COM REBAIXAMENTO DA CREDIBILIDADE DO RATING DO BRASIL DE "BBB-" PARA "BB+" , BOLSA AFUNDA E DÓLAR DISPARA
Ibovespa
abriu em forte queda nesta manhã depois do rebaixamento do rating do Brasil de
"BBB-" para "BB+" pela Standard & Poor's; às
10h20, o índice da Bolsa brasileira caía 2,06%, a 45.696 pontos; dólar
dispara, abrindo o dia com alta de mais de 2%, batendo R$ 3,91, enquanto o
Banco Central, de Alexandre Tombini, anuncia leilão de R$ 1,5 bilhão de
linhas de crédito para reduzir a volatilidade do mercado; no Planalto,
presidente Dilma Rousseff convoca reunião da coordenação política para analisar
o novo cenário político e econômico.
Fonte: Jornal 247.
O
Ibovespa abre em forte queda nesta quinta-feira (10) depois do rebaixamento do
rating do Brasil de "BBB-" para "BB+" pela Standard &
Poor's, tornando-se a primeira agência a tirar o grau de investimento do País.
Para que a
perda se confirme e o Brasil passe para o grau especulativo, é preciso mais um
rebaixamento por outra agência. Muitos analistas destacaram a importância do
rebaixamento pela surpresa do timing e da mudança da perspectiva para negativa.
Às 10h20
(horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira caía 2,06%, a 45.696
pontos. Já o o dólar comercial sobe 2,54% a R$ 3,8958 na venda, ao mesmo tempo
em que o dólar futuro para outubro disparava 2,31% a R$ 3,895.
A Nomura
disse que a previsão de dólar a R$ 4,00 no fim do ano já é otimista. No mercado
de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 subia 54 pontos-base a 15,37%, ao
passo que o DI para janeiro de 2021 disparava 54 pbs a 15,19%.
Com a alta
do dólar, o Banco Central decidiu fazer mais um leilão de venda de dólares, com
compromisso de comprar novamente a moeda no futuro. No chamado leilão de linha,
o BC vai vender até US$ 1,5 bilhão. As datas da compra de dólares estão
marcadas para janeiro e abril do próximo ano.
No último
dia 8, o BC anunciou a venda de até US$ 3 bilhões das reservas internacionais,
com o compromisso de comprar novamente os dólares em novembro. Com mais dólares
no mercado, o BC tenta suavizar a alta da moeda.
Com o corte
do rating, o CDS (Credit Defaul Swap) do Brasil, que é o seguro contra calote
dos títulos da dívida brasileiros, sobe 14,6 pontos-base, a 386,68 pontos.
Assim, o CDS atinge o seu maior patamar desde 10 de março de 2009.
As ações da
Petrobras (PETR3;PETR4), cujos ADRs (American Depositary Receipts) negociados
no pré-market da Bolsa de Valores de Nova York caíam mais de 6% estavam cotadas
para abrir em forte queda. Todas as principais blue chips que compõem a
carteira teórica do Ibovespa estavam ainda em leilão.
Com tantas
notícias sobre o rating, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) relativa
à última reunião, na qual a taxa Selic foi mantida em 14,25% ao ano, acabou
ficando em segundo plano. Na ata da última reunião do Copom, o BC disse que a
política monetária tem de manter vigilância diante de maior prêmio de risco. No
entanto, no texto, a autoridade monetária apontou que o cenário de convergência
da inflação a 4,5% pelo IPCA no final de 2016 tem se mantido. A expectativa
pela ata é de manutenção da Selic em 14,25% pelos próximos meses.
Outra
notícia que ficou fora do radar é o avanço do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,22% em agosto, contra alta de 0,62% no mês
anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
nesta quinta-feira. No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA subiu 9,53% no
mês passado, mostrando ligeira queda ante os 9,56% de julho. Pesquisa da
Reuters apontou que a expectativa de analistas era de alta de 0,23% em agosto,
acumulando em 12 meses avanço de 9,56%.
Dilma reúne coordenação política após rebaixamento de rating do Brasil
Reuters - A presidente Dilma Rousseff decidiu reunir novamente na manhã desta
quinta-feira seu núcleo de coordenação política, um dia depois de o Brasil
perder o selo de bom pagador com o rebaixamento do rating soberano pela agência
de classificação de risco Standard & Poor's.
Segundo a
assessoria de imprensa da Presidência, a reunião será nos moldes da que ocorre
normalmente às segundas-feiras. Na agenda da presidente divulgada na véspera,
constava no horário uma reunião dela apenas com o ministro da Casa Civil,
Aloizio Mercadante.
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