Veja a postagem sobre a entrevista do blogueiro Alex Garcia, que o mestre José Francisco "Chicão", denomina como bombástica no seu Blog.


1) Álex, vc está definitivamente rompido com Alair e seu grupo?

R: Chicão, é preciso analisar com calma a sua pergunta. E para isso buscar a sequência de fatos que lhe fazem hoje me convidar a essa entrevista com essa primeira pergunta.

Eu não rompi com ninguém, sou independente politicamente, no sentido de não ter obrigação como funcionário de qualquer político. No caso específico do Alair jamais fui seu funcionário, seja na ALERJ, PMCF ou empreendimentos particulares, o Programa Cartão Vermelho é meu, e ao começar na Lagos TV , sobe uma mensagem de que o programa é independente e de inteira responsabilidade dos seus produtores.

Sempre que estive ao lado de Alair Corrêa em uma campanha foi prestando serviço com minha empresa de estatística. Isso aconteceu em 3 campanhas, na de 2006, 2008 e 2010 (ajudando a sua candidata a Deputada Estadual, Delma Jardim). Ao terminar essa campanha recebia e fim de assunto, mas nem todas as eleições Alair esteve bem financeiramente, e mesmo no período em que não podia pagar de imediato, o serviço não deixou de ser prestado, sempre fiz por idealismo político e sem pedir vantagem caso fosse eleito.

Creio que acabei ajudando além do que era pago a fazer, na qualidade de membro de um grupo, mas sem ser vaca de presépio. Ffiz campanha para Alair sair de dentro do Riala e voltar às ruas, fui atacado por essa postura, mas a verdade é que hoje Alair voltou às ruas, faz campanha, agrupa pessoas, e isso foi conquistado com meu pontapé inicial. Outras ações também partiram de mim, pois quase ninguém tem coragem de dizer “isso vai dar merda” ou “você está todo errado”. Talvez se essas duas frases fossem usadas por generais de Hitler ele não tivesse atacado a URSS e a história do mundo seria outra.

Irei cometer aqui Chicão outra inconfidência. Nas eleições de 2008, faltando 3 meses para a eleição, nosso quadro eleitoral era desesperador, mas eu estava proibido de falar com qualquer um do grupo de Alair Corrêa sobre o assunto. Então reuni em minha casa em dias separados, Dirlei Pereira e o outro assessor, mostrei a realidade do quadro eleitoral e avisei “nós vamos perder as eleições, e ele (Alair) não me ouve e nem deixa que eu passe a situação a ninguém...”. Naquele momento poderia ter trocado de lado, ter deixado Alair, já que ele mesmo cavava sua própria cova, no entanto não fiz isso, fiquei lá e estive lá até poucos dias. No dia seguinte à eleição perdida estava junto a Alair no escritório do Parque Burle e lembro de ter dito: “não acredito na justiça, mas foi uma honra ter lutado ao seu lado” e assim sempre encarei a ajuda dada a ele, sem lucro e sem troca de cargo caso eleito.

Relatado um pouco desse passado e ficando claro que não declarei guerra a ninguém, pois fiz uma série de 5 matérias colocando os problemas que mais prejudicam a cada candidato, e o Alair foi o único que a respondeu, e respondeu fazendo uma declaração de guerra no blog de sua futura sub-secretária ou secretária de cultura.

Diante essa declaração de guerra de Alair comigo que amplamente foi divulgado na mídia, creio que esse rompimento seja definitivo, pois não imagino Alair retrocedendo em sua forma de ser ou agir.

2) Vc foi consultado ou cantado por algum outro grupo político de Cabo Frio? Se foi, quais?

R: Fui sim, após esse rompimento fui “namorado” por dois grupos políticos, e isso me deixa muito honrado, mas a princípio estou recluso, pelo menos estarei recluso politicamente até o fim do ano, mas em 2012 estarei definindo meu caminho político em Cabo Frio.

As consultas foram ligadas aos dois candidatos que brigam internamente pelo controle da máquina ou da maior parte dela, mas claro essas consultas são feitas por correligionários que antes da chegada do chefe sondam o terreno.

3) Vc teme ser perseguido por Alair caso rompa mesmo com ele ?

R: Temor eu não tenho, pois não dependo de dinheiro público para viver e nunca fui funcionário do Alair, seja na ALERJ, Prefeitura ou em um empreendimento particular. Mas sei que serei perseguido caso estejamos em lados opostos e ele se consagre eleito em 2012.

4) Seu blog e seu programa na TV são muito vistos pela galera do Alair. Vc não teme um esvaziamento com este rompimento?

R: Alair representa apenas uma parte do eleitorado de Cabo Frio, nas últimas eleições foi algo em torno de 35%, e seus fanáticos seguidores são apenas uma pequena parte desse grupo. Portanto a minha maneira de fazer comunicação continuaria agradando a maioria. E costumo dizer que a verdade não tem lado, e levo isso tão a cabo que estou aqui hoje falando das consequências da minha maneira de ser.

5)  Quais os assessores de Alair com os quais vc teve mais problemas e aqueles que vc acha que mais prejudicam o ex-prefeito?

R: Eu prefiro falar dos que sei que ajudam realmente Alair, e são eles Toninho Corrêa, Vinícius Corrêa, Paulo Henrique Corrêa, Letícia, Paulinho Castro, Renato Viana, Valdemir Mendes e Dirlei Pereira, mas mesmo assim já tive problema com alguns nomes citados.

6) Como analista político, vc tem comentado em off que Jânio está destruindo a candidatura de Alfredo. Vc confirma isso?

R: É nítida a campanha de Janío em agrupar o maior número possível de secretários e coordenadores governistas, além de ameaçar a tomada do PMDB com o auxílio de Sérgio Cabral, deixando assim Alfredo sem legenda para se candidatar a prefeito.

Mas nessa disputa acho que Alfredo ganha, ele tem legitimidade para ser candidato de Marcos Mendes e o Deputado Paulo Melo é um homem de palavra, não acredito que o PMDB fique com Janío Mendes.

7) Vc acha que Cabo frio ainda tem saída após o mar de corrupção que infestou a cidade?

R: A cidade sempre teve corrupção, seja em pequena ou média escala, o problema é que Marcos Mendes não governou a cidade, e a cidade virou um Reino Feudal com cada dono de Feudo dominando seu pedaço, isso foi que levou a cidade a sua decadência.

Qualquer um que governe a cidade com dedicação a recupera em 18 meses ou menos, basta banir o Feudalismo, e essa atitude por si só diminuirá a corrupção e trará mais organização, mas infelizmente sempre existirá corrupção.

8) Vc trabalharia em uma campanha pobre, limpa e ideológica como a do PSOL?

R: Limpa e ideológica sim, por exemplo, trabalhei duas campanhas de Miguel Jeovani que era assim, nas eleições de 2006 avisamos a ele que, ou comprávamos votos, ou perderíamos a eleição, e Miguel Jeovani preferiu perder a eleição naquele momento a ter que cometer um crime eleitoral.

Mas uma campanha pobre não é viável, a nossa democracia é muito cara e se você não buscar recursos não é possível desenvolver um trabalho eleitoral. O PSOL de Cabo Frio precisa buscar recursos de fonte honesta, e começar a trabalhar de forma profissional a sua forma de fazer política, caso não faça isso não terá um processo de crescimento viável em médio prazo.

Outra coisa importante de frisar é que eu não faço milagre, e nem trabalho sozinho, eu faço estatística básica ou avançada, e ajudo com esses dados na elaboração da campanha, é preciso um bom mercadólogo político, designers e uma infinidade de gente no departamento de criação, e mesmo assim isso garante crescimento político e não garante eleição. Sempre afirmo que “quem ganha e perde eleição é o candidato”, nós só orientamos e informamos.

Portanto arrumem dinheiro honesto e façam campanha honesta, depois conversamos sobre o resto.

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