OAB-RJ vai para apurar atuação de juízes na ditadura



O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Wadih Damous, anunciou nesta quinta-feira a criação da Comissão da Verdade do órgão. O objetivo é que a seccional possa ouvir relatos sobre a atuação de juízes e promotores da justiça militar durante os julgamentos de presos políticos na ditadura.


Damous anunciou também o início de uma campanha pelo tombamento dos centros de tortura, que seriam transformados em centros da memória. Os locais seriam o Destacamento de Informações DOI-Codi, que funcionava no quartel da Polícia do Exército da Rua Barão de Mesquita, bairro da Tijuca; na sede do antigo Departamento de Ordem Política e Social (Dops), na rua da Relação, na Lapa; e no centro de tortura clandestino conhecido como "Casa da Morte", em Petrópolis.

"Pretendemos que esses lugares recebam a luz solar de tantas verdades escondidas e a visita interessada de muitos jovens nascidos na democracia que jamais souberam o que lá se passou", afirmou Damous.

O presidente da OAB-RJ lembrou que a sociedade brasileira quer saber o que realmente aconteceu nos porões da ditadura e, mais do que querer, precisa saber dos fatos para que eles não se repitam. Ele citou como exemplo a Campanha pela Memória e pela Verdade - lançada em abril pela entidade - que já atingiu mais de 45 mil assinaturas em favor da abertura dos arquivos da ditadura militar.

O presidente da OAB-RJ afirmou que o órgão não tem a pretensão de se sobrepor à Comissão da Verdade criada pelo governo federal, já que todas as informações coletadas serão repassadas à Comissão da Verdade em Brasília.

"Vamos listar, no âmbito do Rio de Janeiro, os casos mais marcantes de abusos da Justiça Militar e organizar entrevistas para obtermos o máximo de informações sobre aquele período sombrio da vida do país", garantiu Damous.

Comentários

VEJA AS DEZ POSTAGENS MAIS VISITADAS NOS ÚLTIMOS 7 (SETE), DIAS