TRABALHADORES DOS CORREIOS PARAM NOS ESTADOS DO SÃO PAULO E NO RIO DE JANEIRO
Os
funcionários dos Correios da capital paulista, Grande São Paulo e zona postal
de Sorocaba entraram greve hoje (15), a partir das 22h. A decisão ocorreu após
assembleia do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos
(Sintect-SP), na qual a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST) foi
recusada. Os trabalhadores pedem reposição da inflação e mais 10% de aumento
real, além de reajuste no benefício de alimentação.
Fonte:
Agência Brasil.
A reunião de
mediação realizada pelo TST em Brasília, na sexta-feira (11), terminou com uma
proposta do vice-presidente do tribunal, ministro Ives Gandra, que incluiu
reajuste salarial zero, com uma gratificação de R$ 150 mensais a partir de
agosto e mais R$ 50 a partir de janeiro de 2016, até o fim da vigência do
acordo coletivo, ou seja, agosto de 2016.
Segundo nota
dos Correios, o TST prevê “incorporação de 25% dos R$ 200 em agosto de 2016”.
Essa última proposta inclui também reajuste de 9,56% nos benefícios.
O sindicato
reiterou a preocupação de que esse percentual não seja incorporado aos
salários, afirmando que “o grande problema é que só há previsão de incorporação
de R$ 50 aos salários, o restante continuaria 'por fora' indefinidamente, e
poderia acabar sendo retirado pela empresa”.
Rio de
Janeiro
No Rio de
Janeiro, os trabalhadores dos Correios decidiram entrar em greve por tempo
indeterminado. A decisão foi tomada em assembleia geral da categoria, realizada
na noite desta terça-feira (15), ao lado da sede regional da empresa, na região
central da cidade. Além do aumento de 10% de ganho real, as principais
reivindicações são a manutenção das condições do plano de saúde da categoria, a
realização de concurso público imediato e a contratação de 1,5 mil
trabalhadores.
A proposta
apresentada pelo TST garantia a manutenção do plano de saúde (cláusula 28) da
forma que está hoje. Desde 2011 os Correios promovem aumento do efetivo em mais
de 13 mil vagas (passou de 107 mil para 120 mil trabalhadores efetivos) e estão
atualmente trabalhando na realização de um novo concurso público (2 mil vagas),
conforme já foi divulgado.
Diretor da
Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e
Serviços Postais (Fentect), Emerson Marinho informou que a greve ocorreu porque
a empresa apresentou proposta que não garante a reposição da inflação.
“Ela
apresentou uma proposta linear que não é incorporada imediatamente ao salário e
que vem em forma de gratificação, o que não traz reflexo remuneratório nem nas
férias e nem no décimo terceiro salário. Outro aspecto é o ataque frontal que a
empresa vem fazendo ao nosso plano de saúde. Hoje, só pagamos quando usamos,
mas os Correios querem instituir uma cobrança mensal de 13% do salário bruto,
que hoje tem piso inicial de R$ 1.134,00.”
Na
assembléia, os trabalhadores rejeitaram uma proposta intermediada pelo Tribunal
Superior do Trabalho (TST). Por meio da assessoria de comunicação, os Correios
informaram que a proposta apresentada pelo TST previa um reajuste equivalente a
cerca de 20% do salário inicial do agente de Correios, em forma de
gratificação, representando um reajuste linear de R$ 200.
Segundo a
empresa, o reajuste médio dos empregados no período 2011-2014 chegou a 36%,
para uma inflação de 27,3% no período. Além disso, de acordo com os Correios,
os carteiros recebem vale-alimentação mais cesta básica de cerca de R$ 1 mil
mensais, adicionais de atividade, plano de saúde, auxílios creche e babá,
bolsas de estudos e vale-cultura.
A
mobilização dos trabalhadores é nacional, mas, segundo os Correios, dos 36
sindicatos, 17 não deflagraram greve. A empresa disse que nos locais em que
houver aprovação de paralisação, serão aplicadas medidas do plano de
continuidade para garantir as entregas.
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