dos meus olhos e, então, dei vida ao projeto para sensibilizar os cidadãos e os dirigentes políticos sobre a questão do meio ambiente", comenta o fotógrafo.
Durante a passagem por Brasília, Yann Arthus-Bertrand fará imagens do alto de um helicóptero de alguns pontos da capital. As fotografias serão incluídas no livro da exposição, que estará disponível para o público enquanto o evento estiver na cidade. Depois de 18 de novembro, a exposição parte para São Paulo e Belo Horizonte. A mostra, produzida pela Bonfilm, também conta com o apoio da Embaixada da França no Brasil, Secretaria de Cultura do DF, Museu Nacional e Biblioteca Nacional do DF.
Fardos de algodão na Costa do Marfim, África
Fotógrafo e ambientalista
Fotógrafo, jornalista e ambientalista francês, Yann Arthus-Bertrand é presidente da Fundação Good Planet, cuja missão é a luta contra as mudanças climáticas. Após 35 anos dedicados à arte de observar o planeta, Yann Arthus-Bertrand tem publicado mais de 60 livros com retratos feitos ao redor do mundo, sempre a bordo de helicópteros e balões. Também é autor do documentário HOME, Nosso Planeta, Nossa Casa, exibido recentemente pelo canal GNT e está lançando o filme Planète Océan.
Grupo Caixa Seguros – quinto maior grupo segurador do país, escolheu Brasília para construir sua sede. No último ano, a maior empresa privada do Distrito Federal faturou mais de R$ 7 bilhões. O Grupo atua no mercado através de seguros, previdências, consórcios, títulos de capitalização e seguros-saúde.
EU VI A TERRA MUDAR
Por Yann Arthus-Bertrand
O planeta é muito mais bonito do que eu imaginava. Desde que comecei a olhá-lo realmente, ele não parou de me surpreender por seu esplendor. Essa beleza, que descobri através do meu trabalho fotográfico, transformou-me. Foi ela que fez de mim um ecologista.
Essa exposição no Brasil é muito especial, pois foi com a ECO 92, conferência sobre o desenvolvimento sustentável ocorrida no Rio, que dei início ao meu trabalho A Terra vista do céu, há exatos 20 anos. Voltar ao Brasil é, para mim, a oportunidade de fazer um balanço das duas décadas desse trabalho.
Nos 20 anos que passei fotografando a Terra, eu a vi mudar. Pois o impacto do homem é visto do céu. E durante minhas viagens e minhas pesquisas, constatei que todos os especialistas e cientistas que encontrei compartilhavam a mesma preocupação. O que minhas fotos revelam, eles o dizem com números, e esses números são verdadeiramente assustadores.
Só para citar alguns exemplos, em 20 anos:
O PIB mundial aumentou em 75%, atingindo 63 trilhões de dólares, mas ainda há um bilhão de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.
As emissões de CO2 aumentaram em 36% e atingem 30 bilhões de toneladas por ano – a banquisa ártica diminuiu em 35%. Mas as energias renováveis progridem a uma velocidade astronômica: o uso da energia solar cresceu 30.000%, por exemplo.
As florestas mundiais perderam quase 300 milhões de hectares, ou seja, quase 13 milhões de hectares por ano. Mas atualmente quase 6% das florestas são certificadas – e hoje, 13% das terras emersas são protegidas.
O número de pessoas que têm acesso a fontes aprimoradas de água potável, a partir de um fornecimento por canalizações ou por poços protegidos, aumentou em mais de 2 bilhões. Mas 37% da população mundial ainda não têm acesso a um sistema de saneamento de qualidade.
Por volta de 1 bilhão de homens e mulheres sofrem de desnutrição enquanto o mesmo número sofre de obesidade.
Uma espécie de vertebrado em cada 5 corre risco de extinção.
Em 20 anos, os sinais alarmantes se multiplicam. A partir de agora, cada um deve assumir as consequências disso. Com minhas fotografias e a Fundação GoodPlanet tento sensibilizar o maior número de pessoas sobre a importância do desenvolvimento sustentável.
Espero que você, ao observar essas fotos, as mais fortes que tirei em 20 anos, deixe-se transformar pela beleza do mundo como eu fui transformado, e que também tenha o desejo de contribuir para a preservação do planeta.
Todo mundo pode fazer alguma coisa. Cabe a você descobrir o quê.
CORAÇÃO DE VOH EM 1990, NOVA CALEDÔNIA, FRANÇA
O manguezal, floresta semiterrestre e semiaquática, desenvolve-se nos solos lodosos tropicais expostos às alternâncias de marés. Constituído por diversas plantas halófitas (capazes de viver em solos salgados), com uma predominância de mangues, ele reveste quase 1/4 dos litorais tropicais e cobre cerca de 15 milhões de hectares no mundo. Esse meio frágil recua continuamente diante da excessiva exploração de recursos, da expansão agrícola e urbana, do desenvolvimento das criações de camarões e da poluição. Contudo, o manguezal ainda é indispensável à fauna marinha e ao equilíbrio do litoral, assim como à economia local. A Nova Caledônia, conjunto de ilhas do Pacífico que cobre 18.575km2, conta com 200km2 de um manguezal bastante baixo (8 a 10m de altura) mas muito denso, principalmente na costa oeste da Grande-Terre, ilha mais importante do arquipélago neocaledônio. No interior das terras, onde a água marinha só penetra no momento das grandes marés, a vegetação cede lugar a extensões nuas e extremamente salgadas chamadas tanne, como perto da localidade de Voh, onde a natureza desenhou essa clareira em forma de coração estilizado. As superfícies de manguezais diminuíram em 3% entre 1990 e hoje.
Fonte: PNUMA / Portal GEO Data
AS NEVES DESAPARECIDAS DO KILIMANJARO, TANZÂNIA
Transformadas em lenda por Ernest Hemingway em 1938, as famosas neves eternas do Kilimanjaro, com 11.000 anos, estão a ponto de desaparecer. Desmatamento, chuvas fracas demais, aquecimento global: os cientistas se questionam sobre os motivos do desaparecimento progressivo da neve do cume mais alto da África, que tem 5.895m. Estimada em 12km2 em 1912, a superfície da geleira é reduzida hoje a 2km2. Ela não somente perdeu 80% da sua extensão, mas se afinou, perdendo até 1m de espessura. Nesse ritmo, os cientistas estimam que ela desaparecerá em meados deste século. Segundo um relatório da ONU publicado em novembro de 2006 durante a 12ª conferência internacional sobre o clima, ocorrida em Nairóbi, antes de 2025, cerca de 480 milhões de pessoas na África viverão em regiões onde não haverá água ou onde ela será seriamente limitada.
O aumento das temperaturas favorece a propagação do mosquito responsável pela malária. No Quênia, a malária é a causa da morte de uma criança em cada 4.
Fonte: Banco Mundial
O VULCÃO MAELIFELL NA BEIRA DA GELEIRA MYRDALSJÖKULL, ISLÂNDIA
No sul da Islândia, esse cone vulcânico, constituído de cinzas e projeções de lava solidificadas, nasceu de uma das inúmeras erupções que ocorreram sob a calota de gelo Myrdalsjökull antes que a geleira recuasse. Nascido da geleira há 10.000 anos, o Maelifell hoje é banhado pelos rios que fluem dela. Seu cone perfeito, 200m acima da planície, é recoberto de musgos do gênero Grimmia, que proliferam sobre as lavas esfriadas e cuja cor varia do cinza prateado ao verde luminoso segundo a taxa de umidade do solo. Esse musgo faz parte das raras plantas que puderam se desenvolver no território islandês, caracterizado por certa pobreza botânica, com menos de 1.300 espécies vegetais (das quais 500 são espécies de musgos) e apenas 40% das terras cobertas por vegetação permanente. Geologicamente muito jovem, com 23 milhões de anos de existência, a Islândia, cujo nome significa literalmente "terra de gelo", conta com mais de 200 vulcões ativos, e inúmeras geleiras que ocupam quase 1/8 da superfície da ilha.
São recenseados cerca de 1.500 vulcões ativos que tiveram erupções nos últimos 10.000 anos. A cada ano, de 50 a 70 deles entram em erupção.
São recenseados cerca de 1.500 vulcões ativos que tiveram erupções nos últimos 10.000 anos. A cada ano, de 50 a 70 deles entram em erupção.
Fonte: Smithsonian / Programa Global de Vulcanismo
TAPETES DE MARRAKESH, MARROCOS
Como o Egito, a Tunísia e a Argélia, o Marrocos é um importante centro de produção de tapetes. Eles são tradicionalmente tecidos em lã – símbolo de proteção e felicidade – às vezes associada à seda, ao algodão e ao pelo de camelo ou de cabra. As cores e os motivos são característicos das regiões de fabricação, e é no Alto Atlas, aos pés do qual se encontra Marrakesh, que os tons são mais quentes. Essencialmente feminina, a mão de obra conta também com crianças. Contra o trabalho infantil foi decretada uma luta nacional no Marrocos, onde quase 600.000 crianças com menos de 14 anos são obrigadas a trabalhar e privadas do acesso à educação. No mundo, 191 milhões de crianças com idades entre 5 e 14 anos trabalham, das quais 166 milhões ilegalmente e quase 74 milhões em condições perigosas. Dessas crianças, 61% são exploradas na Ásia, 30% na África e 7% na América Latina. Em 1992, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) criou o Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil, que propõe principalmente soluções econômicas com os empregadores. Ainda que raros, certificados aparecem em alguns produtos, garantindo ao consumidor que sua compra não foi confeccionada por mãos de crianças.
Em 2008, estimava-se em cerca de 306 milhões de crianças, com idades entre 5 e 17 anos, economicamente ocupadas no mundo. Esse número é inferior ao de 2004 em 17 milhões.
Fonte: OIT
TSINGY DE BEMARAHA, REGIÃO DE MORONDAVA, MADAGASCAR
A insólita floresta mineral de Tsingy de Bemaraha surge a oeste de Madagascar. Essa formação geológica, chamada karst, é resultado de um processo de erosão. A acidez das chuvas dissolve pouco a pouco a pedra do planalto calcário e recorta essas arestas afiadas com altura aproximada de 30m. Na condição de reserva natural integral desde 1927 e inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 1990, esse labirinto quase impenetrável (daí seu nome, que significa em língua malgaxe "andar nas pontas dos pés") abriga uma flora e uma fauna específicas, ainda mal inventariadas. Na "Grande Ilha", fragmento de terra com 587.000km2 resultado da deriva dos continentes, isolada há 165 milhões de anos no oceano Índico ao largo da África Austral, desenvolveu-se uma vida animal e vegetal singular e diversificada. A flora e a fauna de Madagascar são excepcionais: 90% das 12.000 espécies vegetais e 80% das espécies animais repertoriadas na ilha não existem em nenhum outro lugar. Uma dessas espécies endêmicas,a vinca-de-madagascar (Catharanthus roseus), é usada pela indústria farmacêutica para o tratamento da leucemia.No entanto, inúmeras dessas espécies correm o risco de extinção.
Entre 1999 e 2009, mais de 12.000 novas espécies de plantas e vertebrados foram descobertas, isto é, uma a cada três dias.
Fonte: PNUMA
O OLHO DAS MALDIVAS, ATOL DE MALÉ NORTE, MALDIVAS
O Olho das Maldivas é um faro, formação coralina desenvolvida num suporte rochoso que cedeu com o tempo, só deixando à vista um recife anular, emerso na maré baixa e cercando uma lagoa rasa. Situado no coração do oceano Índico, o arquipélago das Maldivas culmina a 2,5m e conta com 26 atóis reunindo 1.192 ilhas, das quais cerca de 300 são habitadas de forma permanente ou sazonal. As terras emersas representam menos de 300km2. O arquipélago foi violentamente atingido pelo tsunami de 26 de dezembro de 2004, deixando 83 mortos, mais de 2.000 feridos, e cerca de 290.000 m3 de escombros, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. O perímetro de algumas ilhas foi modificado, outras foram engolidas pelo mar. De acordo com as estimativas dos peritos, o arquipélago, com 80% das terras situadas a menos de um metro acima do nível do mar, corre o risco de ser totalmente submerso. Com uma economia que depende principalmente do turismo (650.000 visitantes por ano), fazendo dele o Estado mais ricodo sul da Ásia, o país recebe mais de 250 milhões de euros a cada ano. O presidente eleito no final de 2008 deseja utilizar uma parte desses fundos para comprar terras na Índia, no Sri Lanka ou na Austrália, a fim de permitir que os 380.000 maldívios se instalem. Antes de 2050, 150 milhões de pessoas poderão ser obrigadas a sair de suas terras por causa de problemas ambientais, principalmente relacionados ao aquecimento global.
O pH do oceano passou de 8,11 em 1992 a 8,06 em 2007. Esse fenômeno de acidificação é provocado pela absorção de CO2 da atmosfera.
Fonte: PNUMA / Feely e outros, 2009
ICEBERG ERODIDO NO FIORDE DE UNARTOQ, GROENLÂNDIA
A maioriados icebergs que deriva na baía de Baffin e no mar de Labrador provém da costa ocidental da Groenlândia. Conta-se anualmente entre 10.000 e 40.000 deles. A cada primavera e em todos os verões, no fundo dos fiordes, as geleiras reproduzem, isto é, blocos de gelo se soltam com a pressão da geleira e com a ação das ondas e das marés. Os icebergs, que, por terem esse nome (montanha de gelo), devem passar em pelo menos 5m a superfície da água, deslocam-se e encalham em função das correntes e dos ventos. Os maiores, com formas cada vez mais erodidas, levarão dois ou três anos, até mais, para chegar ao largo de Terre-Neuve no Atlântico Norte e alguns chegarão a ultrapassar o paralelo 40 N em direção ao sul. Um deles foi a razão de uma das maiores catástrofes marítimas, o naufrágio do Titanic, em 1912, que fez mais de 1.500 vítimas. A calota de gelo da Groenlândia é a maior do mundo depois da calota do continente antártico. Nascida da acumulação das neves caídas há mais de 100.000 anos, ela recobre 82% da grande ilha e sua espessura chega a atingir 3.000m em alguns locais. Se esse gelo todo derretesse, o nível geral dos oceanos subiria de 7m. Sob o efeito do aquecimento climático, a geleira continental groenlandesa está derretendo num ritmo atual de 248km3 por ano, e estudos científicos mostram que o fenômeno vem sendo acelerado há uma década.
Em 2010, 16 territórios ainda constavam na Lista dos territórios não autônomos (não-descolonizados), segundo a ONU. Não é mais o caso da Groenlândia, dependência da Dinamarca, cujos habitantes beneficiam de autonomia administrativa desde 1979.
Fonte: ONU
SECAGEM DE TÂMARAS, PALMEIRAL NO SUL DO CAIRO, VALE DO NILO, EGITO
As tamareiras (Phoenix dactilyfera) só se desenvolvem em regiões áridas e quentes que dispõem de alguns recursos hídricos, como os oásis. Elas suportam grandes diferenças de temperatura e são bastante tolerantes em relação ao sal. A produção mundial de tâmaras chegou a 7 milhões de toneladas por ano. A maior parte da colheita do Oriente Médio e do Magreb é destinada ao mercado interno de cada país, e a exportação só representa 5% da produção. O Egito, primeiro produtor mundial, colhe todo ano mais de 1,3 milhão de toneladas de tâmaras, consumidas localmente a uma razão de 15kg por pessoa e por ano, em geral conservadas de forma artesanal. Colhidas frescas, amarelas ou vermelhas de acordo com a variedade, as tâmaras passam por um processo de triagem. Elas escurecem progressivamente ao secar ao sol, protegidas do vento e da água por muretas de terra e de galhos, e depois são guardadas em cestas de folhas de palmeiras trançadas. Apesar de o consumo direto ser o principal, muitos produtos derivados dessa fruta (xarope, suco, farinha, massa, açúcar, vinagre ou álcool, docinhos etc.) são fabricados de forma artesanal ou industrial. E as tâmaras também são utilizadas para alimentar dromedários, cavalos, burros, entre outros.
As vendas do comércio justo representam menos de 0,1 % do comércio mundial
Fonte: Fair Trade Federation
CASA INUNDADA NO SUL DE DACCA, BANGLADESH
O Bangladesh é uma planície deltaica percorrida por uma vasta rede de 300 rios. De junho a setembro, quando chegam as chuvas diluvianas da monção de verão, os rios saem de seus leitos e inundam quase a metade do território. Habituada a esse ciclo natural, parte da população do país vive permanentemente sobre ilhotas fluviais efêmeras formadas de areia e lama acumuladas pelas correntes. Em 1998, 2/3 do país ficaram submersos durante muitos meses, após a maior inundação do século XX, que matou 1.300 pessoas e destruiu as casas de 31 milhões de bangladeshianos. Consequência do aquecimento global, as catástrofes climáticas são cada vez mais numerosas e, seis anos depois, novas inundações, tão devastadoras quanto as precedentes, atingiram o país. O Bangladesh é o país mais densamente povoado do mundo. É também um dos mais pobres e um dos mais ameaçados pelos efeitos das mudanças climáticas. Nas próximas décadas, milhões de bangladeshianos poderão ser obrigados a se mudar para fugir da submersão progressiva e durável das terras devido à elevação do nível do mar. Em 2010, mais de 38 milhões de pessoas foram deslocadas por causa de catástrofes ligadas a eventos meteorológicos extremos, segundo o Centro de Monitorização de Deslocados Internos (IDMC): nesse ano, 15 milhões de chineses e 11 milhões de paquistaneses foram expulsos de suas casas por inundações.
Em 2010, mais de 38 milhões de pessoas foram deslocadas devido a catástrofes relacionadas a eventos meteorológicos extremos.
Em 2010, mais de 38 milhões de pessoas foram deslocadas devido a catástrofes relacionadas a eventos meteorológicos extremos.
Fonte: IDMC
10 GRANDE FONTE HIDROTERMAL PRISMÁTICA, PARQUE NACIONAL DE YELLOWSTONE, WYOMING, EUA
Situado num planalto vulcânico localizado nos estados de Montana, Idaho e Wyoming e criado em 1872, Yellowstone é o mais antigo parque nacional do mundo. Enquanto os EUA concluíam a "conquista do Oeste" e massacravam os últimos bisões, alguns tiveram a intuição de que a natureza devia ser protegida. O parque se estende por 9.000km2 e apresenta a maior concentração de fenômenos geotérmicos do globo, com mais de 300 gêiseres e milhares de fumarolas e nascentes quentes. Com um diâmetro de 112m, a Grande Fonte Hidrotermal Prismática é a bacia termal mais vasta do parque, e a terceira do mundo em tamanho. O espectro de cores, razão do seu nome, é devido à profundidade da água em seu centro e, na periferia da fonte, à presença de algas microscópicas cujo crescimento na água quente difere em função da temperatura. Reserva da biosfera desde 1976 e inscrito na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco em 1978, o parque nacional de Yellowstone recebe, em média, 3 milhões de visitantes a cada ano. O continente norte-americano, onde estão situados os 5 sítios naturais mais frequentados no mundo, recebeu mais de 98 milhões de turistas em 2010, ou seja, mais de 10% dos 940 milhões de turistas internacionais contabilizados nesse ano. Na escala mundial, a atividade turística representa um volume de negócios de quase 6 trilhões de dólares, ou seja, mais de 9% do PNB mundial. Mesmo representando 250 milhões de empregos, o turismo tem um impacto negativo sobre o meio ambiente, os recursos naturais e as culturas locais.
Entre 1995 e 2010, o número de turistas internacionais aumentou em 90%.
Fonte : Portal GEO Data PNUMA / Banco Mundial / OMC
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