MINA CARA DE EIKE DERRUBA SUPEREXECUTIVA
Em 2008, Cynthia Carroll, da Anglo American, pagou R$ 5,5 bilhões por uma mina da MMX, de Eike Batista; como até agora não conseguiu tirar o projeto do papel, ela foi derrubada pelos acionistas
Que Eike Batista era capaz de vender terrenos na lua, já ficou provado. Em 2008, a executiva Cynthia Carroll, da Anglo American, pagou R$ 5,5 bilhões por uma mina da MMX, criada pelo empresário, em Minas Gerais.
Até hoje, a Anglo não conseguiu tirar o projeto do papel e esta foi uma das causas da queda da executiva que era considerada uma das mais poderosas do mundo.
Abaixo, reportagem do Financial Times, reproduzida pelo Valor Econômico:
Sob pressão, Cynthia Carroll deixa a Anglo
A executiva Cynthia Carroll cedeu à pressão dos acionistas e renunciou, na sexta-feira, ao cargo de executivo-chefe da Anglo American, depois de seis anos no posto, mergulhando o grupo de mineração em um clima de incerteza.
Cynthia concordou em ficar até que um substituto seja nomeado. Mas a falta de um sucessor acabou compondo um cenário ainda maior de incertezas para a companhia, que sofre com greves nas suas operações de plantina na África do Sul.
À executiva, a primeira presidente não nascida na África do Sul e primeiro executivo-chefe mulher da Anglo American, foi concedido um mandato para implantar as mudanças necessárias em uma empresa conhecida por seu conservadorismo.
Mas seu mandato foi ofuscado por erros que se tornaram públicos e que irritaram alguns acionistas. O desempenho da empresa tem sido atingido pelo excesso de custos, atrasos em um projeto de minério de ferro no Brasil e uma disputa com a Codelco, o grupo estatal de mineração do Chile. A empresa tem sido criticada por não ter realizado um "spin off" de seus ativos de platina na África do Sul e por ter pago um valor acima do considerado certo pelo mercado em alguns negócios, como a compra de uma participação de 40% na De Beers por US $ 5,2 bilhões.
A insatisfação dos acionista tem crescido, especialmente desde julho, quando a Anglo American anunciou uma queda de 55% no primeiro semestre de lucros.
Desde que Cynthia assumiu, em outubro de 2006, a Anglo acumula um retorno líquido negativo total de cerca de 13%, enquanto a BHP Billiton e a Rio Tinto ter retornado 127% e 51%, respectivamente.
Sir John Parker, presidente do conselho, elogiou Cynthia por seu "trabalho de transformação". Ele rebateu insinuações de que sua posição tinha se tornado insustentável por investidores descontentes. Outros acionistas foram menos favoráveis à executiva. Em comunicado, o South Africa's Public Investiment Corp. (PIC), maior acionista, disse que a diretoria da Anglo também tinha a responsabilidade pelos eventuais "erros".
Outro investidor, entre os vinte maiores, defendeu Cynthia: "Nós sempre avaliamos bem o trabalho dela, mas a velha guarda do sexo masculino nunca realmente encarou bem o seu trabalho." As greves e problemas com Codelco foram "boas desculpas para se livrar dela".
A Anglo disse que a busca por novo executivo-chefe pode durar até o próximo ano. Os candidatos potenciais incluem Mark Cutifani, diretor da Anglo Gold Ashanti; Doug Ritchie, diretor de estratégia da Rio Tinto; e Chris Griffith, diretor de platina no Anglo.
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