Parar aumento do nível dos oceanos é impossível, dizem cientistas Corte de emissões de gases de efeito estufa seria capaz apenas de desacelerar o processo



O aumento do nível dos oceanos não poderá ser cessado nos próximos séculos mesmo que haja cortes profundos nas emissões de gás e que a temperatura do planeta abaixe, afirma um novo estudo de cientistas ambientais. Os pesquisadores alertam, porém, que o processo pode ser desacelerado.
Derreimento das calotas polares é apenas um agravante do problema - Arquivo/AE
Arquivo/AE
Derreimento das calotas polares é apenas um agravante do problema
Há vários estudos que mostram o papel dos gases de efeito estufa no aumento da temperatura do planeta. Esses gases foram responsáveis pelo aumento de 0,17°C por década de 1980 a 2010 e pelo aumento de 2,3 milímetros do nível do mar por ano de 2005 a 2010.
A elevação do nível dos oceanos ameaça cerca de um décimo da população mundial, entre estes pessoas que moram em ilhas sob risco de inundação, como locais do Caribe e da região do Pacífico na Ásia.
Mais de 180 países negociam um pacto global para 2020 que vai forçar o corte de emissões para limitar o aquecimento a menos de 2°C neste século - uma meta que, segundo os cientistas, é o mínimo para evitar efeitos catastróficos.
Mas mesmo se os mais ambiciosos objetivos forem atingidos, eles não serão suficientes para fazer com que o nível dos oceanos parede subir devido à expansão térmica dos mares, afirmam cientistas do Centro de Pesquisas Atmosféricas dos Estados Unidos, da Central do Clima americana e do Centro de Pesquisas do Clima da Austrália.
"Mesmo com uma mitigração agressiva, que limitaria o aquecimento global a menos de 2°C acima dos valores pré-industriais até 2100, e com o aumento natural da temperatura nos séculos XXII e XXIII, o nível dos mares continuaria a subir depois de 2100", afirma o estudo, publicado no jornal Nature Climate Change. Isso ocorrere porque conforme o oceano se aquece, a água se expande e o calor se espalha por todas as regiçoes marítimas.
Mesmo que a temperatura da superfície do oceano caia, o calor ainda seria conservado sob a água, provocando o aumento dos níveis das águas. A situação da temperatura e o derretimento das calotas polares são apenas mais um dos fatores que contribuem para o problema.
Os cientistas calcularam que se os cortes de emissões foram capazes de reduzir as temperaturas globais em 0,83°C até 2100 e 0,55°C até 2300, o nível dos oceanos ainda aumentará até 14,2 centímetros até 2100 e até 24,2 centímetros até 2300 - isso por causa da expansão térmica.
Por outro lado, se as emissões forem pouco reduzidas, as temperaturas poderiam subir até 3,91°C até 2100 e os nível da água poderia aumentar 32,3 centímetros no primeiro século, chegando a quase 140 centímetros 200 anos depois.
"Embora o aumento do nível dos oceanos não possa ser cessado nos próximos séculos, é possível desacelerar o processo, ganhando tmepo para que as medidas de adaptação necessárias sejam tomadas", dizem os pequisadores.
ESTADÃO

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