História de Belém do Pará



Belém
Forte do Castelo
A região onde Belém se localiza era ocupada pelos índios Tupinambás.
O estabelecimento do núcleo da cidade remonta à conquista da foz do Rio Amazonas, fundamental para a defesa da Amazônia por parte de Portugal. No ponto estratégico escolhido para se estabelecer a defesa do território foi fundado, em 12 de janeiro de 1616, o Forte do Castelo do Senhor Santo Cristo do Presépio de Belém hoje, conhecido como Forte do Castelo.
O povoado que se formou ao redor do forte foi denominado, inicialmente, de Feliz Lusitânia. Depois, chamou-se Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará e, finalmente, Belém do Pará.
No início do século XVIII, a corte portuguesa embarcava em direção ao Brasil, numa viagem que mudaria completamente o rumo da nossa história. A família real foi parar no Rio de Janeiro, embora Belém tenha se preparado para recebê-la.
Entre 1835 e 1840, a cidade explodiu em sangrento movimento popular independentista: a Cabanagem. Desde a emancipação política do Brasil, em 1822, o Grão-Pará vivia um clima tenso. Distante das decisões do sul do país e fortemente ligada a Portugal, Belém somente reconheceu a Independência do Brasil em 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.
A independência não provocara mudanças na estrutura econômica nem modificara as más condições em que vivia a maior parte da população: índios, negros e mestiços.
Em janeiro de 1835, os cabanos dominaram Belém e executaram o governador, Lobo de Sousa, e outras autoridades. O primeiro governador cabano foi o fazendeiro Félix Antonio Malcher, que, fiel ao imperador, foi, também, executado e substituído por Francisco Vinagre. O Governo Regencial retomou Belém Eduardo Angelim assumiu a liderança dos cabanos, mas a guerra já estava perdida.
Apesar do reconhecimento, por parte do Pará, da independência do Brasil, Portugal continuou mandando no estado. Navios de madeira de lei partiam rotineiramente com destino a Lisboa. Somente na década de 1970, com a construção da Rodovia Belém-Brasília, isso acabou.
No chamado Ciclo da Borracha, entre o final do século XIX e começo do século XX, Belém passou a ter grande importância comercial no cenário internacional e ficou conhecida como Paris N'América. Neste período, foram construídos importantes prédios da cidade, como o Palácio Lauro Sodré, o Teatro da Paz, o Palácio Antônio Lemos e o Mercado do Ver-o-Peso, entre outros.
Paralelamente, chegavam ao Pará levas de imigrantes portugueses, chineses, franceses, japoneses, espanhóis e outros grupos menores, com a finalidade de desenvolverem a agricultura na zona bragantina. Particularmente, os japoneses transformaram o Pará num dos maiores exportadores mundiais de pimenta do reino, a mais nobre das especiarias da Índia.
Assim se compôs a rica cultura paraense, na qual predominam os traços das culturas portuguesa e indígena amazônida.

Gastronomia

Belém
Caldeirada
A gastronomia paraense, há muito, tornou-se global. Em Belém encontramos excelentes opções de comida italiana, francesa e oriental, entre outras. Mas a grande surpresa reservada aos visitantes, é a comida regional.
Há, hoje, em Belém muitas opções para quem deseja conhecer a comida paraense, das mais simples e tradicionais, tais como as seculares barracas do Ver-o-Peso e as tacacazeiras espalhadas pelas esquinas da cidade, aos sofisticados restaurantes, tais como o famoso Lá Em Casa , do Chef Paulo Martins.
De uma forma ou de outra, é importante não deixar de experimentar o que há na cozinha que vem conquistando cada vez mais espaço na mesa dos gourmets pelo mundo.

Pratos regionais

Açaí
Na mesa paraense, o açaí é de longe, o ingrediente preferido. Diferentemente do sudeste brasileiro, no Pará, o açaí (sem açúcar) acompanha, normalmente, o peixe frito. Podendo, o paraense come açaí todos os dias.
Outros destaques da gastronomia paraense são o pato-no-tucupi, o tacacá, a maniçoba, a tapioquinha e a nova pizza de jambu, que vem fazendo grande sucesso na cidade, outre outros.
Tacacá
Belém
O tacacá é a segunda paixão do paraense, só perdendo para o açaí. Há quem tome tacacá a qualquer hora, mas o horário preferido é à tarde, por volta das cinco horas.
Há muitos lugares pela cidade para se tomar um bom tacacá. As tacacazeiras são figuras tradicionais das ruas de Belém Há uma pintura, de 1937, da paraense Antonieta Santos Feio, no Museu de Arte de Belém retratando uma tacacazeira na cidade. Elas têm pontos fixos e uma clientela cativa.
Nos principais pontos turísticos da cidade, também, há pontos de venda de tacacá.
Tomar o tacacá, para quem vem de fora, é, sem dúvida, uma experiência diferente. A iguaria servida em uma cuia seguindo o seguinte procedimento: primeiro, coloca-se uma porção de tucupi e uma a pitada de sal e mexe-se. Depois, coloca-se uma concha da goma encorpada, quentíssima. A seguir, uma generosa porção de tucupi, camarões inteiros e o jambu. Pimenta e chicória a gosto.
Toma-se o tacacá levando-se os lábios até a cuia, sorvendo em pequenas quantidades o tucupi misturado com a goma. O camarão e o jambu são retirados com a ajuda de um palito.
O jornalista paraense Raymundo Mário Sobral ressalta que é no tacacá que se conhece o paraense. O legítimo jamais cometerá o sacrilégio de tomar tacacá com o auxílio de solerte palitinho.
Receita do Tacacá
O preparo do tacacá é simples, mas guarda seus segredos.
Ingredientes
4 xícaras de chá de água
1/2 xícara de chá de polvilho azedo ou goma de mandioca
1 xícara de chá de sal 
500 g de camarão seco e salgado
5 folhas de chicória 
4 dentes de alho espremidos 
4 pimentas-de-cheiro 
2 maços de jambu 
2 litros de tucupi
Preparo
Ponha o tucupi numa panela com o alho espremido, o sal, a chicória e as pimentas. Leve ao fogo. Quando ferver, abaixe o fogo, tampe e deixe cozinhar por 30 minutos. À parte, cozinhe o jambu até ficar tenro. Retire do fogo, escorra e reserve. Lave os camarões e leve-os ao fogo numa panela com quatro xícaras de água. Deixe ferver por 5 minutos. Retire a cabeça e a casca. Numa panela, misture o polvilho com a água dos camarões, leve ao fogo e mexa até obter um mingau. Sirva numa cuia com uma concha de tucupi, um pouco do mingau, algumas folhas de jambu e os camarões.
Este é um dos mais famosos pratos da gastronomia paraense. Para acompanhar: xibé (pirão da farinha molhada com tucupi apimentada) e o jambu, deliciosa verdura da região que provoca um tremor na língua.
Receita de Pato-no-tucupi
Ingredientes
1 pato de tamanho médio
2 litros de tucupi
3 maços de jambu
1 maço de chicória 
1 maço de alfavaca 
sal, alho, pimenta-do-reino, pimenta de cheiro, vinagre e louro
Preparo
Limpar o pato e furá-lo com um garfo. Deixá-lo temperado com alho, sal, louro, pimenta do reino, cominho e vinagre de um dia para o outro. Colocar o pato numa assadeira e cobrir com fatias de bacon, cebola e tomate. Regar com óleo e levar ao forno moderado. Assar até que o pato fique corado e macio.
Colocar o molho de tucupi para ferver numa panela grande, adicionar sal, chicória, alfavaca, alho e pimenta de cheiro. Ao ferver, coloque o pato em pedaços, cozinhando-o até ficar macio. Escaldar e colocar o jambu.
Maniçoba
A maniçoba traz, no seu preparo, a marca do preparo da comida dos índios da Amazônia. É um prato feito de maniva, que são as folhas da mandioca, moídas e cozidas por aproximadamente oito dias. No quarto dia de cozimento acrescenta-se artigos defumados como chouriço, toucinho, charque e outros. É servida com arroz branco cozido e encontrado nos melhores restaurantes e barracas de comidas típicas da cidade.
Receita de Maniçoba
Ingredientes
3 kg de maniva moída (folha da mandioca-brava)
1/2 kg de toucinho
1/2 kg de carne-seca 
1/2 kg de lingüiça portuguesa
1/2 kg de paio
1/2 kg de lombo de porco
1/2 kg de orelha de porco 
1/2 kg de rabo de porco 
Alho e pimenta-de-cheiro à gosto
Preparo
Num panelão com bastante água, coloque a maniva moída, ao fogo brando, por sete dias, apagando somente durante a noite. Mexa, de vez em quando, para que as folhas não grudem na panela e coloque água para que a massa não fique seca. Depois de três dias, acrescente o toucinho e deixe ferver por mais dois dias. No quinto dia, vá acrescentando as carnes salgadas já refogadas e deixe ferver por mais um dia inteiro. Após o sexto dia, corte o paio, o chouriço e a linguiça em rodelas. No sétimo dia, a maniçoba já está pronta. A maniva, que era verde, fica quase preta. Sirva com arroz branco e farinha de mandioca.
Clima
O clima em Belém é quente e úmido. A chuva cai por um curto período quase todos os dias do ano, no final das tardes. A temperatura mínima é de cerca de 25°C e a máxima chega a 42°C, especialmente entre julho e novembro. A humidade relativa do ar está sempre em torno de 98%.

Pontos Turísticos

Complexo Feliz Luzitânia
Compõe as primeiras construções da cidade, como: O Forte do Presépio, a Casa das 11 janelas,a catedral da Sé e a Igreja de Santo Alexandre, onde também se encontra o Museu de arte Sacra e o Museu do Círio.
Belém
Belém
Belém
Belém
Este é um dos mais famosos pratos da gastronomia paraense. Para acompanhar: xibé (pirão da farinha molhada com tucupi apimentada) e o jambu, deliciosa verdura da região que provoca um tremor na língua.

 

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