PESCADORES ESPORTIVOS DO ICRJ CONTRIBUEM COM A MARCAÇÃO DOS MARLINS-AZUIS AUXILIANDO A CIÊNCIA

"Foto, Eduardo Pimenta"




Por: Eduardo Pimenta.


Aproveitar as saídas dos pescadores esportivos do ICRJ e o encontro com os peixes-de-bico para incentivar a ciência e proteger as espécies é um dos principais objetivos dos professores Alberto Amorim (Instituto de Pesca-IP) e Eduardo Pimenta (Universidade Veiga de Almeida)-UVA. Eles contam com o apoio da TBF (The Billfish Foundation) entidade de pesquisa norte-americana dedicada à conservação dessas espécies no mundo. 

O 26ª Cabo Frio Marlin Azul Invitational do ICRJ acontecerá entre 5 e 14 de janeiro de 2019 e com a ajuda dos pescadores do torneio, pretende-se aplicar  3  MiniPets (tags eletrônicas) que foram adquiridas da Wildlife Computers om recursos da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A pequena marca é fixada no dorso do peixe e está programada para se desprender automaticamente após 12 meses e após atingir a superfície da água transmite as informações armazenadas no período para o satélite Argos. Os dados, referentes à temperatura água, trajeto, profundidade, entre outros são depois enviados para computadores em terra. 


O estoque de marlim-azul se encontra sobre-explorado, com poucas informações sobre sua distribuição e biologia em relação à área e época de ocorrência no Atlântico Sul. A espécie com baixo valor econômico é capturada incidentalmente no espinhel da pesca comercial, e alto valor econômico é agregado na pesca esportiva na modalidade pesque e solte.


Como o Brasil detém o recorde mundial esportivo (636 kg registrado pela International Game Fish Association–IGFA), houve interesse na implantação do Projeto Marlim, com o apoio do ICRJ. 


A única notícia de migração transoceânica existente é que um marlim-azul marcado e liberado em Delaware (EUA), no oeste do Atlântico Norte e recapturado em frente da Ilha Maurícios, no Oceano Índico, confirmou a distância mínima percorrida de 8 mil milhas em 3 anos, entre o ponto de liberação e o de recaptura. Considerando que não há mais barreira de passagem do Indico para o Pacífico, a descoberta demonstrou que  que essa espécie pode percorrer os três oceanos.


Na Dissertação de Mestrado, de Osman Crespo Neto (Universidade Federal Rural de Pernanbuco), intitulada “Utilização de habitat e movimentos migratórios do agulhão negro (Makaira nigricans) no oceano Atlântico Sul”, onde foram utilizados 16 marcas eletrônicas, baseados em 4 áreas no Atlântico demostrou a migração de cerca de quatro meses, do marlim-azul. No Brasil foram escolhidos dois pontos de liberação de pesca, Rio de Janeiro-RJ e Canavieiras-BH (Figura 1). 


Com a colocação das 3 MiniPets, programadas para se soltarem do peixe após 12 meses, durante o Cabo Frio Marlin Azul Invitational de 2019, pretende-se conhecer a migração do marlim-azul no Atlântico do ocidente para o oriente. Com isso, considerar que a espécie habita os três oceanos, e assim ampliar sua conservação.



Vamos conhecer um pouco mais sobre Eduardo Pimenta autor desta postagem (foto): "Biólogo, Bacharel em Biologia Marinha, Pós Graduado em Impactos Ambientais e M.Sc. em Ciências da Engenharia de Produção. Atua nas áreas de Impactos Ambientais, Planejamento Energético, Pesquisa Operacional, Gerenciamento de Produção, Inovação Tecnológica e Organização Industrial. Coordena o Grupo de Estudos da Pesca- GEPesca\UVA, associado ao Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias – GENTECOPPE-UFRJ, onde desenvolve uma ferramenta macro-ergonômica e antropotecnológica de previsibilidade e seguridade aos cruzeiros de pesca. Atua como coordenador dos corsos de Engenharia Ambiental e de Gestão Ambiental da Universidade Veiga de Almeida\UVA Campus Cabo Frio e como consultor nas áreas de meio ambiente e off shore. Foi Superintendente da Guarda Marítima e Ambiental\GMA de Cabo Frio, Sub Secretário de Meio Ambiente do Município de Cabo Frio, Superintendente Regional do IBAMA\EREG - Cabo Frio por sete anos onde criou na gestão a Reserva Extrativista Marinha de Arraial do Cabo, o Plano de Ordenamento Pesqueiro da Lagoa de Araruama e o Parque Nacional de Jurubatiba. É membro do Sub Comitê Consultivo Permanente de Gestão sobre Atuns e Afins para o Comitê Permanente de Gestão (SCCCPG – Atuns) do Ministério da Pesca e Aqüicultura. Professor universitário com trabalhos científicos publicados no Brasil e no exterior. Autor de livros e de capítulos de livros. Atualmente exercer a função de Diretor do setor ambiental da Comsercaf. 

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