O som de raiz e os preços em conta fazem lotar as três casas de samba mais tradicionais do Grande Rio


O Renascença lota aos sábados com o Encontro de Bambas, aos domingos com a Feijoada do Rena (no primeiro do mês), Samba da Alforria (no segundo do mês), e às segundas, com o Samba do Trabalhador
O Renascença lota aos sábados com o Encontro de Bambas, aos domingos com a Feijoada do Rena (no primeiro do mês), Samba da Alforria (no segundo do mês), e às segundas, com o Samba do Trabalhador Foto: Joana Coimbra


Quem tem a alma boêmia não resiste a uma roda de samba. Mas atenção: casa, onde o gênero de raiz é produzido e consumido sem agrotóxicos (pagodes e charmes nos intervalos), com mais de dois dígitos de história, só há três na cidade: Renascença Clube, Cacique de Ramos e Candongueiro. Nos três, além do batuque primordial e dos preços em conta, incluindo o da cerveja, o clima de azaração até acontece, mas de forma respeitosa.
O clima é familiar. A cerveja é gelada e a feijoada, suculenta. A longevidade é garantida por um axé: no caso do Cacique, na tamarineira; no Rena, na caramboleira; e no Candongueiro, na figura sisuda do fundador Ilton Mattos (leia mais sobre o Cacique e o Candongueiro abaixo).
O Rena, para os íntimos, vive uma fase extraordinária. Fundado em 1951, sedia o Encontro de Bambas (aos sábados), a Feijoada do Rena, com o grupo Arruda (no primeiro domingo do mês), o Samba da Alforria (no segundo domingo), e o Samba do Trabalhador (às segundas).
— A nossa roda virou um point de sambistas. Arlindo Cruz, Dona Ivone Lara, Almir Guineto e outros consagrados passaram por lá — conta Renato Milagres, que comanda o evento, onde Nei Lopes festejou seus 70 anos recentemente.
Foto: Os músicos do Samba do Trabalhador vão gravar na segunda o segundo DVD da roda

No Samba do Trabalhador, que há sete anos enche o Rena, acontecerá na próxima segunda a gravação do segundo DVD da roda.
— Só no Rio, com vocação libertária, esse evento é possível. O repertório do DVD terá músicas minhas, que na roda, ficaram mais festivas — diz Moacyr Luz, sobre o lugar perfeito para iniciar bem a semana.
Rua Barão de São Francisco 54, Andaraí — 3253-2322. Encontro de Bambas, sáb, às 18h. R$ 15. Samba do Trabalhador, seg, às 16h30m. R$ 10. Feijoada do Rena, dom, 7 de outubro , às 14h. R$ 20. Samba da Alforria, dom, 14 de outubro, às 14h. R$ 20.
Foto: O Cacique voltou a ficar lotado depois da reforma de sua quadra em 2011

A história do samba em Olaria
Com a inserção do banjo, do repique e do tantã na década de 70, o Cacique revolucionou o próprio conceito de roda de samba e relevou nomes como o Fundo de Quintal e Arlindo Cruz. Mas dos áureos anos 80 foi ao ostracismo no início de 2000. Com a obra de reestruturação da quadra em 2011, a roda ganhou fôlego à altura de sua tradição de 51 anos.
R. Uranos 1.326, Olaria — 9186-3369. Dom, às 17h30m. Livre. Grátis.
Foto: O Candongueiro tem 20 anos de rodas initerruptas

Quilombo do samba em Niterói
Para quem é do Rio, é longe, mas vale a viagem. Há duas décadas, o Candongueiro é o destino certo de quem gosta de sambar. O aviso "Respeito, casa de samba" está espalhado nas paredes e dá a dimensão da forma cuidadosa com que o gênero é executado. A roda é quinzenal (amanhã tem Monarco!) e a feijoada, mensal.
Estrada Velha de Maricá 1.554, Pendotiba, Niterói — 2616-1239. Sáb, às 20h. R$ 50 (Os 400 primeiros pagam meia). 18 anos.


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