PRISÃO DO TRAFICANTE NEM É OPORTUNIDADE DO RIO DE JANEIRO DEPURAR SEUS QUADROS.

O traficante Nem comandou por seis anos a favela da Rocinha, um dos mais lucrativos enclaves do crime no Rio, graças à proteção de uma rede de policiais corruptos — que ele agora pode entregar

Polícia ou Bandido - O inspetor Carlos Daniel Dias (à dir.) foi preso quando tentava dar fuga a comparsas do traficante Nem (à esquerda, no momento da sua prisão)
Polícia ou Bandido - O inspetor Carlos Daniel Dias (à dir.) foi preso quando tentava dar fuga a comparsas do traficante Nem (à esquerda, no momento da sua prisão) (Wilton Jr./AE & Severino Silva/Ag. O Dia)
Três pilares sustentaram o reinado de seis anos de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, 34 anos, na favela da Rocinha: a corrupção policial, o terror e o assistencialismo barato. O primeiro pilar ruiu na semana passada, quando um grupo de policiais militares se negou a aceitar a oferta de suborno feita por três homens que transportavam o traficante escondido no porta-malas de um Toyota. Sem alternativa, Nem surgiu com as mãos para o alto e uma camisa dois números maior do que ele — na correria da fuga, o encarregado de comprar “roupas sociais” para o chefe havia errado na escolha do tamanho. Estava capturado o marginal que comandou por anos o maior entreposto de drogas da cidade. Com 200 000 habitantes, a favela da Rocinha, encravada na Zona Sul carioca, foi transformada em uma fortaleza do crime. Sob a guarda de 400 homens munidos de granadas, fuzis e até metralhadoras antiaéreas, ela produzia, em suas próprias refinarias, 5 toneladas de cocaína por ano — o suficiente para abastecer cinquenta favelas.

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