JUSTIÇA DECRETA PRISÃO DE SUSPEITO DE MATAR DELEGADO NO RIO DE JANEIRO

"O delegado  Fábio Monteiro foi sepultado no cemitério do Caju, Zona Norte do Rio de Janeiro."



A Justiça do Rio de Janeiro decretou neste sábado (13) a prisão do suspeito de matar o delegado Fábio Monteiro na tarde de ontem (12), na comunidade do Jacarezinho, zona norte da cidade. Segundo o secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, o suspeito, Wendel Luis Silvestre, já é considerado foragido.

“Já identificamos esse criminoso, ele vai ser preso, Assim como ele, [serão presos] os outros que atentarem contra a vida de agentes públicos e contra a sociedade. A Divisão de Homicídios está empenhada e já tem informações consistentes e uma linha de investigação segura. Mas não vamos entrar em detalhes”, disse Sá.

O secretário informou que a polícia também está trabalhando para identificar outros envolvidos com o crime.

Fábio Monteiro (foto), que trabalhava como delegado da Central de Garantias, na Cidade da Polícia, saiu para almoçar e não retornou. Seu corpo foi encontrado na própria tarde no porta-malas de um carro. A polícia acredita que ele tenha sido morto por criminosos do Jacarezinho, favela vizinha à Cidade da Polícia.

Roberto Sá não confirmou se o delegado foi morto por ter sido reconhecido como um policial. “Alguns latrocínios são praticados contra cidadãos que estão com o bem, e alguém mata para roubar. Ele era um cidadão policial. Então, a investigação ainda vai, após prender o Wendel e outros criminosos, concluir por que motivo ele foi morto. Nesse momento, a gente não descarta nenhuma hipótese mas ainda não afirma se ele faleceu em virtude de ser policial ou não.”

O corpo de Fábio foi velado na manhã de hoje na Academia de Polícia (Acadepol), onde ele era professor de direito penal, e foi sepultado às 14h no Mausoléu da Polícia Civil, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju.


- Cidade da Polícia, onde trabalhava delegado assassinado, é cercada por favelas

O delegado Fábio Monteiro, de 38 anos, foi assassinado a poucos metros da entrada da Cidade da Polícia, complexo que reúne várias delegacias especializadas da Polícia Civil fluminense. O policial saiu para almoçar na tarde desta sexta-feira (12), e seu corpo encontrado no porta-malas de um carro, na favela do Jacarezinho, poucas horas depois.

A Cidade da Polícia reúne 13 delegacias especializadas, além da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), e fica exatamente entre duas grandes favelas que estão há anos dominadas por quadrilhas armadas.

Nos fundos do complexo, está o conjunto de favelas de Manguinhos. À frente, está a comunidade do Jacarezinho, onde o delegado foi morto.

A chamada Cidpol foi inaugurada em setembro de 2013, com a proposta não só de reunir várias unidades especializadas em um único espaço, mais moderno e amplo. Mas fazia também parte de uma estratégia do governo fluminense de aproximar unidades policiais de comunidades dominadas por quadrilhas armadas.

Também fizeram parte dessa estratégia a implantação de um complexo da Polícia Militar, na comunidade da Maré, para abrigar a Coordenadoria de Operações Especiais.

Tanto o complexo da Polícia Civil quanto o da Polícia Militar foram implantados em uma época em que as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) prometiam acabar com o controle territorial armado em várias favelas do Rio de Janeiro.

A instalação de duas UPPs, uma no Jacarezinho e outra em Manguinhos, prometiam garantir um cinturão de segurança para que os agentes, delegados e peritos conseguissem entrar e sair da Cidade da Polícia sem arriscar suas próprias vidas.

Mas quatro anos depois, a UPP mostrou-se incapaz de garantir o controle efetivo do Estado nas duas favelas e acabar com o controle territorial por quadrilhas armadas. Tanto em Manguinhos quanto no Jacarezinho, as UPPs ainda existem, mas a polícia hoje exerce pouquíssimo controle sobre tais territórios.

O secretário estadual de Segurança do Rio de Janeiro, Roberto Sá, não confirmou se Fábio Monteiro foi assassinado por ser policial. No entanto, a morte de mais de 130 policiais militares no ano passado, muitos deles vítimas de assalto, mostra que ser policial é uma profissão de risco, mesmo quando o agente está de folga.

Durante o enterro do delegado hoje, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, o secretário disse que vai estudar medidas para garantir a proteção dos policiais que chegam e saem do trabalho na Cidade da Polícia e que precisam passar em frente às duas comunidades.

“Vamos fazer uma reunião na segunda-feira (15) para fazer um diagnóstico do entorno da Cidade da Polícia, nessas áreas conflagradas e no seu entorno, para a gente verificar, com o que a gente tem, como é possível tentar evitar que isso ocorra de novo, melhorando a ostensividade, chamando a prefeitura para fazer o ordenamento urbano”, disse.

Fonte: Agência Brasil. 

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