"Não serei condenado", diz Jefferson sobre mensalão




RECONDUZIDO NESTA QUARTA-FEIRA À PRESIDÊNCIA DO PTB, O DELATOR DO QUE SERIA O MAIOR ESQUEMA DO GOVERNO LULA DIZ QUE FOI INCLUÍDO ENTRE OS 38 RÉUS DO PROCESSO POR QUESTÕES POLÍTICAS, MAS QUE NÃO SE ARREPENDE DA DENÚNCIA E "FARIA TUDO OUTRA VEZ"


 A proximidade do julgamento do mensalão, que começa no dia 2 de agosto, não parece assustar o delator do maior escândalo do governo Lula, Roberto Jefferson. Incluído entre os 38 réus do processo sobre o esquema, Jefferson, que foi reconduzido nesta quarta-feira à presidência do PTB, está certo de que será absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Não serei condenado. Não há condição de me condenarem", disse ao portal G1 o presidente do PTB, que é acusado de de corrupção passiva e lavagem de dinheiro pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no processo.
"É um absurdo jurídico tão grande que penso que o Supremo não vai fazer isso", avalia o ex-deputado federal, que revelou, em 2005, um esquema de pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio político para o governo no Congresso. O "mensalão" resultou na criação de uma CPI e culminou na cassação dos mandatos do ex-ministro José Dirceu e do próprio Jefferson.
O presidente do PTB é acusado pelo Ministério Público de ter recebido do PT R$ 4 milhões, que teriam sido desviados da administração pública. Hoje, Jefferson diz que não tinha ideia da dimensão que a denúncia, feita por ele em entrevista à Folha de S.Paulo, tomaria. "Pensei que seria uma luta política, mas nunca com esse desdobramento que vivemos hoje. Não imaginei que aquela denúncia pudesse atingir tanta gente e pudesse chegar aonde chegou. Até porque não tinha noção do volume de tudo, sabia apenas algumas coisas", diz.
Mas o político diz não se arrepender de ter denunciado o esquema. "Fiquei perplexo lá atrás com o tamanho da briga, mas como já estava nela não podia correr. Faria tudo outra vez", garante, acrescentando que ficou "surpreso" ao ser relacionado como denunciado. Em sua avaliação, o novo Roberto Jefferson consta no rol de suspeitos por uma "questão política".
"Entendo que ele (o então procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza, autor da denúncia) não podia denunciar os próceres do PT e me deixar de fora. Ficaria em uma posição política muito delicada. Então, me colocou no bolo para igualar a todos. Quis dizer é que todos são iguais perante a denúncia, que não há heróis", disse.
BRASIL 247

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