O Programa Brasil Carinho eleva o teto do Bolsa Família.


Brasil Carinhoso | Foto: ABr
Com 'Brasil Carinhoso', governo quer erradicar pobreza em famílias com crianças até 6 anos.












Lançado oficialmente nesta segunda-feira pela presidente Dilma Rousseff, o programa 'Brasil Carinhoso', que pretende tirar da extrema pobreza famílias com crianças de até seis anos e renda per capita inferior a R$ 70, elevará, em alguns casos, o teto do benefício pago atualmente pelo Bolsa Família, de R$ 306.
Segundo uma das frentes do programa, anunciado por Dilma no último domingo, Dia das Mães, para famílias com crianças de 0 a 6 anos e 11 meses e que possuam renda familiar inferior a R$ 70 por integrante, o governo fará um pagamento adicional ao benefício do Bolsa Família até o limite de R$ 70 por pessoa.
O IBGE considera que uma família está abaixo da linha da pobreza quando a renda per capita é inferior a R$ 70 por mês.
Assim, numa hipótese de uma família com oito membros (pai, mãe e seis filhos), por exemplo, ter como rendimento mensal exclusivamente o valor máximo do Bolsa Família (R$ 306), cada integrante ganharia R$ 31,75 como benefício adicional à sua renda individual (R$ 38,25) para deixar a pobreza extrema.
A partir das novas regras, o teto, cujo valor máximo não foi mencionado pelo governo, variaria segundo o número de integrantes da família, desde que todas as regras para o recebimento do subsídio sejam cumpridas.
Casos assim, entretanto, são raros, segundo a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.
Segundo ela, das 13,5 milhões de famílias que hoje recebem o Bolsa Família, apenas 130 mil têm mais de oito integrantes (pai, mãe e filhos). Ela não precisou, entretanto, quantas delas recebem o subsídio total.
A medida vai beneficiar, inicialmente, mais de 2 milhões de famílias, que receberão, em média, R$ 80, e 2,7 milhões de crianças. Os recursos começam a ser pagos em junho deste ano no cartão do Bolsa Família.
A ampliação do Bolsa Família terá impacto imediato de 40% na redução da miséria (considerando os valores repassados a todas as faixas etárias) e de 62% entre as crianças de 0 e 6 anos, acrescentou o ministério.
O investimento será de R$ 10 bilhões até 2014.

Outras frentes

A segunda frente do programa é aumentar a oferta de creche a essas crianças, e a terceira, ampliar a cobertura de saúde, incluindo controle de anemia, suplemento de vitamina A e vacinas.
“O programa afetará quem já está no Bolsa Família e continua extremamente pobre”, explica Rafael Osório, pesquisador do Ipea. “Com isso, pode ter um impacto importante para erradicar a pobreza infantil.”
Segundo ele, a incidência de pobreza entre crianças com zero a seis anos é duas vezes maior do que na média da população.
“É a faixa de idade onde historicamente o Brasil tem menos conseguido reduzir a pobreza”, disse Dilma em seu pronunciamento.
Atualmente, disse a presidente no pronunciamento, 78% das crianças brasileiras em situação de pobreza absoluta vivem nas regiões Norte e Nordeste.

Extremamente pobres


Dados do Censo 2010 citam cerca de 16,2 milhões de brasileiros vivendo com renda domiciliar per capita média de até R$ 70. Mas o próprio IBGE faz recortes diferentes, falando também em 12 milhões de pessoas com renda nesse patamar.
Marcelo Neri, professor da FGV, acha o número superestimado e prefere usar os dados do Pnad, citando cerca de 10 milhões de pessoas nessa situação.
Independentemente do corte, as crianças de zero a seis anos estão entre as mais duramente afetadas pela pobreza extrema.
Para Osório, um potencial problema do programa recém-lançado é criar um “degrau”.
“Por exemplo, uma família com uma criança de seis anos receberá o benefício até que ela tenha sete, quando o benefício será eliminado. Daí, essa família pode acabar voltando à pobreza extrema”, explica.
“E a incidência da pobreza também é grande na faixa entre sete e 15 anos de idade. A vantagem é que nessa faixa a incidência de matriculados em escolas também é alta, o que garante pelo menos mais educação e o lanche escolar.”

Além da renda

A questão, porém, vai além da renda. Muitas das famílias extremamente pobres brasileiras estão isoladas do Estado, dos serviços básicos e da oferta de empregos, ficando alijadas da fase de crescimento do país.
Em entrevista recente à BBC Brasil, Marcelo Neri, da FGV, citou o trabalho “artesanal” que é necessário para encontrar essas pessoas e inseri-las no mercado de trabalho, prover-lhes educação e serviços.
Essa é a meta do programa federal Brasil Sem Miséria, também lançado pelo governo e que serve de guarda-chuva ao Brasil Carinhoso.

Comentários

fatima milene disse…
que bom que agora podemos fazer mais pelo nossos filhos a dar a eles um brasil melhor obrigada
leide disse…
que coisa boa agente pode fazer melhores planos para os nossos filhos
leide disse…
brasil carinhoso veio na hora certa
ana caroliny disse…
quem recebe beneficio do inss pode participar desse programa/

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