Delúbio vai "matar no peito" o mensalão.

Delúbio vai
Foto: Divulgação

SEGUNDO O EX-PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA ANTONIO FERNANDO DE SOUZA, ESTRATÉGIA COMBINADA PELO NÚCLEO CENTRAL DA "QUADRILHA" ABRE CAMINHO PARA JOSÉ DIRCEU SER INOCENTADO; "SACRIFÍCIO" FOI SINALIZADO POR DELÚBIO EM ARTIGO NO 247

Delúbio Soares, mais uma vez, se oferece ao sacrifício para proteger seus companheiros. Como diria Roberto Jefferson, no julgamento do mensalão, ele está disposto a "matar a bola no peito". Essa estratégia foi antecipada pelo ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza. Segundo ele, a versão teria sido combinada um mês antes do julgamento pelo “núcleo central da quadrilha do mensalão”, como se refere ao grupo formado por Delúbio, o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), o ex-deputado José Genoino e o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira.

A disposição para o sacrifício foi sinalizada por Delúbio no seu artigo semanal no 247. No texto, chamado "Valeu a pena, Brasil", ele diz que o preço pago por ele é pequeno diante do Brasil mais justo e solidário que emergiu desde a chegada de Lula ao poder. O que ocorreu, em grande medida, graças a seu trabalho como tesoureiro da eleição presidencial de 2002. (Leia aqui)
Se essa estratégia se confirmar, Delúbio permitirá a José Dirceu se isentar do envolvimento no esquema no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele alega que estava afastado do partido. Já José Genoino, que era o presidente do partido na época, vai reafirmar que seu nome só apareceu em dois empréstimos feitos pelo PT nos bancos Rural e BMG por formalidade do cargo.
O julgamento do processo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF) será iniciado no dia 2 de agosto, um dia após a previsão inicial da Corte. O cronograma definido em 6 de junho pelos ministros do tribunal foi alterado em razão de o revisor da ação penal, ministro Ricardo Lewandowski, ter liberado seu voto somente no dia 26 de junho.
O mensalão ou “esquema de compra de votos de parlamentares” foi o escândalo de maior repercussão do primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Partido dos Trabalhadores (PT).
Em 2005, o então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) relatou o funcionamento do suposto mensalão à Folha -- hoje, ele nega a existência de um esquema de mesada parlamentar. Disse que o PT pagava uma mensalidade a alguns deputados do Congresso Nacional para que votassem seguindo a orientação do bloco governista. Segundo Jefferson, o operador do mensalão seria o empresário Marcos Valério de Souza, cujas agências de publicidade SMP&B e DNA mantinham contratos de prestação de serviços com muitos órgãos públicos. Valério recebia depósitos destinados ao PT, o que servia de fachada para ocultar doações irregulares de campanha eleitoral. A divulgação da entrevista de Jefferson aprofundou a crise no governo Lula.
De acordo com o PT, o mensalão, como esquema de compra de apoio parlamentar não existiu. O partido admite o crime eleitoral e a formação de caixa dois para campanhas de seus candidatos e de nomes da base aliada.

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